Marca PAKITA” mostra a diversidade das ruas através da moda
Carolina Rugiero, mais conhecida como PAKITA”, 21, é moradora da Vila Albertina, na zona norte de São Paulo. O nome PAKITA” é algo que carrega desde a escola, tanto que em 2016, por meio das oficinas de graffiti na Fábrica de Cultura do Jaçanã começou a assinar o apelido enquanto tag. Cola na KondZilla!
Por meio do pixo, graffiti e do gosto por moda, ela começou a customizar roupas e bolsas de brechós com spray, junção de tecidos, e assim foi mudando as peças. Após essa experiência, se sentiu confortável em fazer stickers e contou com o apoio do seu pai, que trabalhava em uma gráfica e trazia restos de adesivos, em que ela aproveitava e elaborava sua arte.
Com o tempo, Carolina pensou em algo mais sério que juntasse a estética do pixo, graffiti e todas as referências que pegaram ao longo das vivências nas ruas. Desse conjunto nasceu a marca PAKITA”.
Ela explica que o street wear tem um olhar restrito em abordar a moda de rua, permanecendo na mesma perspectiva e excluindo a diversidade de pessoas que constroem diretamente essa cultura, por exemplo: pessoas transsexuais, travestis, mulheres cis, indigenas e negros que produzem cultura.
Por isso a marca PAKITA” veio com a proposta de unir as diversidades que são excluídas e valorizar as mulheres trans, travestis, mulheres cis, LBGTQIA+ e outros grupos mostrando suas producões, existência, identidade na moda periferica.
“O intuito é unir tudo. Tirar os gêneros das peças e mostrar que está todo mundo junto nesse corre. A moda é para unir, mostrar que nos vestimos parecidos, estamos lado a lado, seja na mesma quebrada. Somos tratados parecidos porque somos de periferia, da rua”, afirma.
Validação da quebrada!
Carolina também traz a reflexão de que demorou um tempo para compreender que aquilo que ela faz é moda. Para ela é importante e urgente, a periferia validar sua própria moda e estilo e não esperar que os boys peguem essas referências e jogue para fora, se aproprie: “Precisamos reconhecer que o que produzimos é chique, bom, é moda porque NÓS usamos e não que outra classe social venha validar nosso rolê. Nossa cultura nos torna donos de nós!”.
Vestindo artistas
Outro propósito da marca tem sido vestir artistas independentes e chamar modelos das quebradas. Para ela, esse público são profissionais que têm um olhar muito mais aguçado do que pessoas que já estão no ramo, em grandes empresas.
PAKITA” já vestiu artistas como: MC Taya, Mac Julia, Melissonica e Ksandra. todos esses talentos ela destaca que tudo o que talento foi em práticas experimentais.
Confira mais sobre as coleções:
Conjunto Plush verão
A última coleção que a PAKITA” soltou é de babar! O conjunto de verão é uma releitura voltada à primeira coleção de inverno. Utilizando a mesma proposta de pelúcia, do veludo, mas modificando a modelagem apropriada para o verão. Composta por saia, top e jaqueta cropped.
O conceito foi pensando em trabalhar com uma referência tanto ao estilo de hip hop forte nos 2000, que moldou muito do que viria a ser a moda urbana nos seguintes anos e serve de referência até hoje para estilos musicais quanto para moda, gírias, danças e dentre outros.
As primeiras cores lançadas foram exclusivamente para fazer uma referência mais fiel à essa estética mais delicada e feminina. Na segunda leva foram utilizadas cores mais escuras fazendo referência ao rolê noturno.
Inclusive vestiram a artista e pixadora Eneri Avramelos com o conjunto plush nas cores escuras para fazer referência novamente aos anos 2000 com a estética delicada porém num contexto mais underground, reforçando a moda das garotas da cena do pixo.
Fortaleça o corre da PAKITA”