Música

Entenda porque o MC Daleste é tão importante para o funk de São Paulo

28.10.2022 | Por: Karine Ferreira

Se o MC Daleste estivesse vivo, no domingo (30 de outubro) ele estaria completando 30 anos, mas infelizmente o cantor morreu assassinado em 2013. Ele não pôde presenciar a ascensão do funk de São Paulo, e olha que o artista foi uma das peças principais pra essa evolução.

Para quem não se lembra, o funk que começou lá no Rio de Janeiro e desceu a Baixada Santista, contou com alguns nomes de extrema importância para que o estilo caísse no gosto da galera quando chegou em São Paulo. Alguns desses foram MC Lon, MC Dede, MC Guime, MC Nego Blue, MC Menor do Chapa e claro, Daniel Pellegrine, o eterno MC Daleste.

Entenda porque o MC Daleste é tão importante para o funk de São Paulo
Reprodução: Internet

Não é à toa que 7 de julho, a data da morte do MC, é marcada como o Dia Estadual do Funk. O artista nasceu e viveu a vida toda na favela Jau, na Penha, zona leste da capital paulista, conquistou inúmeros fãs graças às suas músicas, história de vida e personalidade. Em sua carreira, o cantor começou pelo proibidão, aquele que aborda temas relacionados à violência e ao crime, mas bombou mesmo com o estilo ostentação, o que levou o artista a ser referência eterna no mundo do funk.

Sua morte prematura é até o momento uma das maiores perdas da comunidade funkeira. Muitos veem no Daleste o jovem com potencial, com história de vida difícil e com grandes sonhos que teve a vida interrompida por uma brutalidade logo após começar a conquistar suas próprias vitórias. Além dos sucessos com a música, MC Daleste também era espelho para a galera da quebrada que sonhava em mudar de vida por meio da arte.

Durante sua trajetória, o MC fez com que músicas como Ipanema, Angra dos Reis, Quem É, Deusa da Ostentação, Mãe de Traficante, Água na Boca, Mais amor menos recalque e várias outras tocassem em todas as quebradas. Mesmo após sua morte, o cantor, que começava a passar pelo auge de sua carreira e a se tornar referência no ostentação, não perdeu seu posto, mas se consagrou na história como um dos pioneiros no funk paulista.

Além disso, pode se dizer que as músicas de Daleste também influenciaram na construção do estilo do funk paulista, foi um dos responsáveis por criar as características que dariam uma identidade mais específica ao funk que vinha da Baixada e começava a crescer na capital. As linguagens do proibidão, do consciente e do ostentação, carregavam o estilo mais alongado dos MC’s do litoral, além de se manter fiel às vivências que aconteciam em sua quebrada, o que era conhecido na Baixada como funk de relato. Hoje o que mais se assemelha a esse estilo na capital segue sendo o funk consciente.

Atualmente, o MC que é sempre lembrado como ref, também é constantemente citado em músicas pelos atuais funkeiros dessa geração. Ano passado foi lançada uma música de Daleste em uma parceria com o MC Hariel que ficou gravada antes do cantor morrer e cuja existência só foi divulgada em 2021.

Este ano a Gloria Groove, também cria da Leste, fez questão de homenagear o cantor em sua faixa ‘Vermelho’, que faz referência ao sucesso “Quem é essa menina de vermelho” do cantor. MC Paiva da ZS canta que “Já dizia MC Daleste, sintonia sou eu por você, de bonde pra bonde é conexão”. Dessa forma, mesmo com uma perda gigante pro estilo, o artista se mantém eterno na história, nas lembranças e no presente, estando sempre vivo na mente de quem sabe apreciar o funk.

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