Sarra Yoga leva prática elitizada para as favelas
Já imaginou o Yoga sendo praticado com aquele mandelão nas caixas? É assim que a carioca Tainá Antonio, 24, Cientista Ambiental por formação, vem democratizando esse rolê com a Sarra Yoga, que executa as posturas e alongamentos no ritmo do funk. Quer saber mais desse corre? Então cola com o Portal KondZilla e pega a receita.
“A sarra yoga é uma metodologia marginal minha, que basicamente mostra numa brincadeira como práticas ancestrais de origem africana se conectam com o funk e o yoga, não só fisicamente (movimentos), mas na filosofia também”, conta a Tainá Antonio, yogui da Baixada Fluminense.
Ela explica também que a Sarra Yoga, em específico, nasce para incorporar homens e democratizar a parada nas favelas. “O Yoga é tão elitizado que, mesmo que ele chegue na periferia, a galera (principalmente homens negros jovens) não querem aderir, então unifiquei o funk para que assim eles pudessem acessar um pouco da minha perspectiva sobre yoga”.
Ao contextualizar a criação do espaço @Yogamarginal, que mescla o yoga Indiano e o Africano, mostrando que a prática pode sim ser acessível para a quebrada, Tainá manda o papo reto: “O yoga que a gente conhece hoje é esse do mercado e mídia – mulheres brancas, magras, fazendo uma postura muito difícil, com roupas bonitas, num tapete bonito, num ambiente silencioso. Então a democratização que o yoga marginal busca não é lutar por um espaço dentro desse yoga elitizado e racista, mas construir uma perspectiva outra de autocuidado, que parte da nossa própria vivência em comunidade e aumenta nossas possibilidades como seres viventes e comunitários”.
Através do Instagram, essa mina oferece aulas abertas, com contribuição livre (de 0 a 20 pilas); ou aulas fechadas pelo Zoom (por 60 reais mensais).
Tainá praticando o Sarra Yoga ao som Tu Gosta, Não Gosta – Jaula das Gostosudas
Yoga está no quadradinho, funk riscado, romano, passinho dos malokas, passinho de BH, magrão, e Tainá chama a geral pra colar nesse bonde: “Revolução é o corpo negro vivo em sua plenitude. Ninguém precisa fazer yoga pra isso não, mas todo preto precisa saber que pode fazer se quiser e que mais importante que isso. Vai me dizer que pegar um trem lotado e se concentrar pra não cair em cima de ninguém, não é yoga? Yoga tá em cada casa da favela. Em cada domingo em família com samba e churrasco. Retomemos nosso legado”.
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