O pagotrap é o futuro!
Ao ouvir pela primeira vez o termo pagotrap você pode até estranhar e se questionar sobre a existência desse ritmo, mas a real é que provavelmente você já ouviu muitas músicas do gênero e nem se deu conta. Se voltarmos lá na década de 90, quando o É o Tchan e outros grupos de pagode baiano faziam sucesso pelo Brasil, vemos que a mídia classificava esse tipo musical como Axé Music. Hoje, quando revisitamos o passado, sabemos que essas bandas já partiam com influências dos sambas juninos e sambas de terreiro para criar essa nova sonoridade.
Com o passar do tempo, o gênero foi se transformando e ganhando a forma que é hoje, combinando instrumentos típicos da música pop, como baixo, bateria, teclado e metais, com as letras de duplo sentido ou sobre temas sociais. Também vale ressaltar que o ritmo reflete um processo histórico de transformações vivido especialmente pela comunidade negra e periférica. Ou seja, o pagotrap é o resultado de uma combinação que nasceu nas favelas, assim como o próprio pagode e o trap — vertente do rap que surgiu no início dos anos 2000 em Atlanta, cidade do sul dos EUA.
Quando a gente analisa os dois ritmos de forma isolada, vemos que eles tem mais em comum do que a gente imagina e apesar do ritmo parecer que surgiu só agora, há quem diga que seu início foi por volta de 2008, com os primeiros traços presentes em Não Vá Que É Barril, da banda Fantasmão.
Atualmente, o gênero que se modificou ao longo dos anos, tem ganhado cada vez mais espaço, principalmente na região nordeste do país. Bandas e artistas como ÀTTØØXXÁ, Fautino Beats, Maya, Murilo Chester, Nêssa, entre outras, tem realizado um trabalho coletivo que agrega ao desenvolvimento do pagotrap e faz com que ele seja reconhecido em outras zonas do Brasil.
E se você ainda não ouviu nenhuma música do ritmo, se liga nessa playlist que separamos:
