Dias 14 e 15, Cidade Tiradentes recebe “Festival Funk Da Hora”, com debates e shows
Acontece neste final de semana, 14 e 15 de dezembro, o Festival Funk da Hora, promovido pela prefeitura de São Paulo, em Cidade Tiradentes. O evento reúne muita gente foda do funk para debater diversos assuntos: dança, carreira, criminalização, mulheres no funk, documentários e até mesmo distribuição digital. Começando no sábado às 11h e se esticando até domingo às 18h, o evento é totalmente gratuito e tá valendo muito a pena. Confira mais agora.
O festival acontece no Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes e pra chegar, tem ônibus direto da estação Guaianazes. Não precisa pagar nada para ver nenhum dos eventos, dá pra passar o dia lá bem tranquilo curtindo todo o universo do funk.
O sábado começa com a apresentação e depois um papo sobre o documentário “Funk de Mina”, com direção da Daniela Agostini e Gabriela Portilho (Coletivo Doroteia). Em seguida, um papo sobre letras machistas e como algumas letras do funk ainda são ‘tóxicas’ para a juventude – e como isso pode ser corrigido. Depois do almoço vem o papo sobre a criminalização do funk e a discussão sobre os corpos no funk com a cantora MC Xuxu. E antes de fechar o dia, uma timeline do passinho acontece para se discutir a dança e o sábado se encerra com shows de MCs da região e também das MCs Deize Tigrona, MC Xuxu, MC Deyzerre e Rafa PL.
Domingo também tem uma bateria de eventos foda. Começando o dia com um debate sobre o fluxo e como acontece essa economia de favela. Em seguida, um papo pra quem quer entrar na música sobre a distribuição digital dos trabalhos. Quem chega pra somar no dia é a Renata Prado com a mesa Academia do FUNK, mostrando a importância da dança na vida das mulheres e a última mesa do dia é sobre negritude, na Black Meeting. Os shows no domingo começam mais cedo, às 16h tem MC Carol em seguida MC Tati Quebra Barraco encerra os trabalhos.
Confira abaixo a programação completa. A equipe do Portal estará fazendo a cobertura do evento.
FESTIVAL FUNK DA HORA
Data: 14 e 15 de dezembro
Local: Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes
Endereço: R. Inácio Monteiro, 6900
DIA 14 SÁBADO 11h30 – 22h
Cinedebate: DOC FUNK DE MINA
Mediação: Andressa Oliveira
Convidadas: Mc Baronnesa, Mc Danny e Mc Nicky
Horário: 11h30 – 13h30
FUNK, em ascensão no universo comercial e fortemente criminalizado enquanto
movimento. Mas… e as mulheres? Em São Paulo, um grupo chamado “Bonde das Mina Livre” teve em 2018, a trajetória de algumas de suas MCs e produtora filmada pelas câmeras de Gabriela Portilho e Daniela Agostini. Produzido com apoio da Revista AzMina, o resultado foi o documentário “Funk de Mina”, que trás a narrativa e cotidiano de mulheres funkeiras de SP, com a participação de MC Carol do Rio de Janeiro. Acompanhado de uma roda de conversa, o doc traz a mulher funkeira para o centro do debate como protagonista, falando sobre produção musical, dança, carreira, vida pessoal e claro, muito FUNK!
Mesa 1: Masculinidades de quebrada: desafios e novos horizontes para o debate
Sinopse: Essa mesa pretende discutir e questionar a masculinidade tóxica, rebatendo os padrões machistas ainda muito presentes na sociedade e que reflete no movimento funk.
Horário: 12h – 13h30
Mediação: Lam Matos
Lam Matos, negro-indígena, ceilandence, questionador da masculinidade tóxica, rebatedor dos padrões masculinos cishétero-normativos, falador fluente e homem transmasculino.
Jefferson Delgado
Jeferson Delgado, 21 anos, nascido e criado no Jardim Rosana, próximo ao Capão Redondo, é fotógrafo autodidata e tem um grande portfólio de captação de bailes funk, como Dz7 e Marcone, vivência de artistas, como Racionais MCs, Emicida, NGKS, e eventos como Afropunk, entre outros. Já escreveu para o jornal britânico The Guardian, foi repórter no KondZilla.com e atualmente escreve para o UOL Tab. É criador e apresentador do canal Favela Business, um dos primeiros canais do Youtube a tratar assuntos de periferia de forma geral, seja através do empreendedorismo, música, dança e moda.
