Histórias que inspiram

De grão em grão, o Arteiros de Rua leva cultura às periferias

20.07.2018 | Por:

*Todas as fotos por: Divulgação // Arteiros de Rua

Pode ser um assunto meio clichê, mas as periferias ainda lutam para conseguir o acesso à cultura. Pra resolver essa ausência de espaços culturais, a população tem que dar seus pulos. Esse é o caso da Arteiros de Rua, um coletivo que realiza eventos culturais na Zona Sul de São Paulo – inclusive com a ajuda do VAI, um programa que já falamos por aqui – e agora está realizando uma vaquinha on-line para criar um estúdio cultural multiuso. Ficou curioso? O Portal KondZilla te explica essa história melhor.

Desde 2014, o grupo Arteiros de Rua é responsável por produzir eventos culturais na região do Campo Limpo, Zona Sul de São Paulo. Entre os eventos estão: circo, teatro, música, saraus, brincadeiras infantis (piscina de bolinhas, castelo inflável, cama elástica), além de ter um estúdio musical e organizar apresentação de variados estilos musicais: samba, reggae, rap e blues. Em 2016, eles ganharam apoio do VAI e, a partir daí, conseguiram investir mais na cultura.

“Eu já tinha alguns equipamentos de som, fazíamos alguns eventos para criançada também, daí ganhamos um edital do VAI, que nos deu um suporte financeiro”, explica Daniel Alves dos Santos, 35, produtor cultural e responsável pelo Arteiros de Rua. “O VAI deu aquele up, né?! Tirava dinheiro do meu bolso para comprar as coisas parceladas, daí vimos a oportunidade de adquirirmos mais produtos a vista. Foi um suporte legal pra gente”.

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Foi nessa vontade de ter seu próprio espaço que o coletivo viu que poderia melhorar seu trampo e ajudar mais pessoas a ter acesso a cultura. Surgiu então a ideia de se construir o Ponto de Cultura da Imagem e do Som – um estúdio onde o pessoal da quebrada poderá produzir conteúdo audiovisual, como fazer seu som ou seus videoclipes, com a ajuda dos apoiadores e amigos por meio de uma vaquinha on-line – aquele famoso ‘crowdfunding‘ -, se todo mundo ajudar, não fica pesado pra ninguém. A intenção é fazer um estúdio com bioconstrução.

“Tínhamos uma sede, onde eu pagava uma parte do aluguel, e o VAI pagava a outra parte. Nesse local fazíamos gravações de áudio e video sem fins lucrativos, até por isso sentimos a necessidade de termos nosso próprio espaço. Já começamos a tocar a bioconstrução do estúdio com os moradores da comunidade, junto a bioconstrutores da Ikobé – Cooperativa de Bioconstrução”.

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Para quem não tá ligado, bioconstrução nada mais é do que construções que se preocupam com a ecologia, desde sua concepção (isso é, a maneira que a parada é pensada e feita) até sua ocupação. Vivemos um momento em que o planeta e o ecossistema precisam ser respeitados pra não danificar ainda mais o espaço que vivemos.

O produtor cultural explicou também da importância desse tipo de produção para as periferias. Eventos desse porte ficam marcados na memória das crianças e dos adultos, fazendo com que algo que era visto como besteira ou coisa sem sentido, faça a pessoa envolvida mudar sua visão sobre arte.

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“É muito louco você fazer algo por uma criança, porque ela leva isso pra sempre, e posso falar por experiência própria, pois tive essa sensação quando criança. Eu comecei muito fora da quebrada, aprendi em outros lugares, e agora ofereço esse retorno para quebrada. E também aprendo com a quebrada, esse intercâmbio faz parte do processo natural”.

Para doar, é só acessar o site e doar uma quantia em dinheiro do seu gosto. Os gastos serão divididos entre: 40% para materiais, 30% para mão de obra, 20% para transporte e 10% alimentação. E você pode ajudar por esse link aqui.

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