Comportamento

Fotógrafo brasileiro de 22 anos é selecionado para expor em Chicago

29.03.2019 | Por: Gabriela Ferreira

Nascido em Juiz de Fora, Minas Gerais, o fotógrafo João Victor Medeiros foca seus trampos em retratar a cultura de sua cidade sempre destacando as minorias, como os negros, LGBTS, pessoas da periferia e por aí vai. Nessas, João, que tem apenas 22 anos, foi chamado para expor o seu projeto “Feira Livre” na The Other Art Fair, uma feira de arte que reúne artistas emergentes de vários lugares do mundo, e que desta vez, acontece em Chicago. Para conseguir ir mostrar o seu trabalho, o mineiro criou uma vaquinha online pra ajudar a bancar seus custos. O Portal KondZilla bateu um papo com João Victor sobre seu trampo.

Como vários outros jovens de 22 anos, o mineiro assistia muito a MTV e o canal teve um papel doido na vida dele. “Lembro que eu via muito a MTV e lembro de uma vez no VMB lá de 2011 que o Emicida ganhou um prêmio com o videoclipe de “Rua Augusta” e eu fiquei muito encantado com o jeito de expressar uma ideia, porque o tema da música era prostituição e o vídeo narra muito bem isso. Fiquei pirado e comecei a ir atrás de outras coisas”, relembra ele.

Uma das fotos do João Victor Medeiros

Nessas, o coletivo Encontro de MC’s encostou lá na escola em que o fotógrafo estudava pra fazer uma intervenção e uma batalha de freestyle. “Não sabia que tinha rap em Juiz de Fora, aí comecei a me envolver com eles. Fui organizador durante uns três anos e lá que cheguei na fotografia. Um dos outros organizadores tirava umas foto e um dia pedi a câmera emprestada, fui tirando foto e me apaixonei pela sensação de contar uma história de forma visual”.


João Victor foi se desenvolvendo assim, na prática, aprendendo algumas dicas com a galera do rolê e nessas também conheceu o trampo do fotógrafo carioca JR Ripper, dono da frase: “Quero que as pessoas queiram bem aos meus fotografados”, e soube que era essa a pegada que ele queria pra si. “Nunca fiz curso e sou contra porque curso sempre tem um viés muito técnico e a fotografia não é só isso, ela é um olhar, um resultado da sua vivência”. Ele também comenta que em seu primeiro ano como fotógrafo, ele foi usando câmeras emprestadas e só depois conseguiu comprar uma semi-profissional, que ele usa até hoje. “O equipamento jamais pode ser uma limitação criativa. Inclusive, tem diversos movimentos da fotografia que estimulam isso de poder fotografar com qualquer coisa”.

“A fotografia ainda é muito elitizada, assim como o cinema porque os dois já nascem assim por causa dos custos dos equipamentos. Nossa luta agora é tentar tirar isso da elite e mostrar que a periferia pode fotografar, fazer cinema e contar sua história sem depender de um equipamento caros, porque pro trabalho sair bom depende da linguagem, não do equipamento”, comenta ele.

Seu projeto selecionado para ser exibido na feira foi criado por ele em 2017 e a ideia surgiu como uma forma de mostrar como as feiras são espaços importantes de resistência cultural e econômico dos brasileiros. Ainda segundo ele, esta é a segunda vez que a TOAF o convida para participar. A primeira foi em 2018, mas ele não conseguiu juntar dinheiro o suficiente para ir. Então se liga, se o cara foi chamado duas vezes pra participar é porque ele realmente é bom, sendo assim não custa nada dar uma ajudada pra ele realizar este sonho, né? Entra no site e saiba como ajudar.

Acompanhe o trabalho do João pela web: Instagram // Site

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