Rap

Kayblack, dono do hit “Jacaré que Dorme”, está fazendo acontecer no trap-funk

14.10.2020 | Por: Gabriela Ferreira

Se você não tá viciado em “Jacaré Que Dorme”, já tá errado. O som do Kayblack estourou nos últimos tempos e nós do Portal KondZilla fomos trocar uma ideia com o cantor, que passeia entre o funk e o trap, para entender mais sobre esse novo momento da vida dele. 

Kaique Menezes, 20 anos, mais conhecido como Kayblack, começou a canetar com doze anos influenciado por nomes como MC Daleste, Felipe Boladão, Zói de Gato, Neguinho do Kaxeta.

Antes de estourar os próprios sons, o cantor ajudava na carreira do irmão mais novo, o MC Caverinha, dos sucessos “Só Não Pisa No Meu Boot“, “Flash” e “Tipo GTA“. Mas, agora em 2020, ele resolveu investir no próprio corre. Se liga no flow! 

Hoje artista da Elenko Music, Kayblack começou a escrever na adolescência; quem dava a maior força era um amigo dele que queria se tornar MC: “Na época, eu era muito tímido e ele me incentivava. Comecei a escrever e, na escola, a galera pedia pra eu cantar minhas músicas e eu não cantava porque achava que era tudo ruim”. 

A vergonha do palco é um problema que mexe com muita gente das artes e, pra acabar com esse receio, é preciso travar uma luta contra a timidez. “Superei minha vergonha logo antes de subir no palco pela primeira vez, num concurso em Fábrica de Cultura. Fiquei pensando que eu poderia sair de lá, algo poderia acontecer e eu ia morrer sem realizar meu sonho de subir no palco”, conta. 

De lá pra cá, muita coisa aconteceu e, recentemente, Kayblack estourou alguns hits. “Jacaré Que Dorme”, “Bandido Mau”, “Bvlgari” e “AK Forty Seven” – cada uma das faixas já têm mais de 1 milhão de execuções no Spotify. 

O jeito diferenciado do artista tem referências chavosas: “Minha influência é o Roddy Rich (cantor norte-americano). Através dele, consegui achar um jeito de me encaixar no trap. Comecei a estudar muito o trabalho dele e, quando traduzi as músicas, vi que ele fala muito sobre as vivências dele. Misturei um pouco do flow gringo com minhas referências do Brasil e já era. Pra quem não sabe, várias gírias que uso nos sons fazem alusão ao MC PP da VS, sou muito fã dele”. 

Com o avanço da caminhada, Kayblack ficou craque em misturar ritmos: “Muita gente tem visto que o funk e o rap têm que andar juntos. Fico feliz de fazer parte disso. Antes, eu via que era uma coisa muito separada e começou a aparecer uns pioneiros, tipo o Kyan, misturando os dois ritmos e pensei – ‘Cara, preciso colocar os dois estilos que eu gosto juntos’. Hoje tá todo mundo unido e virou uma coisa só. Tudo é arte de periferia”, comenta. 

Além de ser um monstrão na mescla de beats, ele também tem feito algumas parcerias com outros MCs, como nos sons: “Só Peço a Deus” – com MC Fioti, MC DR, Young DI e Menino GS; e “Festinha das Perturbadas” – com MC Lele JP, MC GP, Negui e Caio Passos. 

Com os shows parados, por conta da pandemia, é difícil medir como as músicas tão tocando na rua. O jeito para se reinventar foi investir em divulgação pela internet: “Comecei a dar muita importância pras redes sociais e pras plataformas. A gente acabou aprendendo mais a trabalhar no digital, mas não vamos ficar só nisso. Quando estamos fazendo muito show, a gente acaba perdendo essa parte de acompanhar as redes e as plataformas, mas estamos vendo que é uma forma de trabalhar também”. 

Nessa batida, Kayblack segue no corre pra continuar entregando hits. “Eu, Kaique, não quero que minhas músicas sejam tipo uma com mais de 100 milhões e as outras não batendo 1 milhão. Prefiro ter várias de 1 a 6 milhões. Não quero ser MC de um sucesso só. Tô preparando muita coisa diferenciada e estudando várias coisas, querendo fugir do normal. Quero inovar e criar minha identidade e que as pessoas me ouçam e pensem – ‘Esse cara é diferente'”.

Para depois da pandemia, o sonho é um só: “Quero fazer baile e sentir essa energia do público que eu só sentia com o meu irmão. Nunca senti isso sozinho e quero muito realizar essa parada”. 

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