Conte aqui sua historia

MC Izaac se divide entre o trampo de coveiro e o sonho de viver de funk

22.01.2021 | Por: Redação

Mais uma sexta-feira e como esperado chegou mais um Conte Aqui sua História, quem tá na voz é o MC Izaac de 20 anos, cria de Santa Luzia, na Paraíba. Mira em deslanchar a carreira no funk, atualmente o cantor trabalha como coveiro ao lado do  seu pai para manter sua família, mas o foco é pegar as malas e vir para São Paulo investir na carreira. Cola no Portal KondZilla para pegar a visão que ele tem para passar. 

“Meu nome é Izaac Giuliano Santos de Lacerda, tenho 20 anos e sou de Santa Luzia, Paraíba. Eu morava em São Paulo e devido a pandemia, perdi meu trabalho e o sonho ficou mais longe, por isso precisei voltar pra minha antiga cidade. Foi então que comecei a trabalhar de coveiro com meu pai no cemitério da minha cidade para suprir as necessidades em casa. 

Tive uma infância com dificuldades, porém boa. Como a maioria das crianças no país, sou filho de pais separados, e tenho um irmão mais velho. Trabalho e comecei a cantar aos 12 anos. Eu rimava na feira e fui me especializando. Quando passei a acreditar no sonho da música, fui pra São Paulo.

Quando eu ainda era criança, com quatro anos, fui morar com minha família em São Paulo pela primeira vez. Na época, eu gostava de escutar músicas no estilo modão, e minha mãe notou a minha facilidade de aprender as letras. Quando voltamos para Paraíba, comecei a cantar nas festas culturais da minha cidade, e minha mãe passava comigo as letras para eu conseguir decorar pros shows. 

Minha mãe sempre me incentivou a cantar, com 11/12 anos na feira escutava muito Caju e Castanha, foi então que descobri que podia cantar e ganhar meu dinheirinho ali. Eu trampava durante 10h na feira, quando acabava ia junto do meu primo fazer apresentações. Ensinei meu primo a tocar pandeiro e cantar os refrões das músicas para fazermos uma dupla.  

Migrei para o funk em 2018 de cabeça mesmo, quando me intitulei MC. Eu geralmente faço primeiro o flow e depois procuro um tema para história da música e começo a canetar. 

A maior dificuldade para mim é a falta de oportunidades de lugares que possam agregar na carreira, de poder estar em lugares tipo estúdio, produtora, ter convívio com DJS e MCs, tudo isso aumenta o nosso conhecimento. Além da dificuldade de estar lançando os projetos, porque ainda sou um artista anônimo e independente, tudo é um pouco mais complicado. Aqui na minha cidade, a pior dificuldade possível é a falta de mercado para o funk, por isso estou me planejando para voltar o mais rápido para São Paulo. 

A cada dia que passa, também por causa do meu trabalho atual como coveiro, a gente vê muita gente morrendo, o que hoje em dia almejo no funk mudou, já desejei muita coisa desnecessária, mas eu quero crescer para dar visibilidade aos moleques que estão na luta igual eu, que não tiverem a oportunidade ou talvez a coragem de meter as caras atrás do sonho. 

Não é fácil largar sua cidade e viajar três dias em um ônibus. Então eu acho que dentro do funk ser artista é viver a música no dia a dia. Quando eu estava em São Paulo, acordava todos os dias rimando, escrevendo e gravando vídeos. Se eu mudar o dia de uma pessoa, para mim a música já fez tudo. No momento que me senti mais perdido foi o funk que me tirou do fundo do poço e esse é o legado que quero levar: a música tem o poder de mudar a vida das pessoas.  

E para você que tá lendo isso  fé na caminhada família, por mais difícil que seja, o importante é não parar. Faça de coração, seja grato e feliz por tudo que já conquistou, que vai chegar sua hora”.

O corre não para e disso já sabemos! Se identificou? Manda a sua história pra gente no e-mail conteaquisuahistoria@kondzilla.com e não esqueça de nos mandar suas fotos, contato e redes sociais


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