“Tenho talento pra dança e não vou deixar a sociedade me reprimir”, conheça Christopher Frazão
Muitos MCs já passaram por aqui no nosso Conte Aqui Sua História, mas no funk tem várias pessoas, produtores, empresários e dançarinos. Hoje quem aparece aqui é o Christopher Frazão, apaixonado pela dança que aprendeu os passinhos sozinho e precisou lidar com o preconceito por ser gay.
“Olá, meu nome é Christopher Rodrigo da Silva. Tenho 24 anos, moro no Itaim Paulista e vou contar minha história.
Eu gosto de dançar desde os oito anos e dançava de tudo. No funk, tudo começou nos bailes da Dz7, Helipa, Jardim Campo Belo e tantos outros que eu batia cartão, pois amo dançar e sempre saía escondido para dançar.
A dança é algo que me completa, que me deixa feliz. Por isso entrei de cabeça, aprendi sozinho no espelho e fui de cabeça erguida me jogar no mundo do funk. O primeiro passo que aprendi foi a abertura (espacate).
Logo comecei a fazer shows nas casas noturnas LGBTQIA+ e hoje me sustento fazendo shows. Minha família sempre me dava dinheiro pra eu poder ir fazer minhas apresentações. Eles sempre me diziam que eu tenho bom coração e muito talento, e que Deus ia me ajudar. Todos sabem que se falar mal de funk pra mim eu brigo.
Christopher e o IxiCasalzão
O preconceito surge já dentro de casa pela nossa família quando nós precisamos nos abrir sobre nossa sexualidade. E aí ainda mais quando escolhemos ser dançarinos. Muitos julgam dizendo que é coisa de sem futuro então desde cedo lutamos para vencer o preconceito e lutamos dia após dia na rua e em todo lugar.
Hoje graças a Deus minha família está do meu lado, me apoia e investe no meu sonho, mas tudo é pela nossa garra… Eles viram que era realmente o que eu queria e apoiaram, hoje minha luta é com a sociedade.
Em outubro do ano passado eu realizei o sonho de ir no “dez ou mil” do Ratinho e não vou parar até chegar onde eu quero. Já ganhei diversos concursos nas boates onde eu moro, já me montei de drag, sofri muito preconceito pois as pessoas acham que os LGBT não são pessoas normais. Quero fazer tudo isso pra mostrar que somos normais sim. Tenho talento e não vou deixar a sociedade me reprimir por causa do preconceito.”
Muitos tiram força da dança, de cantar e de várias coisas relacionadas a arte. Às vezes pode ser um hobbie ou se tornar um trabalho. Tem uma história parecida? Manda pra gente no e-mail conteaquisuahistoria@kondzilla.com com seu telefone, fotos e redes sociais.
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