Comportamento

“No país do futebol, nosso esporte é outro”: conheça Jonathan Martins, fotógrafo do Rodograu

09.12.2021 | Por: Gabriela Ferreira

Imagina conseguir conciliar duas paixões? O fotógrafo Jonathan Martins conseguiu unir a paixão pela fotografia com a paixão pelo grau. Jonathan Martins é um dos fotógrafos do Rodograu, um dos picos que mais rola encontros de grau. Se liga no papo:

O Cria de Itaquera, zona leste de São Paulo, Jonathan Martins, de 32 anos, começou a fotografar em 2019. “Sempre gostei de fotografia, mas nunca tive condições financeiras para comprar uma câmera semi ou profissional. Consegui comprar a minha primeira semi-profissional em 2019 “, diz Jonathan.

No mesmo ano, ele começou a frequentar alguns encontros urbanos organizados pelo Suburbano, hoje fotógrafo da KondZilla: “Foi assim que minha paixão foi crescendo”. 

Assim, Jonathan começou a fotografar a cidade, rodando as ruas pelo centro de São Paulo. “Sempre gostei de fazer fotos urbanas. Eu saia pelo centro e ia fotografando prédios, praças, tudo que pudesse mostrar o lado oculto da cidade”, comenta ele. 

Pouco tempo depois, Jonathan começou a fotografar o grau. “Comecei no final de 2019, quando já estava sabendo manusear bem a minha câmera. Acompanho o grau há muitos anos no pátio do Itaquerão, antes mesmo de existir no Rodograu. Não fotografava antes por não ter câmera”, diz.

Foi só em setembro deste ano que o fotógrafo começou a frequentar o Rodograu, depois dos amigos Gustavinho e Wicken insistirem: “No first day que fui, fiz umas fotos que já explodiram. Fiz uma foto do Victor e por ela o pessoal descobri que tinha um fotógrafo lá. Foi aí que mudei meu nome no Instagram pra Fotógrafo do Rodograu, pra ficar mais fácil das pessoas me acharem.”

Além de fotografar o esporte, Jonathan também dá grau. “Não sou o melhor, mas sei dar uns grauzinhos de leve. Hoje, o grau tem sido meu lazer. Uma maneira de escapar do estresse diário. O grau vem se expandindo pelo Brasil. Tenho fé que um dia iremos ter o nosso espaço legalizado”, comenta o fotógrafo. 

Para fotografar como manobras, não basta saber manusear uma câmera, é um trampo que tem a ver com paixão. “Ser fotógrafo de grau vai muito além de ser somente fotógrafo. Tem que ter paixão pelo grau. Precisa enxergar a manobra perfeita porque uma foto perfeita sai em frações de segundos.

É preciso entender o que a pessoa que está conduzindo a mota quer fazer e qual manobra ela vai mandar “, explica. “Ser fotógrafo de grau é estar presente na manobra. É ficar feliz com a manobra do condutor e sabre que aquela foto pode ser uma única lembrança eterna de uma manobra perfeita”.

Além de ajudar os grauzeiros a ter uma lembrança eterna, a fotografia de grau também ajuda a valorizar a beleza do esporte. “O grau é considerado um crime pela legislação de trânsito, então sofremos preconceito pela sociedade. A fotografia valoriza qualquer pessoa, esporte ou acontecimento. Ela vem mostrando pra muitos que o grau pode ser sim considerado esporte e pode ser liberado em lugares apropriados. O grau é vida. O grau é esporte. No país do futebol, nosso esporte é outro”.

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