Tecnologia

Campus Party Brasil é pura imersão na tecnologia

19.02.2019 | Por: Jeferson Delgado

A Campus Party aterrissou em São Paulo entre os dias 12 e 17 de fevereiro e nós do Portal KondZilla estivemos presente na maior experiência tecnológica do mundo. O evento tá mais pra um festival que traz inovação, criatividade, ciências, empreendedorismo e tudo que é relacionado ao universo digital. Além de unir fãs de tecnologia, o evento também promove debates, lançamentos e convidados que fogem do padrão tecnologia em diversos painéis. Por isso são 6 dias de evento, um só seria pouco para tanta informação. Chega mais que te contamos tudo que rolou.

 

A Campus Party Brasil 2019 contou com a presença de cerca de 120 mil pessoas, no Expo Center Norte, localizado Vila Guilherme, Zona Norte de São Paulo. Como já falamos, o evento é distribuído em 3 áreas: Open Campus, a área gratuita do evento, a Arena, que é a área paga do evento, e o Camping, que é a o setor onde a galera acampa. Muita gente escolhe acampar no evento para desfrutar ao máximo a experiência.

Realizada desde 1997 na gringa, a Campus Party Brasil está na sua 12ª edição, reunindo jovens em um festival de inovação, criatividade, ciência, empreendedorismo e entretenimento digital, e chegou ao Brasil em 2008 sendo a primeira edição internacional do encontro. Como tive o prazer de ir lá, confesso que foi exatamente o que senti ao chegar no CP, diferente de quando colei na CCXP, que rolou no fim de 2018, a Campus Party vem numa pegada de imersão, com mais dias e com a possibilidade de acampar no evento. A galera definitivamente vai para o festival para ter conexões além dos cabos e dos dados transferidos. Lá, o pessoal se juntava para trocar ideia e mostrar arquivos uns para os outros, além de expor suas criações e máquinas montadas, que inclusive, a cada passo que eu andava achava um mais louca que a outra.

O maior desafio na #CPBR12 era ter uma internet veloz para transferir tanto arquivo, mas com uma internet gratuita de 40 GB via cabo de rede aos visitantes, a transferência de dados não foi um problema. Pra você ter uma ideia, essa estrutura é suficiente para atender uma cidade com um milhão de habitantes segundo Francesco Farruggia, Presidente do Instituto Campus Party. O evento também contou com Wifi Livre da Oi de rápida velocidade.


Mas não fique achando que apenas fãs dessa cultura tecnológica estavam presentes no evento. Vi algumas mães com filhas e uma galera do sistema corporativo, o pessoal que dita as novidades tecnológicas nas empresas, desde microempresas até as gigantesca, afinal toda empresa utiliza-se a tecnologia (né?). Também estavam presentes no evento em painéis de debate, alguns criadores de conteúdo. Encontrei o coletivo Estaremos Lá, o cineasta Valter Rege e o creator PH Côrtes.


Coletivo Estaremos Lá


Cineasta Valter Regê a esquerda e o creator PH Côrtes a direita


Painel apresentado por Bia Granja, Co-criadora e curadora do Youpix

Um painel que tive o presente de acompanhar foi o da Bia Granja, Co-criadora do Youpix, plataforma que foca discutir a cultura da internet e principalmente como o jovem usa a internet para criar movimentos culturais, sociais e informação. Bia é uma das pessoas que mais entende desse assunto. Ela já ganhou diversos prêmios e reconhecimentos, como de maiores referências da social media brasileira, as mulheres mais inspiradoras e os 25 mais influentes da internet brasileira. O painel que ela trouxe para a Campus Party 2019 foi sobre o que ela mais entende: o mundo da internet e os influencers que as marcas adoram trabalhar. Ela também mostrou curiosidades e diferenças que a galera sempre confunde, por exemplo: ser conhecido e ser reconhecido como mostra a foto acima.

A estrutura do evento é realmente gigantesca, não é à toa que escolheram o Expo Center Norte para isso, entre os stands de entretenimento e locais onde rolava as palestra sempre tinha algum carrinho com algum lanche para a galera se alimentar durante o evento e não podemos esquecer da parte que foi reservado para o restaurante.

Quando falamos de tecnologia, os games são quase a diretriz dessa parada, já que a Campus Party reúne essa galera para ter a imersão de jogar desde games antigos como ‘Pac-Man’ até os mais atuais, como ‘CS:GO’. A cada passo dado era um pessoa diferente jogando um algo diferente, tinha uma galera que até jogava simulador de aviões ou jogos de cartas como Yu-Gi-Oh.

Meu intuito era achar algo mais próximo da minha realidade, tipo algum criador de games da quebrada, e não é que eu achei?! Lá vai o nome da galera, Raquel Motta, 23 cria de Guarulhos, Marcos Silva 26, também de Guarulhos e José Wilson, 31, cria de Osasco, são criadores do game “One Beat Min”.

“Eu conheci o Marcos primeiro, em um evento chamado Game Jam, um evento que em apenas 48 horas a equipe precisa desenvolver um jogo com uma temática e depois o Marcos me apresentou a Raquel e um foi conhecendo o outro”, conta José Wilson, artista 2D.

O Game é basicamente um batalha de Beatbox onde você desafia o adversário e o outro tem que chegar na rima também. “O jogo é 2D e lembra muito os jogos de lutinha. A sacada é o beatbox, você cria uma sequência e seu adversário tem que escutar, depois apertar uma sequências de botões que representam aquele sample de beatbox”, comenta Marcos Silva, que atua como programador.

O game em si já parece ser muito diferente de tudo que eu já tinha jogado, mas algo que chama bastante atenção é a grande diversidade e a representatividade dos personagens do jogo: negros, gordos e mulheres. “Não é fácil, você tem que rever seus conceitos todos os dias pra não cair numa lógica machista, principalmente na questão de impor que mulher não tem voz. A questão é sempre fazer o trabalho com qualidade para ser respeitada”, comenta Raquel Motta sobre o mercado de games para as mulheres. Ela atua como programadora.

O game está nos ajustes finais e tem previsão de lançamento para abril.


Raquel Motta à esquerda, José Wilson no meio e Marcos Silva à direita


Painel com a capa do jogo

Alguns palcos do evento foram: “Feel the future” o palco principal onde se apresentaram grandes nomes da tecnologia, como Ivair Gontijo, o engenheiro brasileiro que trabalha na NASA, o palco das Startups onde a galera apresentaram suas novidades e projetos tecnológicos dentro do seu negócio estável, outro palco que rolava bastante entretenimento foi o palco “Creators Academy”, que convidava alguns criadores de conteúdo, principalmente do Youtube para falar sobre suas criações e todo campo que eles trabalhavam.


“Foi uma sensação de pertencimento, por estar ao lado de pessoas que assim como eu conseguem produzir audiovisual graças a democratização da tecnologia”, conta o cineasta Valter Rege sobre o acesso da periferia ao conteúdo audiovisual e sobre estar no evento dessa proporção. Já eu, diferente do Valter, nasci numa era mais tecnologia, então quando vim ao mundo, bastante coisa já estava lançada ou estava para lançar, então essa evolução é o aspecto que me surpreende mais. Na Campus Party pude ver essa evolução com os próprios olhos, aprendi mais sobre o que a tecnologia tem a oferecer para as empresas e até para sociedade civil, a dimensão do espaço e como a Campus Party é tratada pela mídia faz todo sentido, o evento trás tudo de tecnologia de forma que o público tenha a imersão direta e de forma simples, desde um óculos de realidade virtual até games que serão lançados em breve, espero ter a oportunidade de estar na Campus Party 2020.

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