Sons da Rua mostra o melhor do rap nacional
“Vamo que vamo que o som não pode parar”. Esse verso dá uma dimensão do que foi o Festival Sons da Rua, que rolou neste sábado, 3 de novembro, no estacionamento da Arena Corinthians, na Zona Leste de São Paulo. O evento contou com Thaíde como apresentador e shows da Alt Niss, Djonga, Rincon Sapiência, Emicida, Mano Brown além de outros nomes novos da cena. Com uma ajudinha de São Pedro, o evento foi uma celebração da cultura hip-hop com muita resistência. Agora o Portal KondZilla te conta como foi!
Thaíde foi o Mestre de Cerimônia da festa
Sabadão e o sol estralando, a galera que vinha de metrô Corinthians-Itaquera subia a ladeira sentido Arena Corinthians já no pique do festival. Os portões abriram às 12h e nós chegamos por volta das 14h, junto com uma massa de gente. A galera tinha dois palcos pra acompanhar: num palco menor rolavam batalhas de MCs, já no palco principal aconteciam as apresentações, além de acompanhar trampos ao vivo de grafite, parte integrante da cultura hip-hop. É bom destacar a presença de todos as tribos: gente mais nova, com uma galera adolescente, pretos e brancos, fãs do old school e fãs do trap. Enfim, um público eclético, mas que tinha em comum o amor pelo rap.
Os caras da cena também colaram na pista, tipo o FEBEM e o Don Cesão
Óbvio que tinha Corinthiano por lá…
Os famosos duelos de rima.
De início, se apresentaram no palco principal os artistas e grupos finalistas do concurso TNT, que teve o grupo Família ZL como vencedor. A primeira artista convidada a subir ao palco foi Alt Niss, que deixou claro a importância das minas ocupando todos os espaços possíveis.
“Eu tô na música há muitos anos e faz um tempo que minha carreira tá dando uma guinada. Pra mim, tá sendo muito legal tá presente num festival desse tamanho, fico muito feliz. Mas ainda falta, né?! Vou ficar ainda mais feliz quando ver muito mais mulheres participando, mas temos que aproveitar todos os espaços possíveis, em todos os momentos possíveis”, explica em entrevista, a cantora Alt Niss. “Hoje fui um dia especial, missão cumprida mesmo”.
Alt Niss abriu o palco do Sons da Rua
Durante o evento, rolou uns grafites ao vivo do artista Marcelo Eco.
Público chegou cedo pra acompanhar todos os shows
Sol a pino e a galera já preenchia quase todos os espaços possíveis do lugar quando subiu ao palco Djonga. O rapper de Belo Horizonte levantou o público com músicas do seu mais recente álbum, “O Menino Que Queria Ser Deus” e dos trampos antigos do “Heresia“. A galera não deixou a poeira abaixar, com direito a bate cabeça e stage dive do cantor.
“Faz parte do nosso estilo de show ser uma parada bem pra cima, com bate cabeça, geral cantando. Fico até triste quando a galera não canta, porque não é um show meu, um show do Djonga, é um show nosso. Tocar em festival é diferente, é algo bem especial, uma conquista de público diferente. Nada melhor, eu sempre trabalhei pra isso”, explicou Djonga, em uma conversa rápida com o Portal KondZilla.
Djonga foi pra galera, ele ta ali na direita.
Embaixador e Mestre de Cerimônia do evento, Thaíde animou o público antes da entrada da próxima atração chegar junto com o pôr-do-sol, já pelas 18h. Rincon Sapiência, também conhecido como Manicongo, fez geral meter dança com seu #Afrorap.
Com sintetizador de voz e muita malemolência, o cantor fazia um show irretocável quando São Pedro decidiu participar da festa, trazendo uma ventania daquelas bem brabas. A galera da segurança invadiu rapidamente o palco, tirou o artista em segurança e não explicou pro público exatamente o que tava acontecendo. Em meio a confusão, ficamos sem entender o que estava acontecendo.
Com palco principal de fundo, galera procurou se proteger
O vento não dava trégua, a chuva chegou junto também e o público ficava naquela dúvida se o show ia continuar, enquanto se abrigava em uma das poucas partes cobertas do evento, uma espécie de praça de alimentação da Arena Corinthians. Mas era só um teste divino pra ver quem resistia firme pra ver as duas últimas atrações. Para segurança de todos, a produção do evento realocou os shows do Emicida e Mano Brown para o palco menor, onde rolavam às batalhas de MCs.
Cobertura virou “camarote” pra quem resistia
Nem o vento e a chuva desanimou a galera.
Foi numa pegada de proximidade com o público que Emicida chegou, deixando de lado todo aquele fuzuê causado pelo mau tempo tinha ficado pra trás. Talvez essa foi a mensagem do senhor do tempo: criar uma espécie de “remember” de shows onde artista e público ficam quase colados. Emicida fez questão de destacar a importância de não deixar essa chama da música se apagar. O destaque da apresentação ficou por conta da música “Mandume“, com direito a participação da Drik Barbosa, Amiri, Muzzike e Raphão Alaafin. Só faltou o Rico Dalasam.
Pra fechar a conta e passar a régua, tivemos Mano Brown, um dos quatro pretos mais perigosos do Brasil que, juntos, formam os Racionais MCs. Não tinha maneira melhor de fechar esse festival, com direito à clássicos do rap como “Vida Loka Pt II” e “Jesus Chorou“, além de trabalhos mais recentes, como “Mil Faces de Um Homem Leal” e “Finado Neguin“.
O Festival Sons da Ruas não é apenas um dos maiores festivais de hip-hop do país, ele é um dos maiores festivais de música e cultura de uma maneira geral. Na sua terceira edição, o evento mostrou que independente do que aconteça, o importante é celebrarmos a cultura e sermos resistentes, o que nos tempos atuais é fundamental.
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