Comportamento

Design e funk se juntam no “Modernismo Funkeiro”

27.10.2017 | Por: Renato Martins

O funk é um movimento cultural que resulta em diversos tipos de sentimentos nas pessoas, além de envolver muita criatividade. Uma das características mais marcante do movimento são os videoclipes, que retratam essa vertente de uma forma cinematográfica. Mas teria outra forma? A carioca Paula Cruz, 26, decidiu criar a página Modernismo Funkeiro, inspirado no movimento de design conhecido como Modernismo (começo do século XX) e projetou a cultura atual no formato de antigamente, com alguns “lambe-lambe“, sabe? Falamos com a designer para entender mais dessa ideia, veja agora no Portal KondZilla.

Natural do Rio, seria difícil a carioca não ter contato com funk. Com o ritmo batendo a sua janela e com um apreço ao funk – ela conta que escutava bastante a equipe Furacão 2000 -, Paula decidiu fazer seu primeiro cartaz em 2013, depois que ouviu a música “Beijinho no Ombro”, da cantora Valesca Popozuda. A ideia aqui foi transformar som em imagem, ou melhor, letras.

“Fiz [o cartaz] por brincadeira, utilizando a letra que era bem interessante. Publiquei no Facebook e a galera começou a comentar, elogiar”, diz, em entrevista pelo telefone. “Eu curti, pois me divirto com música e design, e comecei a fazer com outras letras”.

Cruz se utiliza da linguagem do movimento de arte chamado Modernismo nos seus trabalhos – movimento que refurmou a linguagem, muito por conta de novas tipografias (letras) e também do lema dessa vertente: “Design para todos”.

“Tem música que eu ouço uma vez e já me vem a imagem do cartaz na cabeça, algo quase que automático”, explica a designer. “Isso acontece quando a batida é muito forte ou a letra é algo marcante, daí o processo acaba ficando mais fácil. Em outros casos, acabo fazendo alguns testes e sempre procuro experimentar, porque o funk dá essa abertura”.

Com quatro anos de trabalho, a designer se diz feliz com o que conquistou e com a propagação do seu projeto, que não fica só na internet e agora conta com vendas online: tanto de cartaz como também camisetas e moletons com as artes feitas.

“Muito desse crescimento é por causa do compartilhamento da galera, algo bem orgânico e que acontece por conta da popularidade do funk. A coisa foi crescendo, a galera foi pedindo pra eu vender os cartazes e eu nem sabia quanto cobrar pelo serviço”, comenta Paula, que hoje trabalha na agência Relâmpago, que também tem trabalhos envolvidos com funk, como com movimento Heavy Baile. “Hoje, espero contribuir com o cenário, na forma da galera ver o funk. Isso é o que me motiva”, finaliza.

A mescla do funk com design deu mais que certo. Os trampos ficaram muito legais e a galera vem aprovando. Quem sabe esse projeto inspire mais pessoas a terem uma visão diferente do funk?

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