“O funk salva vidas e salvou a minha”, diz MC Maraka
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Hoje é dia de Conte Aqui Sua História, o espaço da KondZilla aberto pra você contar suas histórias, e quem aparece por aqui hoje é o MC Maraka, veterano no corre do funk, que já abriu shows pro Racionais MCs, MC Daleste, MC Neguinho do Kaxeta, e por aí vai. Pega a visão:
“Salve Kondzilla! Meu nome é Matheus Leite Messias, mais conhecido como MC Maraka, e tenho 28 anos Nasci em São Vicente, na baixada santista e hoje moro em São João da Boa Vista, São Paulo.
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Sou MC há 14 anos, comecei cedo, com 14 anos de idade, com influência do falecido MC Primo, que foi de grande importância para que eu conhecesse e entrasse para cultura do funk. As letras do MC Primo sobre a realidade da vida na favela me fizeram ter vontade de começar a falar sobre a minha realidade e sobre como eu me sentia também.
Perdi muitos amigos pro crime porque infelizmente, assim como nas capitais, no interior de SP não é diferente, os jovens da periferia infelizmente são muito discriminados, tanto no mercado de trabalho como na sociedade.
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Influenciado pelas letras dos meus ídolos do funk, MC Neguinho do Kaxeta e Felipe Boladão, aprendi que o crime não era uma saída ou uma solução boa para meus problemas. Aí preferi aprender o ofício de barbeiro que exerço desde os 15 anos até hoje, e comecei a escrever minhas músicas e a cantar pros moleques da quebrada mesmo.
Continuei até que uma gravadora de Vinhedo me convidou pra gravar uma dessas músicas. A primeira que gravei foi “Valinhos é Nois que Tá”, que teve uma boa repercussão em Valinhos. A partir daí, comecei a viajar pra cantar, participei de batalhas de MCs por influência do rap, que também é muito presente na minha vida. Cheguei a participar de dois DVDs “Palhaço Digital” e “Melhores do Ano”, da KL Produtora. Participei de programas de TV tipo o “Programa do Jacaré”, e já abri shows de grandes nomes do rap nacional e do funk, como Racionais MCs, Facção Central, MC Neguinho do Kaxeta, MC Daleste, entre outros. Também passei por produtoras como a Mega e a KL.
A maior dificuldade que eu mais enfrentei e enfrento até hoje é o preconceito, tanto pela cor da pele, quanto pelo gênero musical que canto.
Hoje sou filiado a produtora Onda do Funk, que fica na zona sul de SP, que graças a deus estamos trabalhando pra realizar esse sonho que venho lutando desde criança.
O que aprendi com a minha caminhada foi que existe sempre um outro jeito de se poder chegar, e sinto muita saudade dos meus amigos que se foram nessa vida louca e dos que estão privados de liberdade. O funk salva vidas e salvou a minha!”.
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