Empreendedorismo

Apoie o corre das minas que constroem a cultura da moda por meio de suas marcas independentes

31.03.2021 | Por: Fernanda Souza

A pandemia afetou geral, causando um corre danado de todos para se manter bem mentalmente e economicamente, principalmente se você tem uma caminhada independente como essas mulheres: Camila Araújo, Larissa Cristiny, Marcelle Fernandes, Shaniqua Jenny e Valerie Anaua. Todas estão no mundo da moda, batendo de frente com a indústria tradicional criando nome na cena, produzindo peças únicas ou dando uma nova cara às roupas antigas.

Cola no Portal da KondZilla que eu trouxe pra vocês um pouco dessas minas zicas  e como é importante apoiá-las na pandemia.

Pra começar: por que conhecer e apoiar? 

Quando você compra dessas marcas independentes está apoiando o consumo consciente, o qual basicamente valoriza questões como produção manual, comércio justo, sustentabilidade, atemporalidade (no caso de peças renovadas), impulsionamento de ideias novas, peças exclusivas, identidade de determinados grupos (já que é feito pensando de fato no público), dentre outros.

As roupas dessas pessoas costumam ter um processo mais lento, criando algo único com cuidado, o que agrega valor e contam histórias que valorizam pessoas reais. É importante sacar porque é necessário apoiar essas marcas, sobretudo na pandemia, pois além de ter uma peça que pode ser sob medida ou ainda, exclusiva, você compra de quem faz!

Referências do corre independente

Projeto Recicle

Pra começar vamos de Marcelle Fernandes, cria de Niterói (RJ), criadora do Projeto Recicle (na época ao lado de Victoria Lust) que reaproveita peças e retalhos de marcas ou grifes as quais seriam descartados, transformando em bolsas exclusivas, impulsionando e valorizando essa moda que se chama ‘’lifestyle upcycling’’.

Segundo a jovem de 28 anos, os valores estão entre 75 e 160 conto por peça, acessível pro público mas que também valoriza e gera lucro pra si e seu time. “Fazemos um produto exclusivo com o valor mais barato do que o do mercado. Não achamos que o preço deve definir o valor da peça, logo acreditamos que o upcycling tem que ser acessível mas não desvalorizado”, declara Marcelle.

“Grande parte das mulheres precisam sustentar casas e famílias enormes e são desvalorizadas pelo machismo e racismo entranhados na nossa sociedade, então é muito importante que consumam de pequenos artistas e/ou mulheres independentes’’, conta Marcelle

Na legenda do post é possível ver o cuidado, exclusividade e sustentabilidade como o diferencial da marca: “Bag projetada especialmente pro @madruga_toledo com uma camisa que ele já não usava mais. Gostou da ideia? Manda uma mensagem e faça um orçamento, transformamos qualquer peça com muita criatividade e exclusividade!’’. Esse cuidado requer um time ao lado de Marcelle, pois valorizam a construção coletiva com parceiros criativos, estrategistas, comunicadores, administradores e afins.

Suí.br 

Junto com seu companheiro Raul, a braba Camila Araújo de 25 anos, lá de São Miguel Paulista (ZL), orquestra a Suí.br que nasceu na quebrada, trazendo a moda pros extremos não deixando só no centro. Pra eles é importante impulsionar o consumo consciente e local, sobretudo de mulheres e pretas. Uma coisa chave da marca é que na equipe deles tem a mãe da Camila, a qual costura, modela e outras coisas.

“Em especial o trabalho das mulheres, estamos à frente de diversos cargos, com grandes responsabilidades e por muitas vezes não somos remuneradas como deveríamos’’, afirma a criadora.

Se você curte conjunto(Tracksuit) ou roupas em cores pastéis, vale a pena navegar no Instagram da loja. Mas ainda, conhecer outras propostas de designer criativo que constroem para o público. Para eles, a marca é uma junção de bagagens, sem um conceito fixo, pois prezam a constante mudança.  ‘’Tem como proposta o movimento de ideias’’, afirma a jovem.

Shaniqua Collection

Tá ligado aquelas peças sensuais de deixar uma mulher poderosa tipo uma Rihanna da vida, de forma confortável e autêntica? É o que a Shaniqua Jenny, de 24 anos, lá da Brasilândia, propõe em sua marca. Ela mesma faz o designer, corta, costura, compra os materiais, faz contato com cliente, marketing e a administração financeira. Começou os trabalhos em março de 2021, quando fez um curso de modelagem e sua mãe ganhou duas máquinas de costura de segunda mão.

‘’Precisamos de vocês para prosseguir, crescer, conquistar e continuar a sonhar. Não é fácil seguir isso sendo mulher preta e de quebrada se inserindo no mercado, são vários desafios’’, afirma Shaniqua.

Ainda, a empreendedora relata que na pandemia isso é mais difícil e no caso dela, é um desafio pois abriu a loja uma semana antes do isolamento começar. Por isso, seu trampo além de construir uma imagem importante para cultura, também é necessário pra poder gerar renda e sua marca continuar fazendo história.

Brechó do Barulho 

Há 4 anos nas pistas, o Brechó do Barulho é idealizado por Larissa Cristiny do Fontalis (ZN), trazendo acesso às roupas de qualidade com valor acessível e claro, consumo consciente com peças que já existem, ou seja, preciosidades garimpadas nos brechós. Com  24 anos, assim como Shaniqua, realiza todos os processos da loja sozinha, conciliando com maternidade em carreira solo.

“É uma rotina intensa de acordar cedo, enfrentar fila de bazar nas igrejas, passar umas 5 horas garimpando, mexendo em roupas, depois higienizar, trabalhar nas vendas e embalar para envio’’, relata Larissa.

Quem gosta de uma ostentação, andar na chave ou curte modelos vintages que podem ser adaptados, vai facilmente encontrar marcas e grifes que foram garimpadas. Só navegar no insta do Brechó do barulho e apoiar o corre da Larissa. ‘’Trago peças a partir de 5$ e as grifes mais caras como uma Dolce & Gabana, as quais você encontra aqui por 150$, preço justo e de qualidade’’, declara a braba do garimpo.

Guettosa

Pra finalizar, não poderíamos deixar de fora a Valerie Anaua de 33 lá da ZL, responsável por uma das lojas mais chaves que você vai conhecer da moda Glam da cultura preta aqui em São Paulo. Independente e sempre pensando  em roupas exclusivas, a loja nasceu quando a proprietária decidiu usar seu talento na moda para empreender, mudando o curso de sua história, que passava por uma crise. ‘’ A ideia da minha loja é possibilitar o acesso às minas de quebrada interessadas em peças de luxos, que foram pensadas nelas. As peças variam de R$ 69,90 reias à R$ 250,00’’, contou Valerie.

O Glam vem de glamour, ou seja, roupas que geralmente vão conter  brilho ou detalhes chamativos, que destaca a mulher que estiver usando. Na página da Guettosa você vai encontrar inúmeras modelagens que explicam o conceito.

“As peças que marcas independentes produzem são exclusivas e feitas em pouca quantidade. Pode ter certeza que é o mesmo valor da Fast Fashion que você compra, você vai contribuir para o negócio de pessoas independente girar e contribuir para essa roda’’, finaliza Valerie.

Eai, bora apoiar esse time de mulheres que fazem seu corre independente? Que tal quando pensar em consumir uma peça, ainda mais nesse momento de crise econômica, apoiar o consumo consciente? Se você curtiu, segue as lojas e compartilha com sua rede de amigos. Lembrou de alguma loja independente e quer mostrar pra nós? Só dar um salve.

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