Moleque atrevido, MC Guimê lança “Tá Doidona”
*Todas as fotos: Divulgação // Equipe MC Guimê
Há uns meses, trocamos uma ideia com o MC Guimê sobre carreira, novos trampos e otras cositas más. Naquele papo, o cantor destacou seu desejo de ser “um cara que tem a versatilidade e consegue seguir em outros estilos”. Aproveitamos o lançamento de sábado (16) da música “Tá Doidona” para conversamos novamente com o cantor, afinal, agora temos um trabalho totalmente diferente da ostentação que virou uma marca registrada do MC. A música, ajuda a mostrar toda essa versatilidade dita por ele. Guimê também contou ao Portal KondZilla sobre a época que foi dupla com MC Rodolfinho, seu primeiro encontro com KL Jay e outras fitas. Vai segurando.
Tem uma música do sambista Jorge Aragão, “Moleque Atrevido”, que é um resumo da carreira do MC Guimê. Fazendo uma alusão ao próprio nome da música, o funkeiro se considera um “moleque ousado” e, por isso, não fica preso a apenas um estilo, um ritmo, uma vertente. A ideia é variar.
“Desde o começo da minha carreira, eu sempre fui muito ousado em tudo que fiz e isso sempre me trouxe um bom reconhecimento”, conta o cantor. “Pensei que essa era a hora de fazer algo pra quem sempre consumiu MC Guimê, de uma forma atual. Por isso, comecei a ouvir tudo o que tá rolando no mercado da música, lá fora mesmo, escutando músicas africanas, latinas, etc. Fui vendo referências e pensei que essa era hora de fazer algo mais dançante, com elementos da música brasileira. Quando o RD da NH [produtor] me mostrou a música pronta, eu pirei! Tô muito feliz com o resultado”.
Foto: Divulgação // Equipe MC Guimê
“QUEM FOI QUE FALOU QUE EU NÃO SOU UM MOLEQUE ATREVIDO?”
Diz o primeiro verso do samba do Jorge Aragão. “Tá Doidona” é uma música, como o próprio MC Guimê resumiu, “ousada”. E o videoclipe não fica longe disso. Filmado em um resort na praia de Guarajuba, na Bahia, foram mais de 10 horas intensas de gravação, com direito a coreografia do grupo FitDance. Ah, e teve um pequeno detalhe que não poderia faltar.
“Foi bastante cansativo (risos), mas valeu a pena. É um videoclipe com muita coreografia, a galera do FitDance participou também, pois o mercado está pedindo muita dança. Claro que também não poderia faltar aquela ostentação, com o estilo e o jeito de ser do MC Guimê”, brinca o cantor.
Foto: Divulgação // Equipe MC Guimê
“NÃO SE DISCUTE TALENTO”
Diz certa estrofe de “Moleque Atrevido”. Realmente, talento não se discute. Mas tenta-se entender como é construído aquele cantor ou cantora, ele é resultado de quais misturas. Guimê é uma mistureba (como ele mesmo se resume). As parcerias que já fez com Emicida, Cláudia Leitte, Turma do Pagode, Henrique e Juliano, com o rapper K2RHYM (que teve videoclipe em Dubai), e até bateria de escola de samba, mostram que essa variedade de ritmos ajudou bastante a formar a figura dele, além da “ajuda” dos amigos mais próximos.
“Quando eu comecei ir pra estúdio, fazer parceria com Henrique e Diego, Emicida, Cláudia Leitte, enfim, eu comecei a me ligar que o barato é você se envolver com as pessoas, deixar tudo fluir. Meu amigo Diego Douetts, por exemplo, é uma das pessoas que sempre procuro ouvir, ele me dá boas dicas. Então, sempre procuro estar antenado em tudo, escutando de tudo, procurando evoluir. Minha experiência em Dubai mostra um pouco isso, sempre que viajo procuro conhecer a cultura, e lá é uma região com costumes bem diferentes”.
Foto: Divulgação // Equipe MC Guimê
“GANHEI MINHA FAMA DE BAMBA NO SAMBA DE RODA”
Canta Jorge Aragão. Em 2013, ainda pouco conhecido, Guimê foi dar um rolê na Galeria do Rock, no Centro de São Paulo. Lá ele trombou o DJ KL Jay, monstro do hip-hop nacional e integrante do Racionais MCs. Foi nesse encontro que Guimê teve noção de que tinha se tornando um bamba (termo usado para pessoas bem conceituadas no meio onde trabalha).
“Eu encontrei ele em 2013, na Galeria do Rock. Estava colando numa loja de CDs de música, quando alguém falou: ‘pô, olha o KL Jay ali’. Daí fui até ele, abordei e ele disse que conhecia meu trabalho. Pra mim, foi uma verdadeira realização, ele me chamou de talento nato. Aquilo foi um combustível pra minha carreira, um cara que eu sempre tive como mestre elogiando meu trabalho? Foi foda demais!”, explica o MC, que quatro anos depois lançou “Tá Patrão 2.0” com o DJ do Racionais MCs.
Foto: Reprodução // Instagram
“E A GENTE CHEGOU MUITO BEM, SEM DESMERECER À NINGUÉM. ENFRENTANDO NO PEITO CERTO PRECONCEITO E MUITO DESDÉM”
Essa parte do samba fala bem do começo de carreira, quando Guimê e outros MCs paulistanos enfrentaram muitas dificuldades para cantar o funk ostentação da época. Entre esses MCs estavam Dede e Rodolfinho. O trio, que depois de bater muita pedra marcou seu nome na história do movimento, hoje, fazem parte do casting da KondZilla Records com muita história pra contar e cantar.
“É irado trampar com esses meus amigos das antigas”, fala Guimê. “O Dede é um cara que eu trombo das antigassas [sic], ele sempre foi um bom MC, eu gosto muito do trabalho dele. O Rodolfinho eu não tenho nem o que falar, ele literalmente nasceu comigo. Pouca gente sabe, mas no comecinho nós éramos uma dupla. Fizemos uns 10, 15 shows juntos e tudo mais. Mas naquela época, há uns sete anos atrás, era tudo mais difícil e acabamos não continuando. No entanto, anos depois, podemos falar que demos certos no funk e hoje somos referências pra molecada”, diz, orgulhoso
“RESPEITE QUEM PÔDE CHEGAR ONDE A GENTE CHEGOU”
Assim termina o samba de Jorge Aragão, e assim MC Guimê pode se ver no espelho do funk. Com um caminho longo já percorrido, o cantor não tem medo de ousar e tentar se diferenciar da maioria, sempre fazendo um trabalho com o aval do público.
Fique ligado que o videoclipe da música “Tá Doidona” sai amanhã, no Canal KondZilla, às 15 horas. Aproveite para se inscrever e não perca nenhum lançamento.
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