Arte e Cultura

Conheça alguns fotógrafos de quebrada no Dia Mundial da Fotografia

19.08.2022 | Por: Karine Ferreira
Lucas Lourenço – @lukknha

A perspectiva de quem vive na periferia é diferente e plural, são mil universos e a vista pelas lentes de quem domina e entende o lugar, é sempre linda e única. Para celebrar o Dia Mundial da Fotografia, o Portal KondZilla separou alguns fotógrafos de quebrada e seus respectivos trabalhos que compreendem, identificam e representam o lugar.

Marcola

Marco Aurélio é da Vila Guarani, zona sul de São Paulo e iniciou na fotografia em 2015, quando curtia ficar tirando foto com o celular dos diversos muros repletos de pixos e grafites. Com o passar do tempo, acabou se interessando mais por câmeras e começou a colar na Pista da Saúde para tirar fotos de alguns skatistas e pixadores da quebrada. Marcola conta que um dos pontos que gosta na fotografia é o fato dela ser uma forma de socialização e que o acesso tem se tornado mais democrático com o uso de celulares, além de acalmar ele e fazer com que enxergue a cidade de um jeito melhor.

India

Isabelle Santos é da Cidade Kemel, bairro de São Paulo, a artista atua com a câmera há sete anos e conta que não foi algo planejado. India revela que o que ama na fotografia é o poder de se conectar com épocas que não viveu ou que não possui lembranças, podendo registrar histórias, culturas e costumes de uma geração, sabendo que podem se tornar memórias futuramente. A fotógrafa conta que ama descobrir e aprender com novos nichos, começou fotografando eventos sociais e culturais e atualmente atua com moda, publicidade, música e especificamente com o rap, realizando seu sonho e trabalhando com artistas que admira e respeita.

Lucas Lourenço

Lucas Lourenço nasceu em São José dos Campos, mas já mora na capital paulista há seis anos, foi vivendo na zona sul de São Paulo que o fotógrafo se aproximou da cena cultural do rap, do funk e do samba, o que despertou a vontade de registrar o que estava vivendo. A fotografia na sua vida começou em 2015, quando ainda era morador de São José, mas só em 2019 começou a encarar a fotografia como uma possibilidade profissional. Para ele, o registro do momento e a eternização do instante são os motivos pelos quais se apaixonou pela arte. Atualmente o fotógrafo atua junto às manifestações culturais da periferia, com cobertura de shows de rap, funk e pagode, produção de material visual para lançamentos de videoclipes e álbuns dentro desses mesmos gêneros musicais, e ensaios fotográficos voltados para a estética periférica.

Thalita Guimarães

Thalita Guimarães, nascida e criada no Jardim Apurá, extremo sul de São Paulo, é fotógrafa apaixonada pela arte desde 2016, mas começou a atuar profissionalmente há dois anos, encarando a fotografia como linguagem artística e de comunicação. Thalita entende a fotografia como além do click, de uma edição, compreende que ela é um formato de memória, uma narrativa. Para ela, quando se fala de fotógrafos e diretores de fotografia de periferia, também estamos falando em uma possibilidade de narrar uma história da quebrada e de personagens de quebradas, retratados com outros olhos, reconhecendo a sensibilidade, de forma não criminalizada, que é uma imagem permeada pelas mídias tradicionais. A fotógrafa atua mais em shows, ensaios e making of, mas também investe em trabalhos autorais.

Breno

Breno Cobra é do Conjunto São Benedito, bairro da zona leste de Jacareí, se mudou em 2013 para a cidade de Campinas, após passar no vestibular e desde então permanece em trânsito entre Campinas e Jacareí. Breno começou na fotografia há seis anos, utilizando o celular para registrar algumas cenas do cotidiano, fazendo quase que um diário de imagens. Começou a ver a fotografia como algo profissional quando foi convidado por um amigo artista para realizar um ensaio fotográfico. O fotógrafo revela que o que mais gosta na arte, é a capacidade que ela possui de contar várias histórias. Breno concilia a carreira de fotógrafo com a de educador, em uma organização do terceiro setor. Na fotografia, curte atuar principalmente na produção de trabalhos artísticos, cobertura de shows e partidas de futebol de várzea.

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