Entrevista

Léo da Baixada, um discípulo do litoral paulista no funk de São Paulo

27.06.2017 | Por: Guilherme L. da Rocha

A Baixada Santista foi o berço do funk em São Paulo e consagrou diversos talentos, alguns ainda presentes no movimento do funk, outros, infelizmente, não estão mais entre nós. Porém, não é só de glórias do passado que vive a região e a Baixada conseguiu consagrar mais um MC que carrega seu fardo no nome: MC Léo da Baixada. Natural de São Vicente, o rapaz teve contato com nomes da região, principalmente com MC Primo, e absorveu todo o ensinamento deles. Inclusive, conseguiu emplacar uma música tema das Olimpíadas 2016, além de outros sucessos como “Suíte” e “Se Empenhar” e o Portal KondZilla vai te contar mais sobre essa história.

Leonardo de Freitas Cruz, 24, nasceu em São Vicente e atualmente mora na Praia Grande, onde ele nos recebeu para trocar uma ideia sobre sua carreira e a região que ele carrega no nome, a Baixada Santista.

O MC começou no funk quando ainda era um adolescente e se espalhava em um cara que era, ou melhor, é referência no seu bairro e na sua cidade: o MC Primo. Hoje, ele quer ser referência para molecada com um estilo que agrade a todos os públicos.

“Quando eu era menor, lembro da molecada correndo atrás do Primo, quando ele passava de carro na quebrada. Eu não entendia muito bem, mas achava legal o tratamento do pessoal com ele”, relata o MC com certo saudosismo. “Ele foi um espelho para mim. Hoje, eu cheguei em um patamar que nunca imaginei, fechei contrato com a Som Livre, uma das maiores gravadoras do país. Acho que isso serve de motivação para molecada que sonha em viver de funk, de música”, explica.

Antes de ser o MC Léo da Baixada, o cantor fez dupla com outro MC, o Juninho, formando a dupla Juninho e Léo. Na época, eles cantavam funk consciente e proibidão, para desespero dos pais de Leonardo, que falavam para o moleque apenas estudar e esquecer o funk. O conselho, como vemos hoje, não foi seguido bem a risca. Só a parte de parar com o proibidão.

Na virada da década, Léo desfez a dupla com Juninho e se jogou de cabeça no funk ostentação, que começava a fazer barulho em São Paulo. Nesse época, o MC estava com quase 18 anos e ainda não vivia o que cantava, mas o sonho de alcançar o sucesso o fez escrever letras de luxo.

O MC foi um dos primeiros a aproveitar o tsunami dos videoclipes e fazer um trabalho com o KondZilla. Leo credita ao MC Primo o ensinamento de projetar uma carreira no funk com videoclipes. Ele conta: “Pouca gente queria apoiar o funk. E sabe quem foi uma das primeiras pessoas a abrir os olhos para as novidades? O MC Primo, que gravou o primeiro videoclipe de funk com o KondZilla. Ele percebeu que aquilo era o futuro”.

Outro grande parceiro de carreira do MC, era o MC Daleste, que também foi assassinado. DaLeste levou um tiro em cima do palco durante um show em 2013, na cidade de Paulínia, interior de São Paulo.

“Ah mano, o Daleste era um cara muito inteligente e, com certeza, hoje estaria adaptado com tudo que vemos hoje. Tanto que antes de morrer, ele falava que mudaria o nome artístico dele para Daniel Pellegrini, que era o nome “real” dele, para fazer uns trampos mais comerciais”, relata o MC que ainda hoje sente falta do amigo. “Ele era diferente mesmo, uma pessoa iluminada”.

Com uma carreira consolidada no ostentação, Léo da Baixada acredita que o funk seja privilegiado por ter várias vertentes e, para ele, a galera de hoje “tem que agradecer e embarcar nas novidades, sem querer forçar algo”.

Em 2016, os Jogos Olímpicos foram realizados no Brasil e a música “Alma e Coração“, do MC Léo da Baixada, foi escolhida como música tema dos Jogos. Sim, um funk de São Paulo foi escolhido para música principal das Olimpíadas.

“Foi uma coisa muito louca, mal acreditei quando fui escolhido. Agora estou numa gravadora de muita repercussão. Vi Thiaguinho e Projota, caras que admiro muito, cantando e elogiando minha música. Só tenho que agradecer a Deus e continuar trabalhando” fala o MC.

Com esse novo cenário que surgiu na sua carreira, com o apoio de uma grande gravadora e com sucessos na pista, Léo da Baixada quer levar o funk a outros patamares. Situação que parece já estar virando normal para o MC.

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