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Outubro Rosa: como fazer o autoexame e a importância do diagnóstico precoce

25.10.2021 | Por: Redação
Cropped group of multi-ethnic teenage girls and young women holding breast cancer awareness ribbons in their hands, and wearing pink shirts.

Alô mulherada! O mês de outubro já é reconhecido por uma cor e um significado especial. Nesta época, monumentos em pontos turísticos e fachadas de instituições iluminadas com a cor rosa acendem o alerta para uma questão de saúde pública que atinge 2,1 milhões de pessoas anualmente: o câncer de mama. Cola no Portal KondZilla e pega a visão! 

O movimento internacional de conscientização para o controle da doença criado na década de 1990, o Outubro Rosa, tem o intuito de alertar a população sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce da neoplasia maligna mais incidente em mulheres em todo o mundo.

A campanha Outubro Rosa visa divulgar três pilares muito importantes para o combate do câncer de mama: prevenção, detecção e autoconhecimento do corpo. Isso porque a época do diagnóstico é um fator determinante nas chances de cura, que vai sendo reduzida conforme o avanço do cancro. 

Além disso, a campanha promove debates de conscientização sobre a prevenção, detecção e também tratamento da doença. Uma vez que o tumor foi identificado, grande parte das mulheres passam por uma cirurgia chamada mastectomia para a retirada parcial ou total da mama.

“Acho incrível, bastante difundida e conhecida entre as mulheres, a Campanha Outubro Rosa fez deste mês, lembrete e grande procura para exames e conhecimento sobre a doença. O Câncer de mama tem chances de cura de 95% com o diagnóstico precoce da doença, e o Outubro Rosa contribui para o diagnóstico precoce”, explica sobre a importância do mês a Dra Fernanda Torras, mastologista, ginecologista e obstetra, que trabalha há 14 anos focada exclusivamente em Saúde da Mulher.

A médica ainda destaca a importância do diagnóstico precoce: “10 % dos tumores malignos de mama apresentam hereditariedade por mutações genéticas. Nos outros casos, a tendência pode ser adquirida como padrão familiar (mamas de alta densidade pós menopausa, tendência familiar a tumores em geral) ou tumores esporádicos. Em geral, as taxas de cura chegam a 95%, quando há diagnóstico precoce da doença.”

“A amamentação previne o câncer de mama pois durante o processo de aleitamento, as células dos ductos mamários sofrem maturação e ficam então mais protegidas para alterações celulares que levam ao câncer de mama. Além desta maturação dos ductos, durante a fase de aleitamento a mulher fica sob escassez do hormônio estrogênio que é um fator associado ao câncer de mama hormonal”, destaca a Dra Fernanda Torras sobre a importância da amamentação para prevenção ao câncer de mama. 

Em um papo com o Portal KondZilla, a Fernanda Torras trouxe alguns pontos importantes para ficar de olho sobre o tema, e separamos em alguns tópicos. Confere aí: 

Sintomas

O câncer de mama pode ser totalmente assintomático, sendo descoberto em exames de rotina, assim como apresentar sinais clínicos, sendo os mais frequentes:

– Nódulo palpável em mama ou axila, endurecimento ou retrações da mama

– Saída de secreção hemorrágica-vermelha ou transparente pelo mamilo, unilateral

– Alterações das aréolas, geralmente unilateral, que tornam-se avermelhadas e descamativas

– Alterações da pele da mama, que aparenta textura de casca de laranja, ou inflamação

Formas de diagnóstico do câncer de mama

O Câncer de mama pode ser diagnosticado por meio de alteração palpável na mama, como nódulos, espessamentos ou retrações (nos casos de auto-exame, percebido pela própria mulher, ou em exame clínico em consultório médico).

Também pode ser por meio de alteração de imagem de rotina (microcalcificações, nódulos ou distorções encontradas a mamografia de rotina, ouultrassonografia). Além de descarga papilar patológica sanguinolenta ou transparente (nos casos onde não há indícios de nódulos, mas nota-se presença de secreção pelo mamilo) ou por alterações na pele (casos de carcinoma inflamatório da mama, que manifesta-se com aspecto de inflamação mamária).

Entre os fatores modificáveis, para prevenção e redução de riscos

– Manter peso saudável, principalmente após menopausa

– Alimentação saudável, rica em frutas e legumes

– Combate ao tabagismo e etilismo

– Atividade física regular

– Amamentação continuada – acima de 1 ano

– Planejamento para uso de Anticoncepcionais – estudos correlacionam maior risco de Câncer de mama com o uso prolongado dos métodos hormonais para contracepção, acima de 10 anos de uso. O risco reduz após retirada do método. Portanto, realizar um plano de contracepção ao longo da vida reprodutiva, podendo intercalar o método hormonal com uso de DIU.

– Terapia de Reposição Hormonal pós menopausa – A terapia hormonal combinada está associada ao aumento do risco de Câncer de mama, após 2 anos de uso. Usar somente em casos selecionados.

Importância do acompanhamento com um profissional para o diagnóstico e prevenção da doença

O rastreamento das mulheres de baixo risco para Câncer de mama (ausência de casos em familiares, ausência de fatores de risco pessoais), deve ser realizado anualmente por Ginecologista, por meio de exames clínico e imagem. O rastreamento mamográfico nesta população de baixo risco tem início aos 40 anos, e para a ausência de achados patológicos, pode seguir com o Ginecologista.

O Mastologia deve ser procurado pelas mulheres de alto Risco familiar (familiares de 1 grau com Câncer de mama ou Ovário ou múltiplos tumores malignos na família), Alto Risco pessoal (ex lesões prévias indicadoras de Risco, mulheres com alta densidade mamária que limita o correto rastreamento habitual) , ou presença de sintomas suspeitos ou alterações nos exames de rotina. A partir daí, o Mastologista será o mais indicado para solicitar biópsia, aprofundar a investigação e excluir doença maligna, assim como individualizar a frequência de retornos e exames preventivos.

Câncer de Mama em Homens e Mulheres Trans 

Devido a hormonioterapia usada, com altos níveis de estrogênio (hormônio feminino), hormônio responsável pela hipertrofia dos ductos e lóbulos mamários, onde surge o câncer de mama, teoricamente e seguindo o observado em mulheres com maior exposição a estrogênios, o risco para mutações genéticas neste tecido e Câncer de Mama estaria aumentado nas mulheres trans. Porém, os últimos estudos publicados mostram risco muito similar ao Homem Cisgenero. 

Em mulheres Trans: A realização de exame clínico de rotina, Ultrassonografia de Mamas e\ou Mamografia periódica em mulheres trans deve ser incentivada para detecção precoce de Câncer de Mama.

Homens trans que passam pela mastectomia reduzem muito os riscos de Câncer de Mama, porém, não anulam, principalmente se há uma mutação genética de alto risco para o Carcinoma de mama. Risco residual, apesar de mínimo, ocorre pois há tecido mamário em prolongamentos axilares e pode haver risco de Câncer no subcutâneo preservado.

Em Homens trans submetidos a mastectomia bilateral, a realização de auto-exame para detecção de alterações deve ser incentivada, assim como consultas periódicas sem risco genético hereditário identificado. A realização de mamografia fica tecnicamente prejudicada pelo escasso tecido mamário, mas ultrassonografia pode ser realizada.

Em homens trans não submetidos a mastectomia, a realização de exame clínico periódico e mamografia após os 40 anos de idade é recomendada.

Além disso, a Dra Fernanda Torras ainda explica como as siliconadas podem se prevenir: 

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