Thiago Torres (Um Chavoso na USP)
Thiago Torres tem 19 anos, nasceu e cresceu na Brasilândia, extremo-norte de São Paulo, filho de retirantes nordestinos, e atualmente mora numa quebrada em Guarulhos. Cientista Social em formação pela FFLCH e militante de diversos movimentos sociais, ficou conhecido como “Chavoso da USP” após um texto seu viralizar, onde desabafava sobre os choques de realidades sentidos por alguém que transita entre a periferia e o centro diariamente.
Mesa 2: Funk e a Criminalização da Cultura
Horário: 13h30 – 15h
Sinopse: A partir de ações recentes com a intenção de criminalizar os bailes e o próprio
funk, essa mesa pretende discutir tais posicionamentos e construir novos horizontes tão
necessários para a cultura funk.
Mediação: Bruno Ramos
Articulador Nacional do Movimento Funk e do coletivo @FavelanoPoder. Colunista do Mídia Ninja. Empreendedor e Produtor Cultural. Estudante de Sociologia e Ciências Políticas na FESPSP. Foi Vice-Presidente da Associação Cultural Liga do Funk, onde fez a gestão do projeto social “Morada da Liga”, contemplado pela Lei de Incentivo à Periferia. Cumpre o segundo mandato como Conselheiro do Conselho Nacional da Juventude (CONJUVE).
Babiy Querino
Coreógrafa e Dançarina
Julia Moraes
Mestranda em criminologia na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP) com coorientação na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP). Advogada e bacharel também pela USP com período de intercâmbio na Université Paris 1 – Panthéon-Sorbonne. Graduada pela Universidade de Lyon. É coordenadora do Núcleo Direito, Cidade e Cultura (FDUSP) e da Rede Brasileira de Saberes Descoloniais.
Representante da Polícia Militar (em aberto)
Mesa 3: Mc Xuxu convida: produção independente para corpos (in)desejados
Sinopse: Conversa sobre o espaço e a visibilidade trans no Funk.
Horário: 15h – 16h30
Rafaela Bebiano
Aos 23 anos, Rafa Bebiano, atua como cantora, compositora e produtora da Trava Bizness. Seu talento e sua visão lhe abriu oportunidades de estar em espaços como a Virada Sustentável 2018, abordando a pauta de “Igualdade de Gênero no Mercado de Trabalho”, abriu o show de Glória Groove em Tremembé no Festival Divercity e foi um dos nomes da Trava Bizness a se apresentar no SP na Rua 2019. Sua identidade musical tem influências de RnB, Funk e Rap, difundido em uma linguagem pop.
Natt Matt
Natt Maat é artista, rapper, criadora musical, modelo, atriz e entrevistadora. Rapper e criadora musical do seu ep autoral TransTorno, além de parcerias como Bruxaria no Cartel e Matheusa integrando também a entidade musical BRUXACLÃ, composta por Natt Maat, Rosa Luz e Naísa Zaiiah. É também integrante do selo Trava Bizness.
Djoásis
Mlk de Mel é funkeiro, MC dentro e fora das batalhas, poeta de busão, algumas vezes de slam e outras vezes só de caderno. Já foi MC convidado pra diversas edições especiais em Sescs, Casas de Cultura e Fábricas de Cultura. Compõe a dupla de Mcs Pamkapauli que faz parte da gravadora TravaBizness.
Alice Guél
Alice Villas, mais conhecida como Alice Guél, nascida e criada no interior de São Paulo, lançou em 2017, de maneira independente seu primeiro trabalho autoral, “Alice no país que mais mata travestis”, e com a boa repercussão de suas apresentações ao vivo, se tornou referência na cena artística paulistana.
Ayaní
Ayaní é paraense, cantora e compositora. Aos 18 anos mudou-se para São Paulo, e agora com 24 anos, decide seguir seus sonhos de infância e lançar sua carreira artística. Seu estilo musical amazônico vai do brega, tecnomelody, carimbó, pop ao romântico.
Timeline do Passinho
Horário: 15h – 16h
Uma intervenção artística de dança que faz uma viagem histórica e temporal entre as diversas modalidades de Passinho existentes hoje. De 2004 a 2019, do Rabiscado ao Brega Funk, do Rio de Janeiro a Pernambuco. Em um formato interativo com o público nossos dançarinos os convidam a participar dessa
história.
