Chega ao fim a Copa do Mundo Feminina, torneio marcado por protestos
Aconteceu neste domingo (7) o jogo final da Copa do Mundo Feminina. A partida foi disputada entre as americanas e holandesas em um jogo pra lá de equilibrado. O placar final acabou em 2 a 0 para os Estados Unidos com gols das jogadoras Naeher e Van Veenendaal que levaram o tetracampeonato para o país.
A atacante Megan Rapinoe, dos EUA, foi eleita craque da campeonato e ficou com a Bola de Ouro. Além disso, a norte-americana marcou seis gols no torneio e também faturou a Chuteira de Ouro, prêmio dado à artilheira da competição. A Bola de Prata ficou com a inglesa Lucy Bronze, e a de bronze com Rose Lavelle, também dos EUA. Já a Luva de Ouro ficou com goleira holandesa Sari Van Veenendaal.
A Copa do Mundo Feminina foi carregada de protesto por parte do público e também das jogadoras que questionam diferenciação entre valores de salários, premiações e até mesmo estrutura de viagens. Marta, camisa 10 do Brasil, jogou toda a competição até a desclassificação da seleção brasileira, sem patrocínio já que as empresas não aceitaram pagar o mesmo que pagam para os jogadores masculinos. Até o meio de 2018, a atleta era patrocinada pela Puma, desde então, não assinou com nenhuma outra marca. Uma das maiores vozes ativistas do campeonato, Megan Rapinoe também chamou atenção por seus protestos. Ela tem vivido uma luta com ninguém menos que o presidente de seu país, Donald Trump. A jogadora se recusou cantar o hino nacional antes dos jogos de todo o campeonato e afirmou em entrevista que não aceitaria visitar a Casa Branca caso a seleção norte-americana vencesse o torneio.
A torcida também se pronunciou em prol das jogadoras em um âmbito geral. Na partida final, que ocorreu no estádio Parc Olympique Lyonnais, na França, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, foi vaiado por grande parte dos quase 57 mil torcedores que acompanharam a partida entre EUA e Holanda assim que anunciado para entrega das premiações.
O campeonato também foi marcado pelos recordes quebrados, como ter uma das 3 maiores goleadas de todos os mundiais, incluindo o feminino e o masculino. A seleção dos EUA bateu por um placar histórico 13 a 0 as tailandesas no jogo que ocorreu na cidade de Reims, na França, em 11 de junho. Somando 17 gols, a craque do Brasil, Marta, quebrou mais um recorde das Copas do Mundo ( masculina e feminina), se tornando a maior goleadora da competição. Tivemos ainda nessa lista de recordes batidos a atleta também do time brasileiro, Formiga, jogando sua sétima copa. Ela entrou para história como a jogadora que mais disputou o campeonato entre homens e mulheres.
Boicote a Copa do Mundo Feminina por igualdade de salário e afins
O torneio de futebol feminino foi marcado ainda pela ausência da jogadora vencedora do prêmio de melhor do mundo 2018, pela revista francesa France Football, a norueguesa Ada Hegerberg. Em forma de protesto, mesmo sem lesões ou qualquer outro tipo de interferência que pudesse tirar a jogadora do mundial, Ada decidiu por não participar da competição que é o sonho de quase toda atleta de futebol profissional do mundo. Assim como quase todas as outras jogadoras protestantes, ela pedia por igualdade não somente em valores, mas também em infraestrutura, planejamento, desenvolvimento e até dos alojamentos nas concentrações.
A oitava edição do torneio foi, sem dúvidas, uma das mais importantes para o futebol feminino. Nela se viu de tudo um pouco, tivemos belos gols, ótimas jogadas, partidas emocionantes, partidas frias, choros de alegria, choros de tristeza e até quebra de recordes. A Copa do Mundo Feminina entra para a história em um momento que a representatividade das mulheres no meio tem crescido.
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