Entrevista

Com 11 anos no funk, MC Danado tem muita história pra contar

03.08.2018 | Por:

*Foto: Felipe Max // Portal KondZilla

Acostumados com uma incessante troca de artistas do momento, o público funkeiro acaba se esquecendo da galera que começou o movimento funk e moldou o formato do movimento atual. André Luiz, 37, é um bom exemplo disso. Talvez você não tem ligado o nome a pessoa, mas estamos falando do MC Danado, uma das principais figuras do cenário paulistano e autor dos sucessos: “Festa dos Playboy“, “Top do Momento“, “Daquele Jeito” e “Segue o Baile“. O cantor, que chegou a fazer parceria com o MC Daleste no começo da carreira, já foi empresário, promoter, responsável por produtora, e trocou uma ideia com o Portal KondZilla sobre várias fitas. Se liga no papo:

Se hoje as produtoras são verdadeiros pilares do funk paulistano, há uns sete, oito anos a situação era diferente. Para se ter uma ideia, tinha MC que fechava show ligando para o número pessoal do MC, que negociava valores, datas e tudo mais. Isso mesmo, o MC era seu próprio empresário, produtor artístico e entre outras tarefas. Hoje, o profissionalismo fez com que os artistas se preocupassem apenas em cantar, o que é um avanço para todos.

A história tá aí, escrita por muitas pessoas, mas nem todo mundo tá ligado quem tava na antiga, abrindo as portas para galera de hoje. O MC Danado é um deles, que inclusive fez mais de um papel nessa longa história. Um verdadeiro exemplo pra quem sonha em alcançar a fama.

KondZilla.com: Você tem muita história pra contar. Acho bom começarmos do começo, né?!
MC Danado: Eu comecei a cantar lá em 2008. Era promoter de uma casa de shows e vi que tinha certo potencial, a galera recomendou também e decidi me aventurar nessa carreira. Certo tempo, eu fiz dupla com o MC Daleste e, depois, segui carreira solo. Em paralelo, eu fui fundador da [produtora] Funk da Capital, que foi responsável pela carreira do MC Rodolfinho, MC Lon, e outros diversos MCs que estão na pista até hoje.

KDZ: Que foda, não sabia que você tinha feito dupla com o Daleste. Mas quem você se inspirou pra começar a cantar?
MC: Eu me inspirava muito no funk carioca, principalmente no MC Frank e no MC Copinho. Lá em 2008, os MCs de São Paulo quase não existiam, a maioria dos MCs que cantavam por aqui era do Rio de Janeiro. O que tinha também era o pessoal da Baixada Santista, eu gostava muito do Felipe Boladão também.


MC Danado, em meados 2015. Foto: Divulgação // Facebook

KDZ: E de lá pra cá, desde que você começou até os dias de hoje, o que mudou no mundo do baile funk?
MC: Ah, o funk mudou bastante, principalmente o profissionalismo. Eu fui um dos responsáveis pela [produtora] Máximo também, que foi uma produtora que revolucionou o mercado. Colocamos os MCs em programas de TV, entrevista pra jornal e revista grande, era uma parada muito bem organizada. Esse modelo seguiu até os dias de hoje.

KDZ: Você cantava e era empresário? Deve ser difícil conciliar os dois…
MC: Sim, não é fácil conciliar. Durante um tempo eu tentei fazer os dois, agora estou focando na minha carreira.

Foto: Felipe Max // Portal KondZilla

KDZ: Isso é algo bom pra você, ter essa experiência como cantor, promoter, empresário e tudo mais?!
MC: Pra falar a verdade, creio que esse seja o meu grande diferencial. São 11 anos de funk, e já vi muita coisa acontecer, passei por várias fases e estou maduro no mercado. Lá em 2012, 2013, quando tinha clipe nosso na KondZilla e batia 10 milhões de visualizações, era incrível pra época.

KDZ: Por falar nisso, você lançou dois trampos recentes com a KondZilla.com, ambos gravados lá no Sul. Como surgiu essa ideia?
MC: É isso mesmo. No começo do ano, eu e minha equipe viemos para Florianópolis e gravamos dois videoclipes em parceria com a KondZilla. As gravações rolaram super bem, gerou até uma curiosidade na galera daqui, foi algo bem interessante. Graças a Deus, o pessoal recebeu bem esses novos trabalhos, está tocando bastante por aqui.

Foto: Felipe Max // Portal KondZilla

KDZ: Trocamos ideia com artistas do Sul do país, e eles falaram que o público é diferente. O que você acha?
MC: Nós não tocamos todo fim de semana aqui [no sul], creio que isso seja um diferencial também. O calor do público com a gente é o grande diferencial. Querendo ou não, o pessoal de São Paulo tem mais oferta, várias casas de show que só tocam funk, então eles estão mais ‘acostumados’ com os MCs e tudo mais.

KDZ: Pra finalizarmos, você pode deixar um recado pra molecada que tá começando?
MC: Gosto de falar pra molecada que tá começando que não é tudo mil maravilhas. Porém, se tiver paciência e perseverança, chega lá. Se esse [cantar funk] for seu sonho, vá até o final e batalhe. Você vai conseguir, pode ter certeza.

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