Dança

Conheça o passinho dos maloka de Recife

06.02.2019 | Por: Guilherme Lucio da Rocha

A dança é um dos elementos fundamentais no funk. Com o passar do tempo, ela foi se modificando e ganhando características únicas em cada região. Já falamos um pouco dos mais diversos passinhos por aí, inclusive os mais recentes, como o Passinho de BH. Hoje, vamos falar sobre o Passinho do Maloka de Recife, que já se tornou referência nas quebradas da capital de Pernambuco e vem começando a chamar a atenção do Brasil. Saca só.

Como já mostramos aqui no Portal KondZilla, o bregafunk tomou conta das periferias de Recife. A capital de Pernambuco, que já era a capital oficial do brega, conheceu a mistura do ritmo de lá com o funk. E, como parte da cultura, não poderia faltar uma dança característica, que se firmou há pouco tempo. Toda sensualidade das letras e das batidas foi transmitida pra dança – com um molejo pra deixar inveja em muitos estados por aí.

Os Magnatas do Passinho S.A

O nome “passinho dos malokas” pode não parecer estranho pra você. Em 2017, mostramos os NGKS, uma molecada de São Paulo que apresentava pro mundo o passinho dos malokas. No entanto, a versão recifense do passinho é bem diferente do que a criada pelos paulistanos. Se na terra da garoa a dança envolve bastante braços e pernas, podendo facilmente ser dançado de forma “solo”, no Recife o passinho lembra em certa medida o passinho malado de BH, com seus passos coreografados, ideal pra dançar e galera, mas se destacando com as sarradas, um dos seus pontos fortes.

Os Mulekes da Base

Um dos pontos de destaques do passinho de Recife são os grupos. Por ser uma dança mais coreografada, surgiram diversas galeras que se reuniram para fazer vídeos dançando e assim conquistaram a internet, caso do Magnatas do Passinho, Os Mulekes da Base e As do Passinho. Esse último, inclusive, é um grupo formado só por minas que arrepiam na dança.

As do Passinho

Os passinhos ajudaram a alavancar diversas vertentes do funk. Foi assim com as montagens cariocas, com o passinho do romano em São Paulo e não seria diferente em Recife. O bregafunk já invadiu o Brasil e vem se expandindo cada vez mais, e acompanhando do passinho dos maloka de Recife, o ritmo tende a conquistar o mundo.

“O brega está se atualizando com os passinhos”, conta Vitinho Polêmico, um dos MCs recifense de destaque, em entrevista ao jornal Diário de Pernambuco. “É uma coisa importante para qualquer movimento musical, ainda mais pelo nosso por estar ganhando visibilidade lá fora. Espero que o passinho seja reconhecido como uma nova dança da cultura pernambucana daqui há alguns anos”.

Um fenômeno interessante do passinho recifense é que os dançarinos foram incorporados aos videoclipes da cena local. São diversos trabalhos de sucesso com MCs ficando em segundo plano nos videoclipes, que acabam dominados pela galera da dança. Isso também explica um pouco de como esse fenômeno se expandiu de tal forma, que já rolaram alguns encontros de passinho pela cidade, uma espécie de “rolezinho da dança”, como também acontece aqui pelo Sudeste.

Novidade, adaptação ou criação, o interesse é observar a cultura periférica do Brasil ganhando cada vez mais corpo, forma e caras. Se antes, a cultura do funk era reclusa as periferias do Rio, hoje, o funk carioca foi apenas um gatilho para que mais movimentos ganhem força na internet e Brasil a fora. A pergunta que fica é: qual o próximo passinho?

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