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Um ano sem Marielle Franco

14.03.2019 | Por: Gabriela Ferreira

No dia 14 de março de 2018, a vereadora mais votada do Rio de Janeiro, com 46 mil votos, Marielle Franco, foi morta a tiros enquanto voltava para casa junto de sua assessora Fernanda Chaves e o motorista Anderson Gomes. Em seu primeiro ano de mandato político, Marielle lutava pelos negros, LGBTs e periféricos iguais a ela. A sua morte nunca foi esquecida, e Marielle virou ‘semente’, espalhando sua luta para mais pessoas e militantes. Hoje o Portal KondZilla te conta mais sobre esse movimento.

No dia 12 de março, dois dias antes da data em que marca o dia da morte da vereadora (hoje) dois suspeitos foram presos acusados pela morte de Marielle e Anderson Gomes, o motorista que levava a vereadora para casa. Além de descobrir quem puxou o gatilho, ainda resta saber: quem mandou matar Marielle?

Neste um ano sem respostas concretas, com muita desilusão e tristeza, a luta de Marielle não foi esquecida e como muitos já falaram: Marielle virou semente e está florescendo ao redor do Brasil. Não só o assassinato da vereadora trouxe luz para as questões debatidas por ela, como também levantou debates também sobre o espaço que ela ocupava, afinal, quantas mulheres negras, mães, lésbicas e da favela vemos na política.

*reprodução Facebook

Nascida no Complexo da Maré, Marielle se formou em Ciências Sociais com bolsa integral na PUC-RJ e fez mestrado de Administração Pública na Universidade Federal Fluminense. Também trampou no Centro de Ações Solidárias da Maré.

Sua caminhada na política começou impulsionada pela morte de uma amiga, vítima de uma bala perdida em um tiroteio na favela onde elas cresceram. Depois de 10 anos trabalhando com Freixo, Marielle alçou voo sozinha em rumo aos 46 mil votos conquistados na eleição de 2016 seu primeiro cargo oficial.

Na Câmara, ela foi presidente da Comissão da Mulher e foi autora do projeto Dossiê Mulher Carioca. A lei prevê estatísticas e análises periódicas sobre a situação das mulheres que sofrem qualquer tipo de violência.

Marielle, inclusive, era uma grande militante a favor do fim da violência contra a mulher porque até hoje, os números de feminicídio são alarmantes. Em 2018, só no Rio, 70 mulheres morreram por feminicídio, na Baixada Fluminense, foram 20, e as tentativas de homicídio passaram de 280. Em São Paulo, de janeiro a novembro de 2018, 119 mulheres morreram, o que representa um aumento em relação ao ano anterior, que registrou 94 mortes.

*reprodução Instagram.

Entre todos esses debates, medos e anseios depois da execução de uma figura política e o desrespeito para com a sua imagem durante as eleições, Marielle continuou florindo: três assessoras diretas da vereadora foram eleitas para cargos na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro em 2019. Além delas, o PSOL, partido que Marielle era filiada, conseguiu eleger a Bancada Ativista, em SP, que conta com nove membros que lutam pelos direitos humanos. Em Pernambuco, o coletivo Juntas, formado por cinco mulheres, também conseguiu se eleger e está aí lutando pelos Direitos Humanos.

Antes de entrar pra política, Marielle servia a sua comunidade como educadora infantil. A Educação e a luta por direitos sempre foi um diferencial da Marielle, mesmo antes da sua morte. Histórias como essa nos mostram que para fazer a diferença, não é necessário seguir uma carreira política. Contamos diversas histórias de pessoas que se voltaram a periferia para melhor a vida do próximo, como Débora Garofalo, que ensina tecnologia para jovens da periferia, Voice que ensina inglês para mulheres de periferia e a escola #ÉNois, voltada para jovens de periferia. Nossa missão como Portal KondZilla é dar luz às questões da periferia. Marielle semente plantou essa ideia. Assim, podemos crescer todos juntos. Hoje e sempre.

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