Conheça a coreógrafa Aline Maia, que está resgatando clássicos do funk
Ela é foda, não tem nem o que falar! Aline Maia é dançarina, coreógrafa e professora. Cria de Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro, Aline está resgatando clássicos do funk carioca. Nós do Portal KondZilla trocamos um papo com a coreógrafa para entender mais sobre o corre dela. Se liga:
Se você passou por algum vídeo de dança nas redes sociais nos últimos tempos, grandes chances de você ter se deparado com o projeto da Aline Maia, que já tem dois vídeos lançados. No primeiro, Aline dançou “Árvore Seca”, do MC Cula, com Roberto Soli. No mais recente, a coreógrafa dançou “Montagem Guerreira”, da Tati Quebra Barraco, ao lado da multiartista Julieta
“A ideia de resgatar essas músicas antigas foi bem essa saturação do TikTok e de hits na minha vida. Não que seja exatamente por isso, mas tenho saudade das músicas que viraram clássicos e trazem essa memória afetiva e te remetem a infância. Essas lembranças me traziam coisas muito positivas durante a pandemia quando escutava sons da minha época de adolescente. Resolvi resgatar esses clássicos”, comenta Aline Maia sobre o projeto.
Esses funks clássicos estão na de Aline há anos. Criada em Jacarepaguá, zona leste do Rio, ela começou a dançar ainda nova. “O funk sempre foi muito presente na minha vida. Morava em um condomínio que tinha vários blocos e no salão de festas, tinha aula de danças. Também ficava imitando videoclipes. Quando comecei a pesquisar, achei dançar urbanas e fiz hip hop, dance hall, hip hop freestyle”, diz Aline Maia.
Aos 18 anos, Aline entrou na faculdade de Rádio e TV e para pagar as aulas, começou a dar aulas: “Abri uma turma para minhas amigas da escola e vi que era isso que eu sabia fazer. Fiz a faculdade visando trabalhar com dança e imagem porque na época, dez anos atrás, não tinha muito videoclipe com dança que nem hoje. Na minha cabeça, eu ia dirigir vídeos de danças de artistas. A faculdade me deu essa bagagem para trabalhar com internet. Aprendi a gravar, editar e comecei a mostrar minha dança nas redes”.
Há anos no ramo, Aline começou coreografando Flora Matos e Karol Conká, mas já coreografou várias músicas. Nesta semana, ela participou do flashmob de “Bagunça”, do Pedro Sampaio. “Sempre foi meu sonho participar de um. Via na TV e no YouTube e achava muito legal. Quem dirigiu foi a Bella Fernandes, coreógrafa do Pedro Sampaio. Foi um dos trabalhos mais legais que já fiz”, revela Aline.
A dança, além de ser importante por vários motivos, ainda ajuda muito a divulgar uma música, já que vários sucessos estouraram, principalmente, por causa da coreografia. “A dança é uma linguagem corporal e ela e a música são muito ligadas, quando você escuta uma música, sua cabeça visualiza seu corpo dançando ela, mas gosto de trabalhos mais orgânicos. Não gosto dessa intenção de fazer uma música viralizar com dança, de fazer uma coreografia só visando isso porque acaba ficando tudo muito igual”, explica a coreógrafa.
Uma plataforma que tem ajudado muito nesse sentido é o TikTok, palco para vários desafios de dança que viralizaram nos últimos anos: “O TikTok só trouxe visibilidade para a dança no geral. A dança era algo mais nichado. Agora todo mundo consome dança. Visando a questão coreográfica, cabe a nós profissionais apresentar coisas novas porque quem reproduz não estuda coreografia. A gente tem que trazer novidades e aceitar que todos vão reproduzir”.
Com o crescimento dos desafios de dança, é importante diferenciar quem é o produtor de conteúdo que reproduz o passinho e valorizar o trabalho dos coreógrafos. “Os contratantes precisam saber diferenciar uma figura pública de um bailarino profissional. Ele não tem como contratar uma figura para fazer uma coreografia profissional, e essas pessoas que cresceram por causa do TikTok precisam se colocar no lugar de pessoas que estão reproduzindo danças, não são bailarinas. Se cada um se colocar no seu lugar, todo mundo sai feliz e se ajuda”, finaliza Aline Maia.
Aline dá aulas de dança on-line. Saiba mais no site.