O corre do MC Lemos, do futebol ao funk, até o sucesso com “Tiger Triumph”
O extremo leste de São Paulo é um dos berços do funk na capital paulista, muito artistas foram revelado pelas calçadas de bairros como: Cidade Tiradentes, Inácio Monteiro e Guaianases. Mesmo depois de muitos anos da ascensão do gênero tantos outros talentos seguem surgindo pela zona leste, como é o caso de Erick Fernando dos Santos Lemos, 20, o MC Lemos. Compositor do som “Tiger Triumph” parceria com MC Paulin da Capital, que veio a barulhar as ruas no último semestre com mais de 20 milhões de visualizações no Youtube. Quer saber um pouco da responsa de Lemos até o sucesso da música? Cola com o Portal KondZilla.
O jovem de apenas 20 anos é morador das quebradas de Guaianases, e assim como todo jovem marginalizado, o sonho de Lemos sempre foi ser jogador de futebol ou MC. Persistente, ele lutou até alcançar o sonho.
“Sempre tive dois sonhos que todos os muleque de quebrada têm: ser jogador de futebol ou MC. Esses eram os dois que eu carregava na minha vida objetivos”. Por isso, o jeito foi colocar em prática o plano A e B. “Então eu fiz ambos, treinava e escrevia uns sons até que conseguir ir jogar fora do país”.
“Cheguei a jogar na Bolívia profissionalmente por dois anos, mas infelizmente rolou algumas reviravolta na minha vida e não deu certo”. O corre não pode parar, então, Lemos meteu marcha no seu segundo sonho. “Não aconteceu no futebol, então no funk encontrei um caminho e Deus abençoo”. No funk Lemos estourou outros sons como: “Pegamos Hyundai” com MC DR, “Cinderela” e “Preto e Dinheiro“.
Do futebol ao funk
Na busca pela visibilidade no funk, tudo começou com a cara e coragem. “O meu início no funk foi na quebrada soltando umas prévia. Muitos falaram que eu não iria conseguir, até que eu conheci meu empresário e ele me levou para produzir os primeiros lançamentos”. Os primeiros sons de Lemos foram: “O Dia Cantou“, “Problema é Seu” e “Passei a 200 Por Hora“.
Com o pai preso, dar certo seja no funk ou futebol para Lemos seria a salvação da família composta por mais quatro irmãos e sua mãe. “Se eu conseguisse, no futebol ou no funk, sem dúvidas seria a salvação da família porque em casa minha mãe e meus irmãos trabalhavam e mesmo assim passamos algumas dificuldades. Na realidade esse é um dos principais motivos que me fez ir em busca dos meus sonhos”.
O momento mais difícil na caminhada de Lemos entre o futebol e o funk foi quando descobriu que seria pai. “Era um sonho que sempre esteve vivo dentro de mim [ser MC], mas eu também precisava trabalhar pra sustentar o meu filho e mesmo assim não deixar o meu sonho morrer, porque desisti do futebol e não tinha um terceiro plano a ser seguido”.
A ajuda da mãe foi um dos principais pilares para que Lemos pudesse seguir persistindo em seu objetivo. “Eu agradeço muito a minha mãe por todo o apoio. Graças a Deus e ao funk, hoje posso ajudar o meu pessoal”. Com a entrada de Lemos nas produtoras Love Funk e KondZilla, mais o sucesso de “Tiger Triumph” com MC Paulin da Capital, a vida do artista mudou para melhor em muitos aspectos.
A vida antes do funk
Entre o sonho existe algo chamado trabalho. Quer vencer seja no funk ou qualquer outro lugar? Trabalhe. “Antes de eu conseguir estourar no funk tive vários outros trabalhos e todos eles me ajudaram muito porque eu era apenas um sonhador louco na minha vila”. Estar do lado de bons amigos pode facilitar as coisas. “Tinha um mano lá no meu trabalho que sempre gostou das minhas músicas, mesmo que eu chegasse para trabalhar triste ele pedia pra mim cantar, me motivava, dizia que me veria longe e eu sou muito grato”.
Com ar de tristeza na voz Lemos relembra a falta que seu falecido pai faz. “Meu pai passou minha infância todo preso e minha mãe na luta com 5 filhos, mas quando ele saiu ficou 5 anos na rua [livre] e não nos deixou desamparado. Chegou junto [com trabalho e dinheiro], mas infelizmente veio a falecer”.
Não deu tempo do pai do artista ir sequer no primeiro baile de sucesso. “Ele não acreditava em mim: nem no funk e nem no futebol. Porém quando ele começou a perceber que estava dando certo, queria ir comigo em um baile. Infelizmente não deu tempo”. A coroa sempre foi o braço firme e não desamparou em mais esse momento difícil. “Mas tudo bem, levei a minha mãe para celebrar esse momento comigo”.
Por fim o que chega primeiro na vida dos jovens na favela: tráfico ou o estudo? “Nas comunidades infelizmente o que chega primeiro é o tráfico”. Explicou o raciocínio. “A molecada te vê passando com um tênis legal e não tem as condições de ter, logo eles vão fazer o que? Ir atrás de dinheiro fácil”. Por isso, MC Fefe passa a visão para molecada não cair no erro em suas músicas.
Para concluir o papo MC Lemos falou sobre seus sonhos.”O meu maior sonho atualmente é dar uma casa para minha coroa e criar meu filho em um ambiente saudável, esse é o meu maior objetivo”. Se mostrando um cara de bastante fé agradeceu a Deus e mandou um recado para os fãs. “Na música eu agradeço a Deus e meus fãs por tudo o que tem acontecido, muito obrigado família vocês são fodas”.
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