Comportamento

1ª edição do PerifaCon fez história

25.03.2019 | Por: Jeferson Delgado

Fãs de quadrinhos, séries e filmes e todos os admiradores do universo geek se reuniram em umas das principais quebradas de São Paulo para contemplar o PerifaCon. Apelidado de CCXP da favela, o evento aconteceu neste domingo (24) na Fábrica de Cultura do Capão Redondo e juntou um público que ia de crianças até os mais velhos que se amarram nesse universo. O Portal KondZilla encostou e trouxe tudo que rolou na primeira edição da conferência.

O evento contou com cerca de quatro mil visitantes, 3 mil a mais que o esperado, que se espalharam pelos 5 andares da Fábrica, que traziam muitas experiências e conteúdos que muitas vezes não vêm para a periferia. Com a missão de provar que na quebrada tem sim nerds e fãs da cultura geek, o PerifaCon conseguiu organizar e trazer grandes personagens desse universo para a zona sul de São Paulo, como Load & Loud do projeto Rap em Quadrinhos, a galera do Chiaroscuro Studios, que é uma das maiores agências de representação de quadrinistas do mundo e Cris Bartis do podcast Mamilos, são algumas dessas pessoas da cena que encostaram para prestigiar o evento.

Em uma fila que dobrava a esquina da Fábrica de Cultura do Capão, centenas de pessoas aguardavam ansiosamente para fazer seu credenciamento e entrar no evento. A organização recomendou que os visitantes fizessem um credenciamento no site para antecipar a entrada e evitar filas, mas parece que não teve jeito e galera teve que ficar aguardando de 30 a 45 minutos para entrar na feira, mas nada que roubasse a brisa da galera.

DJ KL Jay fazendo a saudação de Wakanda do filme “Pantera Negra”

Rapper Rashid com seu livro “Idéias que Rimam Mais Que Palavras”

Kl Jay e Rashid são artistas do hip-hop, mas entendem do muito assunto e marcaram presença no evento. “Nesse tipo de feira, você traz o conteúdo para perto das pessoas, você traz o acesso à todo esse universo que as pessoas adoram tanto e às vezes é muito difícil ter contato mais aproximado”, comenta o rapper Rashid sobre a importância do PerifaCon. “O lugar fica mais leve, todo mundo feliz, com alto astral e cura. Eu acredito que a arte cura. É muito lindo ver os jovens num espaço desse sorrindo, feliz. Isso tem um efeito terapêutico”, celebra o DJ KL Jay.

Público atento na mesa de debate

Mesa de debate sobre arte e resistência com os convidados: Felipe Bento, V. Nuvem, Kl Jay, Clarice França e Roger Beatjesus

O público presente era o mais diverso possível: de crianças de colo com seus pais até os próprios adultos sozinhos que subiam e desciam entre os andares da instituição. Tinha adultos jogando jogos de tabuleiro com crianças e adolescentes, e fazendo várias outras atividades, principalmente vendo as palestras que rolaram por lá.

Adultos e jovens jogando jogo de tabuleiro

Muitos pais aproveitaram o concurso de cosplay para levar seus filhos para conhecer os super heróis e divertir a criançada que chegava a ficar de boca aberta sem acreditar que seu herói favorito estava na sua frente.

Alexandre Ribeiro, escritor periférico de Diadema com seu livro, “Reservado”.

O Beco dos Artistas era um dos setores do evento que estava mais cheio, e contou com escritores, quadrinistas e ilustradores de diversas quebradas de São Paulo. A galera se apertava entre os corredores, ou melhor dizendo becos, para conseguir aquele livro ou ilustrações que tanto sonhava e no PerifaCon teve a oportunidade de comprar.

Uma das minhas dúvidas principais antes do evento era. “Será que a galera vai mesmo se fantasiar para ir?” e olha, nos primeiros momentos minha dúvida sumiu. Tinha cosplay de todos os tipos, dos mais clássicos como de Batman e Homem-Aranha, até versão feminina do Super Choque, e até de Rosie Jetsons do desenho “Os Jetsons”.

Load, um dos criadores do projeto Rap em Quadrinhos

Um dos caras que abraçaram a ideia do PerifaCon desde o princípio foi o youtuber LØAD. “Cara, realmente estou me sentindo em casa, tô me sentindo feliz, emocionado. Até chorei aqui, um molequinho queria um poster do Homem-Aranha do Emicida, mas não tinha dinheiro. Eu autografei e dei”, contou ele. “Esse é um evento que realmente a gente precisava pra trazer esse sentimento bom porque a partir daqui podemos ver que muitos jovens vão querer ser quadrinistas ou adquirir mais cultura pop, então é muito importante”.

O PerifaCon conseguiu atingir todos os objetivos: teve gente que saiu do extremo Leste, de Guarulhos e até de Santos para ir ao evento. Pequenos atrasos nas apresentações e debates não conseguiram apagar o brilho de um evento tão representativo como esse. Olha os dois menor na frente dessa foto e como já dizia o grande Emicida: “como eu vou dizer que o hip-hop morreu vendo isso?”

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