Conheça três casas de acolhimento para jovens LGBT expulsos de casa
Por muito tempo se teve o ‘não se fala de futebol, política e religião’ como regra. Pois é, os tempos mudaram e agora se fala também de identidade de gênero e de orientação sexual. Infelizmente, ainda temos jovens sendo jogados nas ruas pelas próprias famílias por serem exclusivamente quem são. Cruelmente apontadas pelos seus familiares, na maioria das vezes essas pessoas pertencentes a classe LGBT (sigla para o grupo de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgêneros) ficam à deriva, sem um teto que os acolha. Diante um assunto tão importante, o Portal KondZilla buscou três casas de acolhimento criadas por militantes da causa para que você possa conhecer.
Casa 1
Alocada na região central da cidade de São Paulo, a Casa 1 nasceu da ideia do jornalista Iran Giusti, de 28 anos. Ativo a dois anos, o espaço trata-se de uma organização não-governamental que promove moradia a comunidade LGBT, financiada coletivamente pela sociedade civil. Sua estrutura atua em três frentes principais sendo elas: república de acolhimento para pessoas LGBT expulsas de casa por suas orientações afetivas, sexuais e identidade de gênero; centro cultural com atividades voltadas à diversidade com objetivo de fomentar a produção de conhecimentos através de oficinas, cursos, exposições, palestras, debates, exibições, etc. E a Clínica Social Casa 1, que conta com atendimentos psicoterápicos, médicos pontuais e terapias complementares, sempre com uma perspectivas humanizadas e com foco na promoção de saúde mental, em especial da comunidade LGBT.
Com dificuldades financeiras, a Casa 1 chegou anunciar no início do ano de 2019 o encerramento de suas atividades, mas com a força da comunidade LGBT e também de pessoas que se solidarizam com a causa, o caso foi revertido através de doações e a ONG conseguiu arrecadar verba suficiente para se manter até 2020. Para garantir o funcionamento do programa, a instituição tem um financiamento coletivo recorrente, onde você pode doar de R$10 á R$150 reais mensais para manter a casa. Então não deixe ajudar através do site da Benfeitoria.
Centro de Acolhida Florescer
O Centro Acolhida Florescer é mais uma organização não governamental sem fins lucrativos que atende travestis e mulheres transsexuais em situação de vulnerabilidade. Criada pela deputada eleita pelo PSOL, Sâmia Bomfim em 2015, o centro de acolhimento foi o primeiro projeto a apoiar pessoas LGBT no que refere-se a moradia. Atualmente, o espaço acolhe 30 travestis e mulheres transexuais de 18 a 64 anos, sendo duas delas cadeirantes. O espaço oferece também atendimento social, psicológico, saúde, educação, vínculos familiares, reinserção mercado de trabalho e etc.
Para manter a casa em funcionamento, o gerente Alberto Silva nos explicou que o projeto conta com voluntários e também recebe doações em espécie sendo dinheiro ou objetos como: lençóis, produtos de higiene pessoal, alimentos, livros, roupas e outras coisas mais. Se você quer se voluntariar o projeto ou pretende apoiar os meios de contato são através do telefone ou pelas redes sociais do Centro de Acolhida Florescer: Facebook e Instagram Instagram.
Casa Nem
Fundada em Março de 2016, a Casa Nem é sediada no Rio de Janeiro e está provisoriamente na Ocupação Elza Soares (Rua Teodoro da Silva, 830, Vila Isabel). A Casa Nem é um espaço de acolhimento para pessoas LGBTIs (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transgêneros e Interssexual) em situação de vulnerabilidade social, com foco em transsexuais e transgêneros. O espaço abriga diversos projetos como: PreparaNem, CosturaNem, FotografaNem, YogaNem, LibrasNem, (língua brasileira de sinais) todos voltados para as travestis, trans e a todos LGBTIs.
Festas são realizadas para ajudar nessa auto sustentabilidade do local, que também recebe diversos tipos de doações como alimentos e móveis, tudo diretamente na sede ou através das redes sociais. Facebook e Instagram.
Projetos como esses três citados acima pelo Portal KondZilla são símbolos de lutas e resistência. É onde a classe LGBT em espaço de vulnerabilidade não encontra somente moradia, mas sim uma família para chamar de sua. É muito importante carregar a consciência que casas como essas, reconstrói a autoestima de pessoas que são constantemente alvo de preconceito e rejeição em nossa sociedade, somente por serem quem realmente são.