Música

Um papo sobre música e carreira com DJ RD

14.03.2019 | Por: Gabriela Ferreira

O DJ RD é responsável pela produção de duas músicas muito famosas de 2018, “Amor de Verdade”, dueto lindo do MC Kekel com a MC Rita que ultrapassa os 500 milhões de visualizações, e “Só Quer Vrau”, dele com o MC MM – outro sucesso com mais de 270 milhões de visualizações. Depois dessas duas, muitas outras músicas vieram e continuam vindo agora em 2019 porque o bicho não para. Aproveitando que “Amor de Verdade” completa um ano agora em março, o Portal KondZilla trocou uma ideia com o produtor sobre os anseios e as cobranças que vem depois de estourar um grande hit.

O produtor responsável pelos hits do funk, que hoje tem 26 anos, começou sua carreira a mais de 10 anos atrás, no Rio de Janeiro, quando ainda assinava como DJ RD da NH. Ele se mudou pra São Paulo em 2017 em busca de oportunidades e diz que hoje em dia até prefere aqui, apesar do Rio ser maravilhoso. “Sinto falta de algumas coisas. Por exemplo, lá o custo de vida é mais em conta. Também sinto falta do Guaravita, Guaracamp e das praias”.

Uma parte da boa relação do RD com a capital paulistana é que aqui é mais oportuno pro trampo dele. “Vim pra cá sabendo que iria ser melhor pro que eu gosto de fazer, que é algo mais musical, mais tocado e aqui tem mais oportunidade de crescer”. Vir pra cá também trouxe mais profissionalismo e liberdade em sua carreira. “Uma galera que tava na KondZilla quando eu cheguei me inspirou bastante. Eles também me deram uma mão pra entrar no mercado. Graças a Deus hoje tenho mais liberdade de fazer mais coisas que eu acredito e que saem da minha cabeça”.

Essa liberdade fez o produtor criar “Só Quer Vrau”, que conta com mais de 200 milhões de visualizações e viralizou ano passado. Porque além de ser muito boa, é tirada de “Bella Ciao“, música de protesto italiana tocada na série “La Casa de Papel“, da Netflix. O clássico italiano virou funk. “Tava vendo a série e ouvi a música e logo pensei ‘aí tem coisa pra eu aproveitar'”, explica RD sobre a ideia de trabalhar em cima da canção. “Eu até pensei em fazer sozinho, aí no dia o MC MM colou no estúdio porque a gente tava trabalhando numa música, e eu achei que não tinha muita coisa, então falei pra ele da minha ideia. Aí fizemos a letra juntos e deu certo”.

E realmente deu certíssimo. A música chamou atenção até dos gringos e o sucesso reforçou a confiança do produtor. “Tudo que a gente faz, a gente tem que fazer acreditando que vai dar certo por mais louco que seja”, comenta sobre confiar no seu próprio instinto. “A ‘Só Quer Vrau’ eu fiz pensando em pegar a galera dos memes. Até quando eu fiz a versão putaria, era pra tocar na favela e estourou pra um público muito maior, graças a Deus. Por isso temos que acreditar”.

Já em “Amor de Verdade”, RD conta que MC Kekel chegou com a letra contando que tentou vender em três estúdios e ninguém levou a sério. Percebendo o tesouro que batia a sua porta deixou a música pronta em quatro dias. Quem renegou o trabalho deve ter se arrependido porque a música bombou e não foi pouco. Mas, o que acontece depois que você produz um sucesso tão grande?

“Existe uma cobrança da minha parte porque eu me cobro muito. Não consigo fazer um trabalho e ver que não deu um resultado bacana. Eu realmente fico chateado”, comenta ele. “Mas tudo que eu faço é pensando que vai dar certo. Quando você faz um trampo que chega a nível mundial, você se cobra muito. Mas eu tento me superar pra poder provar pra mim mesmo que eu consigo”.

Por causa dessa cobrança, o RD conta que é muito importante estar sempre antenado no que está acontecendo. “Procuro sempre o que tá rolando nas músicas em geral, mas minhas referências não mudaram muito. Gosto muito de reggaeton e de eletrônica, mas a referência de ‘Amor de Verdade’ foi uma música antiga da Jennifer Lopez, então tudo depende da música que eu vou fazer. Pra ‘É Rave Que Fala Né‘, do Kevinho com o Tio Holly, usei um sample de um DJ de agora, o Vegas, que é meu brother”.

Com esses e outros sucessos, RD também é parte do crescimento do funk em todos os lugares. “Hoje, o funk toca em novela, em série, no horário nobre das rádios. Anos atrás era difícil você ver uma festa de 15 anos que tocava funk, era um desafio por causa do preconceito com o funk. Não tocava em qualquer lugar, até os cara que faziam sucesso na época, tipo o MC Marcinho e o MC Koringa, por mais light que fosse a música, não tocava”.

Pro RD, o que falta pro funk é mais repercussão internacional, só que isso não vai demorar muito pra acontecer. “O que falta é alguém tipo a Beyoncé gravar um funk, um rapper fazer um beat foda de funk. Creio que isso vai rolar em breve”. Será que sai das mãos dele? Pra 2019, o produtor promete muito som bom, “Só Vai” indica que o produtor esta no caminho certo.

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