Comportamento

Fotos fodas de mulheres fodas

08.03.2018 | Por: Jessyca Alves

Convidamos a fotógrafa Jessyca Alves para falar sobre um de seus ensaios: “A autoestima da mulher negra”. Inspirado no Dia da Mulher Negra, Jessyca contou como aconteceram as fotos e como foi a interação com cada uma dessas personagens únicas. Confira:

Jessyca: Desde muito pequena eu sofria com a minha autoestima, me sentia insegura, deslocada, feia e estranha. As pessoas sempre diziam “nossa, ela tem a pele clara, mas tem cabelo duro. Tem traços de negro, mas é branca. Ela é bonita, pena que tem esse cabelo ruim”. Me sentia confusa sobre a minha real identidade. Então eu fui atrás de saber quem eu realmente era. Me descobri uma mulher negra aos 21 anos.

Passei por muitas coisas para chegar até aqui. Então resolvi reunir essas mulheres, escutar suas histórias e compartilhar com outras mulheres para mostrar que não estamos sozinhas, que muitas de nós temos desde muito cedo a nossa autoestima fragilizada. Muitas vezes por pessoas próximas que não tem noção da importância de empoderar uma criança, de ajudá-la a ter e criar uma autoestima saudável. E foi através dessas mulheres que pude entender muitas coisas.

É importante saber ouvir, não deixar de ser você em momento algum, se amar em primeiro lugar, respeitar o tempo e a história de cada um, não julgar, entre outras coisas. Através do contato que tive com todas essas mulheres, eu pude aprender e compreender que a autoestima de qualquer pessoa está inteiramente ligada a infância, que a família influencia muito na construção da nossa autoestima.

Edna Costa, aposentada, 63 anos

Dona Edna, uma senhora muito simpática. Passamos uma tarde muito agradável juntas, conversando sobre diversos assuntos. Ela me contou sobre seus pais, sua infância, sua neta, entre outras muitas coisas relacionadas aos seus 63 anos de vida. Aprendi com ela, naquele dia, o quão importante é nunca deixar de lutar por aquilo que desejamos. Ela, com suas palavras doces e gentis, me mostrou que não existe idade para fazermos aquilo que amamos, que o caminho para o “sucesso” é sempre ouvir a voz do coração. Como ela mesmo me disse: “Nunca deixe de ser curiosa, nunca deixe de sonhar e de realizar os desejos da sua alma”.

Khadija Alves, coordenadora de planejamento e música, 30 anos

O encontro com Khadija foi muito interessante, ela me fez crescer e amadurecer em diversos aspectos. Meu primeiro contato foi no dia das fotos. Ela chegou toda tímida, falando pouco, observando tudo, e aos poucos foi se soltando. Ela me contou sobre suas vivências, seus desejos, seus sonhos… Uma mulher cheia de luz. Ela brilha por onde passa!

Nesse breve encontro aprendi a importância de ouvir o outro com paciência, amor e carinho. De enxergar além do horizonte, de saber encontrar coragem, de não baixar a cabeça por mais difícil que tudo esteja. Com as palavras dela: “Seja você por onde for!”.

Brunata Mires, escritora e ilustradora, 24 anos

Brunata, uma mulher de personalidade forte. Nossa vivência trouxe aprendizados, ela me mostrou que podemos ser o que desejamos. É preciso acreditar em si antes de mais nada! Correr atrás dos nossos sonhos nunca é em vão. A luta é diária, mas a vitória sempre surge. Com suas palavras: “Se mova, e tudo ao seu redor se moverá”.

Aretha Ferreira, assistente de gestão de políticas públicas, 37 anos

Aretha, mãe de duas crianças. Me mostrou a importância da construção de uma boa autoestima na infância (de qualquer pessoa). Mulher que deixou de alisar os cabelos por causa dos filhos: ela queria ser referência para eles. Com as palavras dela: “O nosso cabelo diz muito sobre nós. Resista!”.

Luz Ribeiro, poetisa, 27 anos

Luz fez meu coração transbordar de amor. Me mostrou que mesmo com tantos traumas causados ao decorrer da vida, com tantas feridas e sofrimentos, nós não devemos deixar de amar o próximo, não podemos deixar de acreditar no próximo, muito menos de acreditar em si mesmo. Nós podemos até parecer frágeis em alguns momentos – e tem dias que até somos -, mas somos mulheres fortes que não abrimos mão de sermos nós mesmas, de sermos quem somos, por nada e nem por ninguém.

Bruna Cândido, advogada, 30 anos

Bruna, um dos corações mais bondosos que pude conhecer nos últimos tempos.
Mulher ouvinte, que está sempre disposta ajudar o próximo. Me ensinou o verdadeiro significado da palavra “Ubuntu”.

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Eu, Jessyca

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