Sinopse: O Funk é um estilo musical e movimento cultural brasileiro que surge a cerca de 30 anos atrás nos morros cariocas, chega muito forte em São Paulo e hoje tem raízes no país todo. Esse enraizamento nacional tem como consequência – muito positiva – as
adaptações regionais na musicalidade que tornam o estilo cada vez mais plural, mais nosso, do Brasil. É também no Rio de Janeiro que o Funk se torna dança, com o nascimento do Passinho que trilha o mesmo caminho pelo famoso trecho Rio x São Paulo, pipocando Brasil a fora.
É no entendimento de que o Passinho é o primeiro estilo brasileiro de dança urbana – mas que ainda é muito distante do consciente coletivo – que nasce a Timeline do Passinho. Para contar essa história a quem ainda não teve o prazer de conhecer a cultura Funk em suas múltiplas facetas.
Andressa Oliveira
Trabalha com produção e gestão de projetos há 5 anos, com atuação focada no movimento funk. É produtora do Bonde das Mina Livre, grupo de MC’s mulheres que desenvolve o fazer artístico feminino dentro do funk. Também foi idealizadora e coordenadora do projeto Morada da Liga. Agora, como FEMA, faz a produção, assessoria e representação de diversos artistas dentro e fora do universo funk.
Chernobyl
Horário: 16h – 17h30
Chernobyl é um coletivo que começou como um experimento para ressignificar tudo o que era pejorativo nas pessoas que o produzem, para ser uma forma de resistência. Nosso movimento experimental, para além de uma festa, se baseia justamente em ressignificar o nome Chernobyl, mostrando a potência que corpos dissidentes têm sobre a sociedade. Criando redes de apoio, segurança, de elevação da autoestima, representatividade, para somar forças entre semelhantes, autogestão e disseminar conhecimentos.
Mic aberto para MC’s locais
Horário: 17h30 – 19h
Sinopse: O microfone estará aberto, no palco principal, para artistas da região que queiram se apresentar.
MC Deyzerre
Horário: 19h – 19h30
Nascida Tatiane Deize de Souza Miranda, iniciou sua carreira artística cantando em coral budista, aos 10 anos, e prosseguiu em festivais culturais, apresentações em escolas e clubes. Em 2017, MC Deyzerre participou de várias vivências pelo projeto Morada da Liga (Lei de Fomento às Periferias), onde aprendeu sobre audiovisual e formação de MCs. Com muito entusiasmo, cantou no evento “Produção Preta” e atuou no curta-metragem “Liga do Funk” (projeto: Nóis na Fita). Atualmente segue como artista independente.
Horário:
Rafa PL
Horário: 19h30 – 20h15
A partir de 2013, Mc Rafa PL tornou-se atuante no Movimento do Funk Paulistano compondo e interpretando seus singles em shows e programas de TV. Desde então, MC Rafa PL vem se destacando no funk não apenas por seu estilo marcante, mas também por suas ações filantrópicas na região da Zona Leste de São Paulo, onde reside.
MC Xuxu
Horário: 20h15 – 21h
Pioneira trans no funk, a artista, com raízes no Rap, mistura irreverência e responsabilidade social na sua obra: são fortes referências à vida da mulher negra trans que luta para ter sua auto-estima reconstruída.
MC Deize Tigrona
Horário: 21h – 22h
Deize da Silva, mais conhecida como Deize Tigrona, é cantora de música funk carioca. Nascida no bairro de São Conrado, Rio de Janeiro, Deize trabalhava como faxineira até sua carreira musical começar a fazer sucesso. Ela é autora da música “Injeção”, que além de agitar pessoas em Paris, também encantou a inglesa M.I.A, do qual ela remixou para o seu CD.
DOMINGO 12h – 18h
Mesa 4: Fluxos de rua e economia na quebrada
Horário: 12h30 – 14h30
Sinopse: Apesar de todas as suas complexidades, o fluxo de rua não é só problema para a periferia. É solução também. Ele gera renda para as famílias que vendem comidas e bebidas durante os bailes e proporciona entretenimento para os jovens, que não têm alternativa de lazer dentro do território.
Mediação: Bruno Ramos
Articulador Nacional do Movimento Funk e do coletivo @FavelanoPoder. Colunista do Mídia Ninja. Empreendedor e Produtor Cultural. Estudante de Sociologia e Ciências Políticas na FESPSP. Foi Vice-Presidente da Associação Cultural Liga do Funk, onde fez a gestão do projeto social “Morada da Liga”, contemplado pela Lei de Incentivo à Periferia. Cumpre o segundo mandato como Conselheiro do Conselho Nacional da Juventude (CONJUVE).
