Diversidade

Djonga vive Madame Satã no teatro em SP

30.08.2019 | Por: Gabriela Ferreira

Além de rapper, o mineiro Djonga ainda dá umas palinhas de ator. Em maio, ele participou de “Madame Satã – Espetáculo Musical Brasileiro“, uma peça que fala sobre a história da Madame Satã, a primeira travesti do Brasil, lá em Belo Horizonte. Agora, durante o dia 3, 4 e 5 de setembro, o rapper vem participar da peça aqui em São Paulo, no Teatro Jaraguá. Confira mais sobre essa fita no Portal KondZilla.

João Francisco dos Santos (1900 – 1976), mais conhecido como Madame Satã foi um travesti que se consagrou na vida noturna da Lapa, no Rio de Janeiro. Antes de chegar no centro carioca, aos 13 anos, ele morava no interior do Pernambuco. Ao ir para o Rio de Janeiro, ele passou um tempo morando na rua, aprendeu capoeira, a ser segurança, garçom e a ser malandro.

Madame Satã é uma figura cheia de seus paradoxos. Ele foi um dos melhores capoeiristas da época, era dançarino e se apresentava travestido em boates numa época muito conservadora, mas ao mesmo tempo, passou muitos anos presos por todo tipo de crime. Um deles foi quando atirou em um policial que cometeu homofobia com ele. Por causa dessa dualidade, ele se transformou numa figura praticamente folclórica do Rio.


Foto: Reprodução // Roda de Capoeira

Durante os dias 3 a 5 de setembro, essa persona será vivida pelo rapper Djonga, que, inclusive, tem o Madame Satã tatuado em uma das pernas. “Essa peça fala sobre quem quer ser si mesmo. Sobre a travesti que quer ser travesti, o preto ser preto, o viado ser viado. Isso não é uma simples escolha e não é pecado ser a gente, mas numa sociedade doente como a nossa, pra algumas pessoas é”, comenta o rapper mineiro. “Esse espetáculo serve pra reafirmar que somos o que somos e que estamos vivões e vivendo [SIC]”.

“Madame Satã é um personagem maravilhoso porque tem tudo a ver com Brasil. Ele é preto, é viado, é capoeirista, sambista, malandro, defendia as garotas de programa, é nordestino. Ele tem a ver com a história de muita gente”, diz Djonga sobre seu papel.

Viver o personagem é a primeira experiência do mineiro no teatro. A primeira apresentação do musical aconteceu em maio deste ano, lá em Minas. “Tive um encontro com a Bia Nogueira, diretora musical da peça, e com a Maíra Baltar, artista mineira, sobre alguns projetos culturais que a gente queria tocar aqui em BH. A Bia falou que fazia parte do espetáculo [Madame Satã] e eu disse que seria muito foda poder participar”.

“Sempe quis fazer teatro e dessa vez aconteceu. Tive só dois dias pra ensaiar, mas deu tudo certo”, comenta ele sobre a primeira vez no palco.

Foto: Divulgação //  Symplia

Djonga ganhou destaque em 2017, quando lançou seu primeiro álbum, “Heresia“. Deste então, ele lançou mais dois discos e se tornou um dos artistas mais importantes da atualidade. “Me sinto muito bem fazendo arte, seja ela de qualquer forma. Amo me expressar artisticamente”, comenta ele sobre a experiência no teatro.

“A arte é um lugar onde a gente pode ser mais livre, mais verdadeiro e até mais mentiroso, sabe como é? A arte é um espaço de liberdade”.

“Madame Satã – Espetáculo Musical Brasileiro” foi criado pelo Grupo dos Dez, companhia de Minas Gerais. O espetáculo é dirigido por Rodrigo Jerônimo e João das Neves, que dirigiu a peça entre 2015 a 2018.

Serviço

Madame Satã – Espetáculo Musical Brasileiro
31 de agosto a 8 de setembro (apenas dias 3, 4 e 5 com o Djonga)
Teatro Jaraguá
R$ 30

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