Entrevista

MC Kevin o Chris, o brabo do 150 BPM

04.09.2018 | Por: Jeferson Delgado

Há pouco mais de um ano o Portal Kondzilla contou sobre uma nova direção do funk carioca e o 150BPM já estava em crescimento. Hoje, o “ritmo louco”, como foi apelidado, ganhou proporções gigantescas em diversos estados do Brasil, agitando o movimento carioca. Com isso, alguns nomes começaram a despontar com músicas que ajudaram a popularizar o movimento. MC Kevin o Chris é um desses nomes de peso quando o assunto é 150BPM, o rapaz já tem no currículo os hits: “Finalidade Era Ficar em Casa“, “Eu Vou Pro Baile da Gaiola“, “Seja Bem Vinda na Gaiola” e “Tu Tá Na Gaiola“, que acumulam mais de 20 milhões de visualizações no YouTube. A parada é tão forte que até em Sampa, que tem um ritmo “mais calmo”, a música circula. Então vem com a gente conhecer melhor a história desse figura.

O nome dele é Kevin mesmo, a parada do Chris é o que você imagina mesmo. Kevin de Oliveira, 21 anos ou MC Kevin o Chris como é conhecido no ouvido da galera, é um dos grandes nomes do funk 150BPM. O hit “Finalidade”, escrito e produzido por ele, chegou a marca de um milhão de visualizações no canal do Rennan da Penha (que inclusive já trocou uma ideia com a gente) apenas com uma animação, enquanto o videoclipe oficial chegou a 2,6 milhões de visualizações. A galera do Rio descobriu uma forma de divulgação das músicas com seus canais e somando tudo as músicas de Kevin chegam a mais de 20 milhões de visualizações.

O 150 BPM virou a febre do momento no Brasil, mas o “ritmo acelerado” não caiu nas graças da galera tão facilmente, ainda mais se tratando da velha guarda do funk. O principal motivo para essa treta toda é que ninguém produzia um funk em 150BPM com cuidado. Polyvox ajudou a cena quando decidiu produziu a 1ª batida em 150BPM, mixando e masterizando, resultando em um funk acelerado que dava prazer em ouvir e dançar. Com isso, o 150BPM passou por algumas barreiras até chegar esse momento atual, de estar em todas as playlists da galera e em quase todos os bailes funk, incluindo os paulistanos, como a Ruinha, DZ7 e Marcone. Tocar funk em 150BPM nos grandes bailes da capital paulistana é um avanço muito grande porque o funk da capital paulistana era produzido com mais melodias e instrumentais. O 150BPM tocando em São Paulo e estando presente nos bailes aqui é a quebra de um padrão.

Com o 150BPM em alta, um avanço também em evidência é quando falamos de fazer show em outros lugares que não seja sua quebrada, grandes nomes do 150BPM já foram em outros estados apresentar seus hits e Kevin é um deles. “Pô, sem palavras, ver geral cantando suas músicas, você cantar e a galera responder, sem palavras”. Seja em São Paulo ou outro estado, é fato que o 150BPM ganhou destaque na cena e podemos dizer que representa a nova cara do funk carioca trazendo de volta os holofotes. “Ah cara, isso é uma honra, é uma honra pra mim, colocar a parada em alta, porque tinha muita gente falando mal do funk carioca e a gente é o berço do funk”.

Kevin faz parte de uma nova geração de DJs e produtores cariocas que trouxeram de novo os holofotes da música para o Rio de Janeiro.

Por conta da correria dos shows, o artista está afastado da sua comunidade em Caxias e está praticamente morando no estúdio que fica localizado no centro da cidade, porém, quando o MC volta à sua quebrada para buscar roupas e informar sua família como está, ele continua se sentindo parte do lugar onde nasceu. “Comunidade não tem muito aquela parada de chegar igual tu vai fazer um show, tipo assim o público olha e tal: “car*lho olha ele ali”, comunidade, tipo, as pessoas não ligam muito, a gente já virou cria do lugar tá ligado, as pessoas já são acostumadas a ver, tem algumas pessoas que pede pra tirar foto e tal, mas não é igual dá um rolê numa balada a noite”.

E se até aqui você está se perguntando o por que de Chris no nome artístico do Kevin você vai entender agora. Ele não teve inicio direto na música, mas já estava com o pé dentro do mundo das artes: seus primeiros trabalhos foram relacionados ao grafite e como desenhista, porém quando viu o DJ Brankynho CG tocando ao vivo, com 14 anos, Kevin despertou um interesse pelo funk que ali estava sendo tocado e foi pesquisar na internet mais sobre o ritmo.

Seu primeiro momento na música profissionalmente foi produzindo e tocando em festas e não era sozinho esse corre, DJ Kevin e DJ Davizinho, Chris e Greg, era uma dupla de DJ, o motivo de aderirem o nome dos personagens da série “Todo Mundo Odeia o Chris” foi por conta de serem parecidos com os principais personagens, se tratando de cor, um branco e outro preto. Com o fim da dupla de DJs, Kevin optou em continuar com o nome artístico e produzindo funk. Nesse caminho também escreveu letras que ganharam destaque no funk, tipo: “Você Foi Diferente“, do MC G15, “Elas Sarram em Mim“, do MC Novinho da Praça, “Vem e Brota Aqui na Base“, do MC Doguinha, “Vai Sentando Sem Compromisso“, do MC Alysson outro destaque do funk 150BPM.

É fato que 150BPM se destacou e trouxe de volta os olhares da galera para o funk carioca, seja produzindo, escrevendo ou cantando MC Kevin o Chris é um bom exemplo disso, essa nova geração da cidade maravilhosa está mandando bem demais e de pouco a pouco fazendo história com o ritmo louco. A meta, segundo Kevin, conquistar o país. “A gente tá lutando pra isso, a meta é viajar o mundo, a gente tá dominando grande parte [do Brasil]…. não dominando [tudo] mas estamos chegando”.

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