Professora Ana Paula
Pedagoga, moradora do Distrito de Cidade Tiradentes há cinco anos. Educadora Social/Oficineira. Versando e comungando como Empreendedora Social e Geração Renda. Desde 2017, atua no território com a produção e organização de eventos como bazares e feiras de exposição. Criadora da EmpreendTiradentes, uma Feira de Exposição local que visa viabilizar microempreendedores e seus produtos e serviços fomentando a geração de renda e a ascensão econômica da região.
Rubia Mara
Jornalista e empresária, é fundadora e CEO da primeira agência de comunicação de Cidade Tiradentes, a Evidência Paralella, empresa voltada principalmente ao funk. Em 2018 teve sua história de vida e trabalho retratada no livro Na Batida da Periferia (Biografias
Colaborativas).
Mc Pôneis
Começou a cantar funk em 1995 na comunidade Tenente Jardim, onde morava. Na época, emplacou o Rap da Realidade, produzido por DJ Marlboro e LP Funk. Em 1997, começou carreira solo com obras nas equipes Furacão 2000 e Big Mix. Desde 2006 vive em São Paulo, onde sua carreira alçou novos voos, estourando mais hits como: “Mãe”, “Eu e minha vida”, “Beija Flor”, “Marca de Batom”, entre outros.
Mesa 5: Plataformas digitais: barreiras e oportunidades para a arte da quebrada
Horário: 13h – 14h30
Sinopse: O debate terá como tema como as plataformas digitais estão influenciando e impactando a arte nas periferias.
Mediação: Gabriel Rocha Gaspar (Believe/youtube)
Gabriel Rocha Gaspar é jornalista cultural com ampla experiência no mercado. Começou como assessor de imprensa para artistas musicais, foi editor de cultura no MSN Onne, produtor do Metrópolis, da TV Cultura, e, entre 2011 e 2015, foi repórter, apresentador e editor na principal rádio pública francesa, a Radio France International. A partir de Paris, fez correspondências para diversos veículos brasileiros, incluindo CBN, Bandnews, Globonews e TV Globo. Em 2017, tornou-se consultor certificado do YouTube e assumiu o setor de vídeo da distribuidora francesa Believe no Brasil, cargo que ocupa atualmente.
Suellen (Believe/Spotify)
Jornalista pós graduada em marketing estratégico, trabalhou 5 anos na Rádio Transamérica
e está a 6 como Label Manager da distribuidora francesa Believe.
Valtinho Rege
Valter Rege é cineasta e creator, formado em Rádio e Tv pelo Centro Universitário Belas Artes, produtor, diretor, roteirista e finalizador de filmes, possui um canal com o seu nome, que aborda temas como negritude, homossexualidade e periferia. O diretor ainda lançou o documentário ” O Cinema Me Trouxe Aqui” que aborda temas como homossexualidade, negritude e periferia.
Academia do FUNK: Renata Prado
Sinopse: Vivência sobre a dança no funk com o propósito de usar a arte da dança para empoderar mulheres, além de trabalhar o universo do funk para além dos estereótipos.
Horário: 14h – 14h30
Renata Prado é CEO da Produtora Di Prado, estudante de Pedagogia da Universidade Federal de São Paulo Idealizadora e Articuladora Nacional da Frente Nacional de Mulheres no Funk, Dançarina e Professora de Funk.
BLACK MEETING
Horário: 14h30 – 16h
A Black Meeting surgiu da convivência entre jovens frequentadores de eventos Black, que decidiram organizar seu próprio baile em locais mais próximos e com valores mais acessíveis. Utilizando equipamentos culturais públicos e comunitários do distrito de Cidade Tiradentes, principalmente os pontos de leitura, o Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes e a Casa do Hip Hop Leste.
MC Carol
Horário: 16h – 17h
Cria do Preventório, em Niterói, MC Carol chama atenção por abordar em seu trabalho a realidade das comunidades, a sexualidade e o feminismo, com ousadia e bom humor. Em 2012, ela se tornou um enorme sucesso com músicas como “Minha vó tá maluca”, registradas em um DVD da Furacão 2000. Em 2019, após o lançamento do single “Mamãe da Putaria”, música com Tati Quebra Barraco e Heavy Baile, a artista trabalha em seu novo álbum e foi uma das atrações no Rock In Rio.
Tati Quebra-Barraco
Horário: 17h – 18h
Tatiana dos Santos Lourenço (Rio de Janeiro, 21 de setembro de 1979), mais conhecida como Tati Quebra-Barraco, é uma cantora e compositora brasileira de funk carioca, sendo reconhecida como uma das pioneiras no gênero musical, e uma das principais expoentes
do estilo.