Matérias

Léo Santana, o “Gigante” do pagodão

04.12.2017 | Por: Kondzilla Portal

*Foto: Felipe Max // Portal KondZilla

Desde a virada do milênio e a popularização da internet, diversos movimentos periféricos começaram a surgir e o intercâmbio musical explodiu de uma maneira sem precedentes. Atualmente, é muito comum encontrar versões de uma mesma música em ritmos diferentes. Essa simbiose musical abre nossos olhos e ouvidos para universos até então desconhecidos, um deles, que bebe da fonte do funk, é o “Pagode Baiano“, vulgo Pagodão.

Acompanhando o Canal KondZilla, você deve ter ouvido a versão da música “Vai dar PT” do Léo Santana, o “Gigante” – pelo seu tamanho e talento. Conhecido por diversos trabalhos, talvez o mais famoso seja a música “Rebolation” do Parangolé, o cantor vem distribuindo sucessos, ano após ano, com diversos artistas – inclusive com MC Kevinho, em “Encaixa“. Se liga agora no papo do Portal KondZilla que vamos te apresentar o movimento e a carreira do cantor.

Era 2010. Um ano após assumir os vocais do Parangolé, Léo Santana batia o recorde mundial do Guinness Book ao colocar 100 mil pessoas para dançar ao som de “Rebolation”, composição sua em parceria com o cavaquinista Adriano Nenel. Mais do que um sucesso pessoal de Léo, a música levou aos quatro cantos do Brasil o “pagodão”, o novo som da periferia baiana (digo novo porque talvez as pessoas confundam o axé como o movimento das periferias, mas adianto que não é).

Desde então a carreira do cantor tá como? Igual pipa no céu, lá no alto. Em 2014, decidiu sair do Parangolé e deslanchou em carreira solo, fazendo shows por todo o país e abriu a carreira para fazer parcerias diversas, como por exemplo a contagiante “Encaixa” com o MC Kevinho. Ele também regravou o hit “Vai Dar PT”, que já faz parte do repertório de Aviões do Forró, Wesley Safadão e das aparelhagens do Pará. Léo, também chamado de “o gigante” (com seus quase 2 metros de altura), arremata esse movimento com o videoclipe “Várias Novinhas” no Canal KondZilla, sua aposta para o verão de 2018.

Para quem não vive no Nordeste e não acompanha o movimento, o pagodão pode ser inicialmente confundido com axé – afinal, esse foi um movimento muito grande nos anos 90. Mas há diferenças substanciais. O axé nasceu de misturas da musicalidade afro (pense no samba-reggae do Olodum) e pop latino ( as lambadas de Luiz Caldas). Essa mistura de ritmos recebeu o nome de “Axé Music”.

Já o movimento em que o Léo Santana está presente, o “pagode baiano” (também conhecido como swingueira em muitas cidades nordestinas) surgiu no final da década de 90 e início dos anos 2000. É descendente da tradição do samba de roda do Recôncavo Baiano, incorporando várias camadas de percussão e acrescentando levadas hipnóticas no baixo, instrumentos eletrônicos, visual inspirado no hip hop americano e, claro, batidas do funk.

foto-leo-santana-1*Foto: Felipe Max // Portal KondZilla

Léo Santana joga no time de frente do movimento. Há outras bandas que participam do pagodão, e uma delas é a Fantasmão que experimenta beats eletrônicos e tem um visual chamativo: a banda inteira pinta o rosto de branco e se veste com lençóis brancos, como fantasmas mesmo. Apesar de negligenciada na mídia tradicional, por volta de 2008 a banda já fazia shows para 20 mil pessoas e tinha uma enorme e fiel base de seguidores na internet.

Outro nome é o Psirico, banda liderada pelo carismático Márcio Vitor, que estourou nacionalmente com “Sambadinha” (2004) e depois com “Chupeta” (2010). O suingue acachapante da bateria do Psirico encantou até o rapper Kanye West, que pediu para gravar com os caras, mas a agenda de Márcio Vitor não ajudou.

Aos 29 anos, Léo Santana é talvez o artista mais novo no panteão do movimento. Carismático e sempre estiloso, Léo diz, em conversa por e-mail, que encontra no rap americano uma influência importante. “Gosto muito de ouvir hip-hop, e sou muito fã de Usher, Chris Brown, Ne-Yo, tenho eles como referência, na musicalidade, na cultura, no ritmo…”.

foto-leo-santan-2Foto: Léo Caldas // Portal KondZilla

Musicalmente, ele representa uma abertura do pagode baiano para uma infinidade de outros ritmos. Seu DVD “Baile da Santinha”, por exemplo, foi gravado em Fortaleza e tem participações de Marília Mendonça e do MC TH. E o repertório dos seus shows sempre contam com os funks mais famosos, como “Vai Embrazando”, “Apaga a Luz e Toma”, “Agora Vai Sentar” e “Vidro Fumê” — música do TH que, na voz do baiano, foi sucesso no Carnaval de Olinda deste ano.

“Várias Novinhas” é o terceiro lançamento do cantor com a KondZilla e consolida todas essa proposta de união: tem o “solinho” do arrocha, a inconfundível percussão do pagode, uma guitarra solando e até uma sanfona do sertanejo/forró universitário. Isso no canal que é símbolo do funk, mas para Léo Santana, isso nem de longe é um problema. Na real, os ritmos não são assim tãããããão distantes: “O pagode e o funk são ritmos muito próximos, ambos mexem com a sensualidade e com a dança. Tem muita coreografia e uma batida envolvente, por isso canto bastante funks em meu show”.

Acompanhe o trabalho do Léo Santana pelas redes: Facebook // Instagram

Leia também:

Conexão Brasil-Angola retrata Luanda, o berço do Kuduro

Sucesso no Rio de Janeiro, o Arrocha Funk vem ganhando espaço como ritmo bem brasileiro

PUBLICIDADE Flowers

Veja também

PUBLICIDADE Flowers