Entrevista

“Gabriel do Borel produziu, explodiu” em Rio, SP e MG

24.07.2019 | Por: Wenderson França

Diretamente do morro do Borel, Gabriel Luiz Santos, é o DJ, produtor, se arrisca como MC e aprendeu tudo isso sozinho. Com 20 anos, ele é autor dos sucessos “Cria de Favela” da MC Mirella, que ultrapassou a marca dos 6 milhões de visualizações, “Se eu engravidar” MC Lucy, 3,5 mi , “Vem Tranquila” da MC Marangoni, com 2 mi visualizações, “Surta Tchuca” do MC Rick, esta ultima já está com quase 1 milhão e meio. O DJ contou que o seu sonho na música era estourar somente uma música em sua comunidade e ainda falou um pouco de como foi seu início no funk. Cola com o Portal KondZilla e confere essa história.

 

O triângulo Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais tem entregado bons frutos ao funk. Cada região tem um estilo diferente com diferentes artistas estourados, muito por conta do funk se espalhar pelo Brasil. Como cada região já tem uma identidade, será que para produzir uma música é do mesmo jeito? Gabriel responde. “O ritmo é diferente. Estou começando produzir os MCs de São Paulo agora, é maneiro”. Ele completa porque é importante produzir gente de cada região. “Tudo é o funk, é bom juntar porque cria coisas novas, quando juntamos os artista se torna um trabalho bem feito e um ótimo resultado”.

Autodidata, Gabriel superou os problemas que surgiram em sua vida para correr atrás do sonho de trabalhar música. Ele lembra quando buscou ajuda no início de sua carreira e a galera não retornou, tendo que encontrar forças dentro de si próprio. “A minha inspiração veio de mim mesmo. No começo ficava pedindo moral mas ninguém me ajudava. Geral me olhava e não acreditava, então eu corri atrás”. Interessado em aprender, usou as ferramentas ao seu alcance. “Ficava me matando no Youtube pra aprender as coisas. Por isso, me inspiro em mim mesmo”.

Mesmo iniciando na cena do funk muito cedo, Gabriel do Borel chegou a ganhar uma graninha trabalhando por fora arrumando computadores no seu bairro, era ele um técnico em TI (tecnologia da informação). Ele conta que foi assim que conseguiu os primeiro centavos para investir em sua carreira. “Eu mexia com informática, então surgiu um curso com duração de mais ou menos 6 meses, eu ganhei R$300 ao concluir [o curso] na época”. Mas porque fazer TI se o sonho era mexer com música? “Eu fiz [o curso] pois queria comprar uma caixa de som melhor para produzir, depois disso consegui estourar o meu primeiro sucesso que ficava com a batidinha ‘Borel, Borel, Borel'”.

No começo, o produtor ficou na dúvida entre ser MC ou DJ. “Eu comecei como DJ, mas do nada eu decidi virar MC. Gravei algumas músicas na minha voz, mas é bem difícil ser MC, chegava pra cantar nos bailes e os DJs não deixam, pedia pra tocar minhas músicas e eles não tocavam”. Contornando as dificuldades, ele percebeu que sendo DJ tocava o que quiser, sem ter que pedir pra ninguém. “Então eu voltei a ser Dj para estourar as minhas músicas como MC. Hoje em dia eu sempre misturo as coisas. A maioria das minhas produções que estão estouradas tem minha composição também, eu sempre coloco minha voz no meio das músicas”.

Sabendo qual carreira seguir, será que para encontrar o sucesso é mais fácil sendo MC ou produtor? “Os dois são difíceis porque para encontrar o sucesso pode demorar anos, meses, como pode ser de um dia para o outro. Ninguém sabe quando o sucesso vem. É só batalhar e correr atrás que um dia chega para todos”.

Já contamos sobre a revolução que o 150BPM. Agora, o ritmo começa a expandir do Rio para outros estados, principalmente com a produção dos cariocas nessas regiões como a música “Cria de Favela” que Borel, carioca, produziu com a paulista MC Mirella. “É o ritmo e vai ser esse. A tendência é só melhorar”. O ainda produtor comenta sobre essa expansão do 150BPM para outros estados pelas mãos cariocas. “O funk muda sempre, ele não fica a mesma coisa. Lá no Rio por exemplo, o BPM que está estourado é o 150, mas nos bailes de favela já está tocando em 160, 170. Até ai fica maneiro dependendo da música”. Será que essa é uma tendência de acelerar vai chegar em outros estados também?

Com números relevantes nas plataformas digitais e num bom momento da carreira, Gabriel, hoje, é referência para a molecada de quebrada, principalmente para aquela galerinha dos morros ao redor do Borel. “É muito gratificante porque antigamente o meu sonho era só ter 10 mil visualizações no SoundCloud. Hoje em dia vejo músicas minhas com 33 milhões de acessos e não da nem pra acreditar. As vezes estou no palco tocando e vejo fãs que me admiram chorando, parece que é um sonho”.

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FAVELA VENCEU ?? ??

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As noites em claro produzindo era o reflexo da vontade de mostrar seu trabalho ao mundo. Atualmente, Gabriel percebe o quanto tudo isso valeu a pena, todo tempo investido na carreira fez com que ele seja quem é hoje, um DJ explodido em grande parte dos estados brasileiros. De fato todos os sacrifícios passados valeram a pena. “Só de ter quebrado várias barreiras para chegar aonde eu estou já valeu a pena. A minha meta é conquista o mundo, quero fazer trabalhos internacionais, deixar coisas não só no Brasil”.

A vida é mesmo feita de sonhos e muito pé no chão. No final o que fica é que tudo se tem um preço e esse preço muita das vezes é duro de se pagar. Mesmo assim, o sentimento é de nada é impossível. Gabriel do Borel tem realizado coisas grandiosas e ainda tem muito para conquistar. Ele conta que tudo vai depender de você mesmo. “Eu consegui o reconhecimento da galera, tive uma melhora financeiramente, cada vez mais está melhorando. E em breve eu vou da uma casa para minha mãe que ela tanto sonha. Então tudo valeu a pena”.

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