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“Sei que muita gente não vai gostar de mim, mas não vai parar de ouvir porque eu tenho esse charme”, diz MC Carol sobre disco novo

11.08.2021 | Por: Gabriela Ferreira

Ela está de volta mais poderosa do que nunca! MC Carol lançou recentemente o disco “Borogodó”, que mostra todos os lados da funkeira. O disco reúne vertentes diferentes do funk, tem putaria, tem visão, e está disponível em todas as plataformas digitais. O Portal KondZilla trocou uma ideia com Carol pra saber mais sobre os bastidores do álbum. Se liga:

Desde o começo da carreira, MC Carol sempre foi uma artista plural. A MC de Niterói, Rio de Janeiro, se destacou com letras engraçadas, como a de “Bateu Uma Onda Forte“, mas com o passar do tempo, foi passando mais e mais visões, como a mensagem de independência feminina de “Meu Namorado é Mó Otário“, sobre racismo e política em vários sons, e por aí vai. “Borogodó”, segundo disco cheio da artista, veio para afirmar isso mais uma vez. 

Com 12 sons, “Borogodó” reúne beat bolha, a levada característica do funk mineiro, o brega-funk, muita sensualidade e muito som daora. “Tudo que toca no disco é o que toca na minha casa. Tanto que ainda me surpreendo quando falam que ele é muito eclético porque pra mim não é. Sou eu que sou e o álbum reflete isso”, comenta MC Carol sobre as misturas de “Borogodó”.

Como as músicas refletem bem o gosto musical da Carol, as participações do disco acompanham o mesmo pensamento. “Calibre Grosso” é produzida pelos mineiros DJ Cezão da Vila e DJ Pquatro, o brega “Novinho de 17 / Pau Quebra” foi produzido por CL no Beat e Cleytinho Paz. “Eu fui procurando no YouTube, acredita? Via um som que curtia, já procurava no Instagram, trocava zap. Eu que fui atrás do pessoal”, explica a funkeira sobre a escolha dos produtores do disco. 

Carol sempre cantou sobre sexo, o que gerou muito estranhamento no começo porque era muito difícil ter mulheres cantando sobre liberdade sexual, ainda mais no mainstream, como Carol. Hoje, tem cada vez mais minas ocupando esse espaço e falando abertamente sobre o desejo de várias outras minas.

“Eu fico feliz porque já era hora. As pessoas estranham sexo nas músicas só por sermos mulheres. Homens falam coisas muito piores que eu e é tranquilo. Acho que se tiver mais mulheres, vai ter menos gente estranhando”, reflete a MC sobre o aumento de mulheres cantando putaria. 

Como diria a Dra. Deolane Bezerra, “a mãe é que nem dipirona, ou engole ou cospe”, e o mesmo se aplica pra MC Carol. “Uma aceitação de quem eu sou. ‘Borogodó é um charme irresistível. Algo que te atrai e você nem sabe o motivo. Eu sei que muita gente não vai gostar de mim, mas não vai parar de ouvir porque eu tenho esse charme!”, refletiu sobre o significado do disco. 

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