Comportamento

Saiba como se vestir bem sem gastar muito

30.11.2018 | Por: Débora Machado

Vamos te apresentar alternativas, até porque você não precisa necessariamente gastar muito dinheiro para estar bem vestido. A onda dos brechós chegou para acabar com essa cultura de consumir coisas caras e ainda pensar na questão da sustentabilidade, acreditando que as roupas são reutilizáveis e não descartáveis. Se você nunca reparou pode começar a dar uma atenção: na sua quebrada vai ter um bazar/brechó de igreja e se você nunca entrou, chegou a hora! O Portal KondZilla te dá o papo de como isso acontece!

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Arara de 5,00 reais

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É no garimpo [quando você passa horas vendo roupa num brechó] que você terá a probabilidade de achar uma peça que não tem em outro lugar. Um dos motivos ótimos de entrar nesses brechós é que as roupas que estão ali são únicas, até roupa de marca dá pra achar, e por um preço que cê nem vai acreditar!

Trocamos uma idéia com Larissa Cristine, 22, que mora na periferia da zona norte de SP e é proprietária do Brechó do Barulho. Ela contou pra gente um pouco sobre como conseguir se vestir bem pagando muito pouco e de onde vem essas referências unindo a periferia e moda.

KondZilla.com: E aí, Larissa! Pra começar, me conta um pouco de onde surgiu essa relação com os brechós e a moda.
Larissa: Eu comecei a consumir em brechó desde o tempo que eu ainda era totalmente do funk. Estava com uns 16 anos e só tinha referências da quebrada mesmo, então a ansiedade e desespero pelos kits de marca do momento era muito forte, né? Minha primeira compra foi um macacão jeans da WH Girls. Essa marca era muito cara, marca de shopping que todo mundo tinha, menos eu. Passei no brechó da quebrada e vi um pendurado, perguntei o valor e era só R$10, daí levei na hora. E a partir desse tempo comecei a colar em todo bazar, todo lugar que eu via eu entrava, olhava tudo e sempre achava algo.

KDZ: Mas você já tinha essa parada de querer vestir roupa de marca cara?
Larissa: Eu queria ter vários kits pesados, mas era muito caro (ainda é, risos). Sem alcance nenhum pra minha situação. Com o brechó, eu comecei a ter acesso a somente roupas de marca caras e pagando um valor totalmente acessível.

KDZ: E essa parada de ir nos brechós, ficar caçando roupa boa e barata, ajuda no seu brechó também? Como funciona seu trabalho no Brechó do Barulho?
Larissa: Com o tempo garimpar virou uma paixão! Tanto que hoje foi o que eu escolhi e optei por viver somente do meu trabalho independente com o Brechó do Barulho, onde quero passar esse consumo consciente adiante e também trazer um acesso a todos. Nos consolidamos nas redes sociais e trabalhamos com entregas nas estações, enviamos para todo o Brasil e esse ano abrimos o nosso espaço físico, onde temos todo nosso acervo disponível e peças a partir de R$1.

KDZ: Quais são suas referências para se vestir?
Larissa: Em relação ao meu estilo pessoal, hoje me encontro bastante no estilo “rude gyal” e posso falar que é uma mistura de Patra com bastante influência do Dancehall dos anos 90. É muita referência de várias décadas eu me adapto a cada momento e dia a dia nois tá sempre como? Confortável de “polinho” da Lacoste de R$1, né?!


Patra, rainha do dancehall – Foto: Reprodução // Pinterest

KDZ: E tudo o que você compra hoje, vem do brechó?
Larissa: Hoje todos os meus panos, desde tênis, tudo, eu só compro de brechó e bazar. Tô há quatro anos só consumindo assim e valorizando muito o meu dinheiro, sabendo pra quem ele vai, que é o melhor de tudo. Tenho roupas que eu jamais poderia comprar na loja, mas isso tudo vai bem além. Moda eu vejo como valorização da minha estética como mulher negra e minha auto afirmação, com o que eu visto eu me fortaleço. Não tem nada mais satisfatório quando me perguntam sobre o valor de alguma roupa que eu tô vestida e eu falo que paguei só R$1, é difícil de acreditar.

Lembre-se: a moda da periferia traz com ela a permissão para criar a forma como você quer se vestir, até porque é você quem faz!

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