Comportamento

Conheça o grupo Black Honey, que achou na dança um jeito de ser visto e ouvido

04.03.2021 | Por: Gabriela Ferreira

A arte é um bagulho super importante pra geral, né? Sempre ouvimos histórias de gente falando de algum filme, música, etc, que mudou mudou a vida dela. No caso do grupo Black Honey, foi a dança, que as ajudou a superar o preconceito. Nós do Portal KondZilla trocamos uma ideia com a Carolyne da Silva, que nos explicou a história delas. Se liga!

Formado por cinco minas pretas, o Black Honey nasceu quando algumas delas ainda estavam na escola. “Eu e minha irmã Bruna estudamos em uma escola particular em Guaianases e lá não tinha representatividade nem de aluno nem de professores, nós éramos uma das poucas pessoas negras. Por causa disso, eu ela e a nossa amiga Juliana sofríamos muito racismo e bullying. A gente se sentia as patinhas feias, não tínhamos confiança”, relembra Carolyne. 

Esse sentimento de não pertencimento começou a mudar quando as meninas começaram a dançar. “Tudo isso sumia quando a gente dançava. Ela fazia a gente se sentir ouvida, vista e confiante. Nós começamos a participar de festivais e shows de caça talento na escola. Nós ficávamos ensaiando Beyoncé no banheiro. Por causa disso, o pessoal chamava a gente de meninas da dança. A gente se apegou a isso porque vimos que era uma coisa que fazia a gente ser vista”. 

Depois que as meninas saíram do colégio, veio a universidade, mas a amizade e a paixão pela música continuaram. Nisso, Carolyne da Silva, 21, Bruna da Silva, 18, e Juliana Moreira, 21, fundaram  o Black Honey. “A gente se encontrou um dia e decidiu seguir com o grupo. Eu e a Bruna nascemos numa família de dançarinos, e pensamos em trazer o nome do grupo das nossas tias, Diamonds Black, pro nosso. Mas acabamos lembrando do filme ‘Honey’, que aborda a dança e pensamos no nome Black Honey, já que somos dançarinas negras, somos doces e simpáticas”, explicou Carol. 

Provando por a+b que a arte pode nos ajudar em todos os quesitos, as meninas recrutaram a amiga Ana Cláudia Barros, 30, que estava passando por uma fase depressiva muito difícil. “Fizemos um convite surpresa pra ela, falamos que íamos ajudar ela a passar por aquela fase. Ela topou e estamos juntas até hoje”.

Os vídeos são gravados e editados pela própria equipe, que além das quatro, ainda tem o Raphael da Silva, 13. Recentemente, elas soltaram uma coreografia super bacana de “Hervolution”, projeto aqui da KondZilla que exalta as minas. “Sabe quando você escuta uma música e sente que ela foi feita pra você? Foi assim que a gente se sentiu quando ouviu. A nossa prima Fanieh nos apresentou o projeto e nós ficamos super empolgadas. Decidimos um roteiro que mostrasse onde a gente veio e onde a gente quer chegar”, explica ela sobre o conceito do vídeo. 

Sobre o papel da dança na vida das meninas, Carolyne explica o significado que dançar tem na vida delas: “Eu acredito que a dança faz parte da gente. Nela, a gente não precisa seguir um padrão de cor, de cabelo, de corpo, só precisamos ser nós mesmas sem nos preocuparmos com a opinião alheia. Na dança, a gente encontra nossa felicidade e a certeza que seremos vistas e ouvidas”. 

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