Falamos com o MC Guimê sobre a carreira e a nova música “No Auge”
Figura conhecida no baile funk, Guilherme Dantas, o MC Guimê, começou a chamar a atenção do público no início do funk ostentação em São Paulo, no começo da década. Natural de Osasco, Vila Izabel, virou símbolo do movimento e abriu as portas para novos MCs da capital paulista. Hoje, com 24 anos, o MC se considera muito mais maduro do que na época que começou, a ponto de lançar um álbum com diversas colaborações. Somado a tudo isso, tem no currículo as músicas: “Tá Patrão“, “Plaque de 100“, “País do Futebol” e o mais recente lançamento “No Auge“. O Portal KondZilla aproveitou esse momento para falar um pouco mais da carreira do artista e do seu mais novo trabalho.
“Quando assinei com a KondZilla Records, queria um videoclipe com o Konrad colocando as mãos na câmera. Decidimos fazer uma parada que lembrasse um pouco aquele Guimê do “Plaque de 100“, com uma cara de 2017. Sei que o público quer algo parecido com aquilo, meio underground, e posso garantir que a pegada é essa. A música tem a produção do DJ Jorgin, que o público também já conhece e gosta do trabalho”, afirma Guimê. “A expectativa é uma das melhores possíveis e estou bastante ansioso. Tenho a certeza de que a dupla Guimê e KondZilla é uma fórmula de sucesso”.
Voltando um pouco no tempo, as músicas “Tá Patrão” e “Plaque de 100” foram ícones do movimento do funk ostentação em São Paulo lá no início desta década, época em que o funk começava a subir da Baixada para a capital e definir uma identidade própria. Naquele momento, MC Guimê ainda era garoto novo que se jogava no sonho de ser MC. Junto do diretor KondZilla, trabalhou e definiu o que seria o novo modelo de funk em São Paulo. Mas Guimê quis ir além.
“Eu nunca quis ter um rótulo, mas existe, sim, esse rótulo de que o Guimê é o cara do funk ostentação, ou então o MC Guimê é o cara que faz umas rimas. Mas, eu quero ser o cara que tem a versatilidade e consegue seguir em outros estilos, consegue ter um caminho diferente, consegue ter essa elasticidade de ir para todo lugar e voltar para minha origem”.
Pouco depois de estourar com as música “Tá Patrão” e “Plaque de 100”, MC Guimê ganhou o Brasil fazendo parcerias em músicas como “País do Futebol”, com Emicida e Neymar, e despontando em novos horizontes.
Essas conquistas fizeram com que Guimê marcasse toda uma geração e levasse o funk a um patamar jamais imaginado. “Acho que superei o primeiro passo para o MC de funk ser visto como músico, como um artista. Também comecei a quebrar essa barreira [das casas] e fico muito feliz por isso, de poder entrar na casa de várias pessoas e culturas diferentes”, conta o MC num bate-papo rápido durante uma passagem dele pela produtora.
Com uma carreira estabilizada e o reconhecimento de outras vertentes musicais, o MC lançou seu primeiro em álbum autoral em 2016, chamado “Filho da Lua”, um sonho realizado para o cantor. O trabalho conta a participação de diversos artistas, como Marcelo D2 e Mr. Catra.
“Comecei a entrar em outros estilos musicais, e como esse é meu primeiro álbum, foi um sonho realizado pra mim. Eu pensei que tinha que trazer essa identidade do MC Guimê que se mistura com outros estilos musicais. Então esse foi um dos meus principais focos na produção das músicas, coloquei vários artistas participando do álbum, eu quis mesmo ter essa onda de misturar geral”, conta, com o entusiasmo de um sonho realizado.
Hoje, Guimê está com 24 anos, e seis anos se passaram depois do início do sucesso em sua vida. O MC diz estar mais maduro do que antes, mais profissional e tem uma visão sóbria da trajetória que trilhou na música até os dias de hoje, como também do reconhecimento que seu trabalho obteve. Dentre as diversas conquistas na carreira do cantor (são muitas, ele chegou a ser capa da revista Veja em 2013 e também foi entrevistado no Programa do Jô), ainda faltam duas: levar seu trabalho para os EUA e gravar com os Racionais MCs.
E toda essa sobriedade e trabalhos diversificados fazem do MC Guimê uma referência para molecada que deseja trilhar um caminho no funk. E para essa galera, o cantor tem um recado.
“Primeiro aprendizado é a humildade. Parece até meio clichê, mas é a realidade. Seja humilde, porque de certa forma, tudo acontece. E todo o artista deve sofrer desse mal, de não acreditar que acontece com ele, mas acontece tanto o bem quanto o mal. As vezes, tem um pessoal que acha que está no auge porque tem um milhão de views na internet, e não é assim. Tem muita gente foda que não tem acesso nenhum [nos vídeos]. Acredito que a música e a arte vai além dos views, e a pessoa tem que ter essa visão”.
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