Comportamento

O Baile Funk sob a ótica das fotos analógicas

07.11.2017 | Por: Renato Martins

Uma fotografia é o retrato de uma época. Como seria então registrar a atualidade com uma tecnologia do passado? Essa é a ideia da fotógrafa carioca Marina Bernardes, que sacou uma câmera analógica para começar a mostrar o século XXI com um olhar diferente. E o resultado impressiona para quem está acostumado com selfies e câmeras digitais com uma resolução muito boa. Confira mais um registro do Portal KondZilla para o Rio Parada Funk, agora sob a ótica das fotos analógicas.

Durante o Rio Parada Funk deste ano, a jornalista e fotógrafa Mariana Bernardes acompanhou o Portal KondZilla e registrou o evento com uma câmera analógica. Aquelas câmeras onde você usa um filme e tem que revelar as fotos – dá preguiça só de imaginar o trampo todo, não é mesmo? Mas essa modo, que alguns até acham arcaico, dá uma cara diferente pra realidade.

“A fotografia analógica, além da textura diferente da [fotografia] digital, traz toda uma estética dos anos 90, tem a questão de você não ter a foto imediatamente. Isso faz com que a fotografia analógica seja um retrato um pouco mais fiel da realidade, porque você não consegue moldar tanto o que acontece”, explica.

Mariana faz uns trampos por fora, retratando a juventude carioca e seus rolês urbanos. O projeto Rio de Janeiro Youth, também feito com registros analógicos, mostram como a molecada carioca curte a noite no Rio, mostrando desde o jeito de se vestir até as expressões corporais em detalhes.

“Tenho esse meu trabalho autoral, que desenvolvo só no [registro fotográfico] analógico. Acabei entrando nisso por falta de grana mesmo, achei uma oportunidade de fazer as fotos com um custo um pouco menor e com um nicho de mercado. É uma forma de contar a história da juventude criativa carioca”, explica a carioca, durante entrevista por telefone.

A tecnologia, em parte, reduziu o tamanho das máquinas e a forma que o fotografado interage com o fotógrafo e a fotografia. É comum a galera retratada pedir para ver como ficou o retrato ali na hora. Já quando a parada é analógica, a história é outra e a curiosidade fica aguçada.

“O público fica muito mais impressionado. Quando falamos que é foto de filme, a galera reage com um ‘uau, você fotografa nisso?’. No entanto, esse tipo de retrato está, digamos, moderno, tem muita gente que vê isso como vintage”, diz Mariana. “Hoje, procuramos nos afastar um pouco do que estamos tão acostumados, que no caso é a tecnologia”.

Vivemos tempos onde um flashback cultural pros anos 90 é quase sempre vista com bons olhos, e na fotografia não poderia ser diferente. A tecnologia é algo que vem para complementar as nossas vidas, mas às vezes a nostalgia é bem melhor.

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