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MC DN é a prova de superação no funk

10.10.2017 | Por: Kondzilla Portal
@md.frame / mdframe.tumblr.com

Diretamente de Cidade Tiradentes, MC Dennis conta a história da sua vida – e que pode ser a história de diversos outros talentos da periferia. Com 23 anos, o rapaz está no funk há pelo menos 6 anos, quando lançou um videoclipe logo no começo da carreira do KondZilla. O sucesso acabou subindo a cabeça e ele se emocionou (como dizem). Mas nem tudo estava perdido, junto da família e dos amigos, Dennis se reinventou e virou o MC DN, assumindo hoje um compromisso sério com a carreira, tendo no currículo “Desapega” e “Não te quero mais“, além de prometer música nova pro verão 2018. Confira agora no Portal KondZilla uma história de superação que ainda vai se repetir muito no funk.

“Todo moleque de quebrada tem o sonho de ser MC ou jogador de futebol. Se eles pensam assim, é porque dê certo. O funk dá um rumo na vida de muitas pessoas, da futuro sim, mas tem que ir pro caminho certo. E eu acredito nessa molecada”.

Encontrei com MC DN na frente da sua casa, no bairro Vila Yolanda em Cidade Tiradentes. A região é o último bairro de São Paulo antes de terminar o município e foi o berço do funk paulistano, na época do funk ostentação. DN é cria desse movimento e surgiu ainda no início. Seu primeiro trabalho a estourar foi a música “Camaro nois tem“, 2012, com direito a clipe da KondZilla. Na época, a fórmula do sucesso era: letra de ostentação e clipe com a KondZilla. Dito e feito. Mas a história do rapaz não se resume a apenas este momento, e encostamos num barzinho para mais uma resenha.

O sonho de cantar surgiu ainda na escola. Dennis não perdia a chance de soltar a voz, e o parceiro Fefusco era o cara dos beats na época. “Eu ficava na sala fazendo beat box e falava pra todo mundo o que aprendi a fazer. Ficava o dia inteiro fazendo isso, a galera até me chamava de chato (risos), e do nada surgiu essa parada de Bonde da Paz”, conta o MC. “Isso era lá em 2008, quando estourou o “Bonde da Juju“. Porque no funk é assim: o que estoura a gente tenta fazer igual. Como eles [Backdi e Bio G3] estouraram como o “Bonde da Juju”, nós pensamos em fazer o Bonde da Paz”.

Dessa brincadeira com o Bonde da Paz, veio o desejo real de cantar. Só que o destino fez com que ele cantasse sozinho. “Na época, minha vó morava em Sorocaba e eu fui pra lá, quando voltei o pessoal falou que eu tava fora do bonde”, explica. “Daí, comecei a cantar sozinho e fiz um clipe com o Kond. Lançamos na quebrada e foi sucesso. Teve as fases boas e teve fase ruim também, porque através desse clipe se abriram várias portas, mas pelo meu ego, pela minha emoção fechou várias portas também”, analisa. “O lado bom, foi que [minha música] tocou na quebrada, fiz vários shows, fiquei conhecido. Só que a gente não tinha noção de vender show como temos hoje, não tinha profissionalismo. Eu acredito que se a gente tivesse numa produtora [na época], teríamos feito mais shows e ganho mais dinheiro”, explica DN envolto dos parceiros que segue com ele nessa caminhada.

O que aconteceu com Dennis é algo que infelizmente ainda é comum no mundo artístico. As pessoas caem na noite, começam a ganhar muito dinheiro e acabam se perdendo. Ter o apoio da família e de profissionais do ramo, ajuda a construir uma carreira duradoura. O cantor conta que sofreu na época, porém, leva um ensinamento. “Através de tudo isso que ganhei, não cheguei a conquistar bens materiais, mas eu adquiri conhecimento, maturidade, experiência. Eu fui muito emocionado na época”, lamenta. “Eu fiquei chateado, acabei comigo. Parei de cantar, não saia de casa. Eu nem acompanhava o funk na época, não tinha nem internet direito, e ele [Fefusco] tinha e me mostrava as novidades, só assim ficava eu sabendo das coisas”.

“Acabei encontrando um parceiro, o MC CBZinho, ele me falou pra voltar a cantar e tal, dai voltei. Voltei e logo lancei um videoclipe com o Tom Producoes, daí fui voltando a respirar. Falei com o DJ Jorgin e através disso ele acreditou no meu trampo, falou que ia me ajudar. Desde então todas as músicas que soltava era com ele”.

O produtor Jorgin foi fundamental no retorno de Denis ao mundo da música. Juntos, a dupla conseguiu definir uma direção artística para DN, também trabalharam juntos em produções, alguns videoclipes e no caminho a ser trilhado. Se hoje o MC ta na pista com sucessos que ultrapassam um milhão de visualizações, é por conta desse trabalho feito em conjunto com o produtor.

DN explica, e agradece o apoio dos amigos e da família para o seu retorno. Depois do erro, veio o aprendizado e agora ele já se diz maduro o suficiente para conseguir conciliar a carreira e a noite, sabendo o que fazer e sem se perder. “Pra mim, eu to estourado, (risos). Dessa vez, sem emoção e com os pés no chão”, conta. “Vendo tudo o que passei, abandonei geral, hoje estou só com a minha mulher e minha música. Até hoje, fico só em casa mesmo”.

Em casa e com a cabeça no lugar, o MC sabe que por mais um pouco estaria perdido e sem rumo na vida. “Agradeço a Deus por ter colocado as pessoas certas na minha vida”.

Se tem uma coisa que o DN sabe, é que a noite pode ser perigosa, mas ele não pretende repetir o erro. Atualmente, o MC faz parte do casting da KondZilla Records. Com a cabeça no lugar e focado 100% no trabalho, ele sabe o que precisa fazer.”Querendo ou não, temos que levar nosso trabalho como artista, não adianta. Hoje, eu colo nos lugares, muita gente que me via com frequência fala: ‘pô, você mudou? tá morando onde?’ e as vezes falo: ‘Tô morando no Carrão e tal'”, brinca e conclui: “Hoje eu vejo que to fazendo o certo”.

Pra encerrar a conversa, e também deixar um aprendizado para a juventude que entrega os sonhos a carreira de MC, Denis manda o papo: “Minha dica é que, além das críticas (que eu mesmo já recebi várias, até dos meus amigos) e que independente das dificuldades, é você não desistir. Acreditar no seu trabalho, porque não vai ser da noite pro dia que você  vai ganhar um nome”.

“Hoje não tô estourado, mas sei que várias pessoas me reconhecem. E isso é muito legal! Eu luto por isso, o bagulho não é fácil nem nunca vai ser, você tem que acreditar”.

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