Comportamento

Um pouco do que foi a rotina e pensamentos dos jovens durante a quarentena

02.07.2020 | Por: Gabriela Ferreira

No último mês o Portal KondZilla chamou uma galera de favela pra falar sobre como foi enfrentar a quarentena. Nós falamos com a galera do funk, pessoal de São Paulo, da Bahia, do Rio, estudante, influencer, deejay, pra trazer as visões de todo mundo. Então chega mais pra saber como é que foi essa série.

A primeira pessoa que passou por aqui foi a Blogueira de Baixa Renda, 27 anos. Ela trouxe muitas reflexões sobre o tema do isolamento social. A regra básica era ficar em casa, mas isso não se aplica a muitos trabalhadores, principalmente, os de favela, que nem sempre tem escolha. “Se você sai aqui às 18h, 19h, horário que o pessoal volta do trabalho, tem muita gente na rua. Essas coisas continuam acontecendo e a maioria dessas pessoas que não fazem trabalhos essenciais, tipo a minha mãe que é empregada doméstica e a patroa ainda não liberou ela”, disse a criadora de conteúdo sobre o isolamento social e como muitas pessoas não puderam se dar ao luxo de entrar de quarentena por causa da falta de grana.

Novos projetos

Assim como ela, que é criadora de conteúdo e pode trabalhar de casa, João Pimenta, humorista da Bahia e Carolinne Silver, 21 anos, também usaram a quarentena pra desenvolver projetos. O João Seu Pimenta, 29 anos, começou com o Larica do Ódio, com humor e aulas fáceis de cozinha pros marmanjos que não ajudam em nada na quarentena. “Eu sempre tento olhar pros outros com empatia, por mais que esteja complicado pra mim, eu trampo com comédia e preciso entregar um riso pras pessoas. Tô vendo isso como uma forma de ajudar as pessoas durante a quarentena”, explicou ele sobre o trampo de comediante em meio a um momento tão difícil.

Quem também se jogou na cozinha foi o DJ Negão, 20 anos, do NGKS, que usou da culinária pra esfriar a cabeça. “Pra passar o tempo e ajudar psicologicamente, ando praticando a arte da culinária, mixando e produzindo”.

Psicológico e produtividade

Num geral, podemos dizer que a quarentena fez com que muitas pessoas começassem a fazer coisas diferentes de antes, como é caso do Fabrício Oliveira, 20 anos, que começou a consertar objetos quebrados em casa e até a fazer vasos de flores. Ele também deu um papo muito importante sobre como estudar em casa, durante uma pandemia, não é a mesma coisa. “O psicológico também fica muito abalado. Não estamos de férias, estamos numa pandemia. Temos nossas obrigações pra fazer, o psicológico fica abalado por muitos motivos, como o financeiro”.

Como o próprio Fabrício falou, estudar no meio de um momento tão complicado não é a coisa mais fácil do mundo, e na real, fazer qualquer coisa pode ser mais difícil, como comenta a youtuber e cantora Carolinne Silver, que passou por alguns dias bem bad vibes. “Minha mãe me ajuda bastante, quando ela vê que eu to muito deitada sem querer fazer nada, ela me dá ideias de conteúdos pra gravar. E eu também converso com meus amigos e vejo que tá todo mundo no mesmo barco”, disse ela.

Muita fé

Apesar da vontade de ir pra rolê, ver os amigos quando tudo se normalizar, um sentimento que une todos é o sentimento de fé, fé pra que tudo passe e o agradecimento por estar vivo, como comentaram É o Bronks e o DJ Negão. “Sinto falta de tocar nos bailes de rua, mas quando acabar a quarentena, a primeira coisa que eu quero fazer é ir na igreja agradecer por estar vivo e que Ele abençõe essa nova jornada”, passou a visão o DJ.

Além do desejo de agradecer, todo mundo espera que depois da pandemia, as pessoas e o mundo mude. Como diz a Carolinne, “espero que as pessoas tenham aprendido a dar valor às coisas mínimas, como é o toque” e outras reflexões mais profundas, como aponta o João Pimenta: “Quero que a situação desse país melhore pras minorias que só se ferram e que as políticas melhorem pras pessoas e pros artistas porque a gente não tem apoio”.

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