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Atos em SP homenageiam as vidas perdidas no Massacre de Paraisópolis 

01.12.2022 | Por: Raynã Fulador

Hoje (01), completam três anos do “Massacre de Paraisópolis” onde nove jovens morreram após operação covarde da polícia militar no famoso Baile da DZ7. O primeiro dia de dezembro ficou marcado na história como um dos mais tristes para Paraisópolis e todas as quebradas do Brasil. A partir das 15h, vai rolar um evento na Praça da Sé em homenagem às vítimas com depoimentos de familiares, movimentos sociais e atrações musicais. 

A programação do ato começa hoje, depois da concentração vai acontecer a Missa na Catedral da Sé com Pe. Júlio Lancellotti às 17h e no dia 3 de dezembro, às 14h30 será feito uma caminhada do metrô Capão Redondo até o Hospital Campo Limpo. A presença do MC Neguinho do Kaxeta é esperada no ato. 

Relembrando a história: tudo começou na madrugada quando PMs pediram reforço depois que supostamente o garupa de uma moto atirou contra os policiais que estavam próximos ao baile. Mas a primeira contradição do ocorrido se deu quando o laudo da perícia apontou que as balas encontradas no local não haviam sido disparadas no momento em que os policiais apontaram, tampouco naquela noite

Com a chegada das viaturas, a PM cercou as duas entradas do baile e começou a disparar balas de borracha, bombas e agredir pessoas que estavam tentando fugir da emboscada dos policiais. Com o tumulto, a única alternativa era enfrentar a PM (irônico, não?) ou fugir por um beco. Foi pela segunda opção que a maioria escolheu. 

Quem é de quebrada sabe, os becos da favela não comportam nem duas pessoas ao lado, quem dirá milhares fugindo de um massacre. O resultado foi o pisoteamento e asfixia de nove jovens que não conseguiram sair daquele beco estreito vivos. Foram eles: Marcos Paulo de Oliveira dos Santos (16), Denys Henrique Quirino da Silva (16), Dennys Guilherme dos Santos Franco (16), Gustavo Cris Xavier (14), Gabriel Rogério de Moraes (20), Mateus dos Santos Costa (23), Bruno Gabriel dos Santos (22), Eduardo da Silva (21) e a única vítima mulher, Luara Victoria de Oliveira (18). 

Todos PMs respondem pelos mesmos crimes – homicídio doloso eventual (quando se assume o risco de matar), a pena pode variar de 12 a 30 anos de prisão, e lesão corporal com pena entre 2 e 8 anos. Esses foram identificados pela justiça como responsabilizáveis pela morte dos nove jovens: Tenente Aline Ferreira Inácio, subtenente Leandro Nonato, sargento Joao Carlos Messias Miron, cabo Paulo Roberto do Nascimento Severo e os soldados Marcelo Viana de Andrade, Marcos Vinicius da Silva Costa, Matheus Augusto Teixeira, Gabriel Luís de Oliveira,  Luís Henrique dos Santos Quero, Rodrigo Almeida Silva Lima, José Joaquim Sampaio e Anderson da Silva Guilherme. Até o momento, mesmo depois de três anos, nenhum identificado pela justiça foi preso. 

Se liga no vídeo em que o UOL sintetizou tudo o que aconteceu:

Entre os depoimentos, as vítimas imploravam “Me ajuda, tô morrendo”, “deixa eu passar, senhor” e “eu não estou respirando” e em vídeos e versão de testemunhas os policiais diziam “vai morrer”, “vai morrer todo mundo”, “vai morrer, vai conhecer o demônio mais cedo” e “vai embora, caralho”

Depois de três anos todo periférico tem o mesmo sentimento – justiça seja feita!

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