Conheça o Rikimaru, coreógrafo japonês apaixonado por funk
Com certeza você já deve ter passado por algum vídeo ou challenge de pessoas de outros países ouvindo nosso tão amado funk. Músicas como “Olha a Explosão”, do Kevinho, “Bum Bum Tam Tam”, do MC Fioti, e muitas outras viralizaram na gringa. Alguns desses funks andaram, principalmente no continente asiático, graças a um nome: Rikimaru Chikada, o coreógrafo japonês que já trabalhou com grandes grupos de k-pop e membro do grupo WARPs UP.
Recentemente, Rikimaru viralizou nas redes após se apresentar com “A Caminhada”, da Gloria Groove, e “Bandida”, da Pabllo Vittar, no reality show chinês Chuang 2021. Ele e Santa, que se apresenta junto, chamaram a atenção por dançarem e cantarem em português. Nós fomos atrás do Rikimaru pra trocar uma ideia e descobrir de onde vem esse interesse dele pelo Brasil. Se liga!
Aos 27 anos, Rikimaru Chikada é um dos principais coreógrafos da indústria asiática. Ele é responsável por “Famous”, do Taemin, “One Shot, Two Shot”, da BoA, “Rookie”, do Red Velvet, e várias outras músicas. Ele também é do grupo WARPs UP, da empresa Avex, que conta com ele, Santa, Langyi e Mingjun. Além de Rikimaru, Santa também está no Chuang 2021. O programa tem como objetivo formar um grupo masculino com onze membros. Assim, os trainees do reality vão competindo episódio a episódio pela chance de estrear no grupo.
Em uma das apresentações do Chuang, Rikimaru e Santa performaram “A Caminhada”, da Gloria Groove, e em outra ocasião, Rikimaru dançou “Bandida”, da Pabllo Vittar. O pessoal que não conhece o trampo do coreógrafo ficou surpreso ao vê-lo performando músicas brasileiras, e além de tudo as cantando em um reality show lá do outro lado do mundo. Mas basta um tequinho de pesquisa pra saber que Rikimaru é um grande entusiasta do funk. No YouTube, ele já postou várias coreografias para músicas brasileiras. O vídeo dele dançando “Bum Bum Tam Tam”, do MC Fioti, tem mais de 8 milhões de visualizações. E ele também já postou vídeos dançando “Olha A Explosão”, “Rave de Favela”, e muitas outras. Isso tudo sem falar que ele é super fã da KondZilla. Pega a visão do papo que a gente bateu com ele:
KDZ: Você já trabalhou com vários artistas e é membro do grupo WARPs Up. Como você cria as suas coreografias?
Rikimaru: É muito difícil de explicar. Eu não gosto de pensar muito. Primeiro, eu escuto a música, pego a vibe da batida. Por exemplo, nossa música “Cloud 9” tem uma vibe disco dos anos 1980. Eu imagino movimentos que remetem a isso e encaixo na música.
KDZ: Sente vontade de incorporar o funk de alguma forma no seu trampo?
R: Sim. Eu amaria dançar e cantar com funk brasileiro. Talvez no futuro ou quando eu aprender a produzir. Aí poderemos fazer.
KDZ: Por que você decidiu usar músicas brasileiras no Chuang 2021?
R: Porque a música brasileira é especial pra mim. Asiáticos escutam música americana e kpop, então é como se todo mundo fosse na mesma direção. Mas eu gosto do beat brasileiro. Quis dividir isso com todo mundo. Se você não conhece a música brasileira, você está desperdiçando sua vida. Por isso que quando eu dava aulas de dança, eu usava músicas brasileiras, além de ser diferente de outros produtores. Outro motivo é que dois anos atrás, usei funk pela primeira vez no meu canal e o vídeo teve 4 milhões de views. Depois disso, eu fiquei muito grato ao Brasil.
KDZ: Como você entrou em contato com a cultura brasileira?
R: Quando eu estava na faculdade, um dos professores era brasileiro. Pra ser honesto, eu não gostava muito de estudar português porque eu não sabia onde eu poderia usar a língua. Então, uma vez meu professor pediu pra gente procurar uma música brasileira na internet e eu achei “Amor de Chocolate”, do Naldo. A música é muito boa. Eu não sabia que o Brasil tinha música boa assim. Depois, achei o Canal KondZilla e achei muitos artistas: Kevinho, Anitta, e fui me adentrando nesse mundo.
KDZ: Você conhece um monte de funk. Como você se mantém atualizado?
R: Nós usamos o Spotify e eles sempre tem o top 50 de cada país. Quando procurei o do Brasil, eu encontrei muita música. Também procuro no YouTube, no Canal KondZilla, que é uma produtora muito famosa. Eu comecei a pesquisar por Kondzilla no YouTube e o algoritmo começou a me mandar muitos clipes relacionados e eu sempre ia assistindo umas cinco horas por dia. Todo dia eu pesquiso por músicas novas.
KDZ: Você está aprendendo português, né? Por que decidiu aprender a língua?
R: Eu pensava: “eu gosto de música brasileira, não preciso estudar português”. Depois que meu vídeo bateu quatro milhões de views, um estúdio de dança brasileiro me chamou pra ir pro Brasil e eu fui. O povo brasileiro é muito gentil, sempre alegre, a comida é muito boa. Mesmo as pessoas que não falam inglês tentam falar devagar para manter uma conversa comigo. Fiquei com vontade de morar lá. Por isso, quando tenho tempo, estudo português.
KDZ: O funk te ajuda a aprender a língua?
R: Eu escuto muito funk e eles sempre falam as mesmas palavras: “senta aqui”, “ce acredita”, “bum bum bum”, “abusada”. Eles repetem muito, então eu consigo decorar. Também estou estudando.
KDZ: Você tem algum passinho de funk preferido?
R: Eu adoro brega-funk e [ele dança o passinho do magrão] e o quadradinho. Eu não sou muito bom nisso, mas é meu passinho favorito.
KDZ: Alguns sons como “Bum Bum Tam Tam” e “Olha a Explosão” viralizaram na Ásia anos atrás. Os seus vídeos de coreografia dessas músicas têm muitas visualizações e eu acho que eles ajudaram a popularizar o funk na Ásia. Você já pensou sobre como o seu trampo tem influência nisso?
R: Depois que eu usei música brasileira, eu não quis só usá-la nas aulas ou só pra dançar, comecei a divulgar no meu canal no YouTube. Depois disso, algumas pessoas começaram a usar as mesmas músicas que eu. Isso sempre acontece. Eu não faço isso por marketing, mas como eu disse, algumas pessoas começaram a usar depois que viram dançando. É como se eu fosse um pioneiro. Fico feliz!
Quer conhecer mais sobre o trabalho do Rikimaru? Siga o canal dele no YouTube, e não deixe de se inscrever no canal do WARPs UP também.