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Coletivo “Ação Gueto” foi criado durante a quarentena para distribuir cestas básicas e apoio social nas periferias de SP

10.12.2020 | Por: Karolyn Andrade

O ano de 2020 foi extremamente difícil, o início da pandemia ressaltou como algumas pessoas e famílias precisam do suporte para conseguir sobreviver durante a crise que se instaurou. Foi pensando nisso que Gabriel Finamore, de 24 anos, construiu a Ação Gueto, que já conseguiu ajudar mais de mil famílias da Zona Sul de São Paulo, através da distribuição de cestas básicas e apoio social. O foco é voltado para pequenas comunidades que dificilmente recebem ajuda do governo e visibilidade da mídia. Cola no Portal KondZilla e conheça essa força jovem.

Cria de Paraisópolis, Gabriel sempre teve o sonho de ir para faculdade e  aplicar o conhecimento adquirido em sua comunidade:  “Prometi para mim mesmo que se entrasse na faculdade eu devolveria o conhecimento para comunidade, tinha esse propósito, incentivar os meus e mostrar para a comunidade que tinha sim jeito”.

Após conseguir bolsa de estudos na PUC de Campinas para estudar Relações Públicas, a vitória estava à sua frente, entretanto o processo de graduação foi complicado. “Passava fome para conseguir continuar bancando os estudos, as impressões”, conta.

O projeto Ação Gueto surgiu em abril de 2020, com um desafio feito pela internet para conseguir arrecadar cestas básicas. A princípio, o objetivo era de levantar cem unidades, mas, com o aumento da demanda em outras periferias, as ações acabaram se intensificando, e os envolvidos perceberam que não poderiam parar por ali.

Com o avanço da iniciativa , que possui apenas 8 meses, toda equipe do coletivo percebeu que era importante ter mais que comida no prato, as pessoas estavam precisando de informações sobre o coronavírus, por exemplo; foi então que passaram a distribuir máscaras e falar sobre os procedimentos declarados pela OMS (Organização Mundial de Saúde).  Uma ação chamada Blitz garantiu a entrega de  100 máscaras na entrada de Paraisópolis. 

“Comecei usar todas estratégias que aprendi na faculdade para encaminhar o coletivo, juntamos 15 voluntários e começamos a nos organizar para realizar outras ações sociais pelas comunidades da Zona Sul”, conta Gabriel. 

O projeto ainda prestou atendimento para mulheres em situação de rua em Santo Amaro, bairro da Zona Sul, levando kit de higiene, roupas, e ainda  rolou uma roda de conversa com uma psicóloga para falar sobre a importância da saúde mental e, logo após, uma advogada conversou sobre direitos das mulheres para explicar processos de pensão alimentícia e a Lei Maria da Penha. 

“Particularmente estou muito feliz e realizado, sentimento de gratidão total! O projeto tem causado impacto positivo na vida das pessoas, mostrando que todos podem ser agentes de mudanças, não estamos dando só alimento, estamos contribuindo para que famílias sobrevivam e possa seguir em frente”, avalia.

O projeto, de fato, está mudando vidas, e o coletivo não pensa em parar quando a pandemia acabar. “A gente entende que a pandemia passa, mas a fome continua. Então continuaremos para dar suporte para essas famílias. Nossa pretensão é dar cursos profissionalizantes para a galera da quebrada ser mais autônoma e criarem seus próprios caminhos”, conclui.

Acompanhe o projeto Ação Gueto através do instagram. E o fundador, Gabriel Finamore, deu o papo: se você é da Zona Sul e tem possibilidades de ajudar, brota na DM para saber como ser um voluntário. 

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