Entrevista

Cria carioca, Ebony lança a braba com o EP “Condessa”

19.08.2020 | Por: Karolyn Andrade

O trap é um dos gêneros mais tocados atualmente. Mesmo com sua origem gringa, aqui a parada ganhou sua própria fórmula dentro das quebradas de cada estado, se aliando a outros estilos como, por exemplo, o nosso funk. A história que você irá conhecer hoje é de Ebony que, aos 19 anos, mostra que bebe nessa fonte de misturas musicais musical, ao colocar no mundo o EP “Condessa”, com seis faixas. Se liga no Portal Kondzilla que a gente desenrola a ideia.

Cria carioca, Ebony esteve envolvida com arte desde cedo. “Sempre fui uma pessoa artística, sabia desenhar, costurar e criar de todas as formas. Só que o clique da música era bem ilusório – muito sonho mesmo. O momento que me vi musicista foi quando já estava lá, quando a parada rolou”, conta. 

Seu primeiro som foi produzido completamente em um aplicativo que modela a voz e tem um catálogo de beats para rimar em cima. Após gravar, soltou nas redes sem pretensão, os números foram crescendo e seu trampo repercutindo na cena, dá para acreditar? Nada de estúdio, tudo no conforto de casa. “Botei no soundcloud, fiz tudo sozinha. Foi divertido escrever e ir mexendo no aplicativo”, descreve em meio a risadas, enquanto relembra do começo.

Depois de lançar a braba, a carioca não parou; compôs singles como “Glossy”, “XOXO”, “Facetime” e ainda colaborou com uma galera pesada da cena do trap, como FBC, WillsBife, Dfideliz, Borges, participou da segunda edição do projeto “Poetisas no Topo” da PineApple Storm e até ganhou o prêmio artista Revelação do Rap no prêmio Genius Brasil em 2019. 

Recentemente, Ebony despontou com o EP “Condessa”, mostrando que sua caminhada não será passageira. Disponível em todas as plataformas digitais, o disco conta com seis faixas produzidas por Celo, AJ, Nagalli, Paiva e Pedro Lotto e dois feats com Sidoka e Yunk Vino. As composições falam falam sobre desejos, poder, medos, compreensão, lugares e histórias reais. Os sons levam títulos pequenos e diretos que se completam e conectam entre si, a escolha da ordem de cada faixa é proposital: “Tem uma ordem cronológica, são fragmentos de histórias que aconteceram e essas vivências não entram nessa linha. Só que a minha evolução sim, por isso as músicas ficaram nessa ordem”.

Meio trapper, meio rapper, a artista  lembra que começou a moldar seu gosto por música e audiovisual ainda pequena, vendo e ouvindo sons do mundo todo;  e se recusa a ter contato apenas com o gênero que representa. Isso com certeza explica o direcionamento dessa mana dentro da cena: estilo de flow, narrativas de videoclipes e por aí vai… Ebony parece sempre estar criando um acervo para o futuro, e de fato está.

Atualmente, a rapper está refletindo muito sobre legado e tudo que isso representa: “Penso o que estou construindo para deixar não apenas para mulheres, mas para o povo preto. O que eu quero como artista é deixar algo para as próximas gerações, que poderão ouvir meu som assim como escuto sons antigos. Eu quero deixar algo que me represente meus pensamentos e convicções. Quero deixar o melhor de mim.”

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