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A onda de assassinatos dos MC’s no começo dos anos 2010

07.11.2022 | Por: Raynã Fulador

Durante os anos de 2010 a 2013, o funk passou por um dos momentos mais difíceis de sua história, principalmente na Baixada Santista. Os assassinatos de menos 5 MCs marcaram a época em que o funk era visto totalmente como marginalizado e colocava em risco a vida de quem subia aos palcos – não que isso tenha mudado completamente, mas algo evoluiu. 

MC Felipe Boladão

No dia 10 de abril de 2010, Felipe Wellington da Silva Cruz, mais conhecido como MC Felipe Boladão e Felipe da Silva Gomes, o DJ Felipe da Praia Grande, estavam no litoral paulista enquanto esperavam uma carona para se apresentarem em Guarulhos. A dupla foi abordada por um homem que desceu de uma moto e disparou contra eles, os dois foram levados para o hospital mas infelizmente não resistiram aos tiros. Aos 20 anos, Felipe Boladão deixou vários sucessos como “Bonde do Tony Country” e “A Viagem” e é referência para os MCs até hoje. 

MC Duda do Marapé

Quase um ano depois da morte de Felipe Boladão e DJ Felipe da Praia Grande aconteceu outra fatalidade. No dia 12 de abril de 2011, Eduardo Antônio Lara, ou Duda do Marapé, foi assassinado na região da Cracolândia de Santos. Na época, Duda estava enfrentando um momento complicado em relação a drogas quando foi atingido por 9 tiros e acabou falecendo no local aos 27 anos de idade. Duda do Marapé teve como um de seus maiores sucessos a música “Cai Lagrimas”, que inspirou o rapper Kyan a reproduzir uma faixa de seu álbum “Dias Antes de Mandrake” em homenagem ao cantor junto a sua filha MC Manu do Marapé.

MC Primo

Mais uma vez no mês de Abril, aconteceu outro assassinato na baixada santista. Dessa vez, Jadielson da Silva Almeida, MC Primo, foi morto em frente a sua casa em São Vicente no dia 19 de abril de 2012. Aos 27 anos de idade, MC Primo teve como seu maior sucesso a música “Diretoria” e até hoje é lembrado como um dos artistas pioneiros do funk.

MC Careca

Depois de 9 dias da morte de MC Primo, mais um homicídio aconteceu em Santos no dia 28 de abril de 2012. Segundo relatos, Cristiano Carlos Martins, artisticamente conhecido como MC Careca, já estava jurado de morte antes de ser surpreendido com tiros no rosto enquanto estava no Conjunto Habitacional Dale Coutinho. Careca, que foi morto aos 27 anos de idade, era dupla do MC Pixote e juntos emplacaram o hit “E Se Mexer com Nós”. MC Careca foi um dos representantes do funk proibidão e contribuiu para que o gênero se popularizasse cada vez mais.

MC Daleste

No dia 7 de julho de 2013, Daniel Pellegrine, o eterno MC Daleste, foi assassinado em Campinas com um tiro na barriga durante show em uma quermesse. A apresentação era surpresa, então acreditam que alguém avisou o atirador que Daleste estaria no local e a partir daí ele encostou no evento pra fazer os disparos, ou seja, já estava jurado de morte. MC Daleste deixou milhares de fãs, ele foi extremamente importante para o desenvolvimento do funk paulista e é referência para quem tá começando e quem já está consolidado na cena.  Seus hits como “Capital das Notas”, “Menina de Vermelho”, “Todas as Quebradas” e “Quem Nunca Vendeu Maconha” foram apenas alguns dos sons que tocam até hoje nos bailes e nos fones dos crias.

Infelizmente nenhum desses assassinatos foi resolvido, quer dizer, a polícia diz não saber o que motivou os crimes ou quem foi responsável por nenhuma das mortes. Era um momento de expansão e consolidação do funk paulista e da baixada, visto com muito preconceito pela grande massa.

Os casos foram citados no primeiro episódio da série Funkbol, que retrata duas paixões do brasileiro – a bola e o microfone. A série com co-produção da KondZilla está disponível na Paramount+, aproveita que os 7 primeiros dias são grátis!   

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