Conte aqui sua historia

“Sei como é difícil alguém te ajudar sem querer nada em troca”: conheça o DJ Marotinho

11.06.2021 | Por: Redação

Está no ar mais um Conte Aqui Sua História, o projeto da KondZilla que abre um espaço pra você falar sobre seu corre e divulgar seu trampo. Quem cola aqui hoje é o DJ Marotinho, que se jogou no mundo da produção depois de ser baleado. Hoje, o sonho dele é viver do funk. Se liga na história:

E aí, KondZilla, beleza? Sou o DJ Marotinho, sempre acompanho vcs e quero parabenizar o trabalho de vocês. Atualmente trabalho como produtor musical e sempre to tentando produzir alguns MCs do zero, sempre vou atrás de novos talentos do funk, mas quero mostrar minha história pra vocês. Também sou chapeiro, entregador, designer, empreendedor, pasteleiro e mais um monte de coisa. 

Eu sou natural de São Paulo, e moro na cidade de Bofete, interior de São Paulo. Minha infância foi um pouco sofrida porque quando meus pais se separaram eu era pequeno, então foi difícil lidar com isso. Tive que ir morar com a minha vó porque a minha mãe tinha que trabalhar e não tinha muito tempo. Nisso mudei pro interior e minha mãe ficou em São Paulo pra trabalhar. Aqui no interior eu não tinha recurso, mas minha mãe mandava ajuda pra gente. Foi difícil, mas eu aproveitava muito, a vida no interior tem bastante coisa pra criança fazer. Minha vida foi assim até minha avó falecer e eu voltar pra capital.

Meu contato com a música foi ouvindo modão no interior. Eu vivia cantando Bruno e Marrone com meus amigos. Eles eram que nem os MCs são aqui em São Paulo. Quando mudei pra SP, comecei a ter mais contato com o funk e o hip hop.

Lá pra 2009, fui com a minha mãe numa feira e lá tinha aquelas barraquinhas que vendiam CD e DVD. Ela falou pra eu escolher alguma coisa pra mim e eu achei um CD do Zoi de Gato com umas asas nas costas. Eu não conhecia ele e fiquei curioso pra saber se ele tinha morrido, depois fui ver que ele tinha partido uns meses antes. Comprei o CD e ouvi ele pra caramba. O Zoi de Gato se tornou uma grande inspiração pra mim. Foi assim que conheci o funk e ouvi tanto ele que botei na cabeça que queria ser MC que nem ele.

 Durante muitos anos tentei levar a vida de MC, até que em 2013 eu estava indo pra um baile com meus amigos e sofremos um disparo. Fui atingido por um tiro e fiquei de cadeira de rodas durante anos. Quando saí do hospital e fui pra casa, comecei a usar mais o computador e nisso passei a fuçar em programas e a aprender mais sobre produção  musical. Botei na cabeça que ia ser produtor e acabou dando mais certo pra mim.

Comecei produzindo funk, mas a música em si é mais que o funk, pelo menos é o que acho. Então comecei a expandir meus conhecimentos. Sou bastante eclético, gosto de tudo que seja relacionado a  música. Já arrisquei produzir trap, arrisquei produzir arrocha funk, reggaeton misturado com funk, e vi que dá certo. Pra mim tudo é música, mas o amor maior é o funk. Não tem jeito.

Consegui algumas coisas com a música e com o funk em si. Por exemplo, até meados de 2018 eu tinha meu próprio canal de funk que se chamava “MAROTINHO ONDA DO FUNK”, onde lançava músicas relacionadas a funk, e esse canal explodiu chegou a marca de 100 milhões de views e mais de 600 mil inscritos, mas por forças maiores o YouTube resolveu tirar ele do ar. Perdi o pouco de renda que o YouTube me dava através do canal, mas isso não me desanimou, pois esse canal me deu vários amigos do funk, com o pouco que recebi, construi o muro da minha casa que nunca teve um, e naquela época isso pouco me deixou muito feliz.

Minha missão no funk é ter o reconhecimento pelo que faço, produzo uma porrada de MC e quase que sempre não recebo por isso, faço por amor ao funk, pela felicidade de ver um sorriso no rosto de quem não tem condições de gravar uma música, pois um dia eu já tentei  a vida como MC e sei como é difícil alguém te ajudar sem querer nada em troca.”

Se identificou com a história dele? Então manda a sua pra gente no e-mail conteaquisuahistoria@kondzilla.com e não se esqueça de nos mandar seu contato, fotos e redes sociais pra gente entrar em contato.

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