Histórias que inspiram

Veja tudo sobre a 2ª edição do prêmio Sim à Igualdade Racial

16.05.2019 | Por: Gabi Coelho

Terça-feira, (14), atípica no Rio de Janeiro. O destaque da noite era a negritude se fazendo presente no Copacabana Palace, na Zona Sul da cidade maravilhosa, um dos hotéis de maior prestígio do país. Muito glamour e empoderamento preenchia o espaço, e fazia ninguém sair despercebido. Tudo ao nível de excelência, organizado pelo Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), aconteceu a 2ª edição do prêmio Sim à Igualdade Racial 2019, reunindo um bonde muito potente de artistas, comunicadores, ativistas, empresários e CEOs que buscam reduzir a desigualdade racial no mercado de trabalho brasileiro. O Portal KondZilla fez a cobertura e te conta como foi.


O instituto arrecada verba por meio da venda de livros e camisas

O prêmio busca reconhecer os principais nomes e iniciativas que travam uma luta antirracista em diversas áreas. A estatueta leva a obra “Mad World”, do artista plástico Vik Muniz, que retrata um globo terrestre a partir de acontecimentos importantes pelo mundo. A premiação é acompanhada de um jantar beneficente do ID_BR, para arrecadar fundos para programas e ações do Instituto.

Para Luana Génot, idealizadora do evento, as empresas precisam se adaptar à diversidade. “Elas têm uma dívida histórica com a população negra deste país e elas estão entendendo que quem não tiver políticas adequadas vai ficar pra trás.”


Na foto, Luana Genót.

Nascida e criada na região periférica do Campo Limpo, em São Paulo, a estudante bolsista Graziela Santos, através do ID_BR, teve a oportunidade de estudar inglês e compartilhar seu conhecimento com outras comunidades. Ela fala sobre o impacto que a iniciativa do Instituto teve em sua vida. “A causa racial é uma causa de todo mundo, não só dos negros, mas dos brancos também. A gente tem que transmitir toda experiência adquirida por aí para que os nossos tenham cada vez mais acesso ao que estamos tendo, seja no inglês ou qualquer outra área. Para que a gente se sinta cada vez mais empoderado e com aquela autoestima de quem tá ocupando novos espaços.”

  • Cultura, luta, esperança: um evento que dá fôlego para seguir em frente

Do início ao fim, os cantores e atores Heloísa Jorge, Felipe Adetokunbo, Udylê Procópio e Drayson Menezzes animaram o público com muita música, dança e falas de grandes escritores negros. No momento em que o jantar foi servido, os convidados também tiveram o privilégio de ouvir Gilberto Gil com sua calmaria e sensibilidade através da voz e do violão. Noite que pra muitos ficará na memória. Um verdadeiro acalanto em meio a tantas atrocidades que os negros, favelados e periféricos enfrentam no dia a dia.

No momento em que um evento de tamanha importância estava acontecendo em Copacabana, mais um morador do Complexo do Alemão foi atingido por uma “bala achada” (termo usado quando a bala vem de alguma operação policial nos morros). Mais uma vítima da política de extermínio. Somente neste ano, as Polícias Militar e Civil do Rio de Janeiro mataram 434 pessoas de janeiro a março, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ). Foram quase cinco mortos por dia.

A torcida para que premiações como essa se torne frequente é o desejo de muitos que estavam no evento, pois coloca em destaque figuras que têm trilhado um caminho para diminuir o genocídio e toda desigualdade contra os negros. A jornalista Flávia Oliveira venceu na categoria Raça em Pauta e representou a também jornalista, Maju Coutinho, que levou o prêmio na categoria Inspiração. Emocionada e sorridente, Flávia subiu ao palco sambando ao som do enredo da Estação Primeira de Mangueira, música na qual a escola fez em homenagem a defensora de direitos humanos, Marielle Franco. Ela reforçou que iniciativas como essa são essenciais para tornar a igualdade racial uma causa de todos na prática.

Tia Maria do Jongo, fundadora do Império Serrano, venceu na categoria Arte em Movimento. Exemplo de resistência.

Tia Maria subindo ao palco


Jota Junior, do canal Fala Tu Gari

A juventude negra estava presente. Além de Jota Júnior, o influenciador digital Yuri Marçal também compareceu. Ele foi indicado na categoria Representatividade em Novos Formatos, venceu e dedicou o prêmio a mãe, que estava em frente ao palco com os olhos brilhando ao ver mais uma conquista do filho. Pra completar o núcleo de jovens negros que estão se destacando não só no Brasil, mas por todo o mundo, diretamente de Nova York, a bailarina Ingrid Silva, nascida e criada em Benfica, na Zona Norte do Rio de Janeiro, se apresentou no palco do Copacabana Palace.


Yuri Marçal com o prêmio Sim à Igualdade Racial


Ingrid Silva foi uma das atrações prêmio Sim à Igualdade Racial 2019


Jovens artistas que reforçam através do trabalho, a importância da luta contra o racismo


Representante do AfroGooglers recebendo o prêmio Sim à Igualdade Racial


Uneafro recebendo o prêmio


Integrantes da equipe do ID_BR

Noite emocionante, cercada de representatividade, luta e olhares de quem deseja seguir firme pela igualdade racial. A edição de 2019 arrecadou mais de 750 mil reais para bolsas de estudos, incluindo de idiomas e intercâmbios. O compromisso do ID_BR é em combater a desigualdade racial até 2030, e em noites como essa, percebemos que eles estão caminhando para atingir este objetivo. 

Para contribuir com o ID BR basta acessar o site.

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