Conte aqui sua historia

Ariel superou um relacionamento abusivo e o machismo pra realizar o sonho de vida

10.07.2020 | Por: Redação

No Conte Aqui Sua História de hoje, projeto da KondZilla onde você envia sua história para aparecer aqui no portal, vamos conhecer a história de uma mulher guerreira. Ariel passa sua experiência pra alertar todo mundo (principalmente as mulheres) de como é viver um relacionamento abusivo conta sobre o machismo que sofreu e como teve forças para mudar completamente o seu futuro. Cola aí que é a história dela é uma aula.

Sou Ariel, tenho 25 anos, sou da Vila Maria, Zona Norte – SP. Decidi compartilhar minha história com vocês, acredito que talvez possa agregar na vida de alguém. Eu sou a filha do meio entre 4 irmãs. Convivi com meu pai até os 6 anos, e após isso sempre foi minha mãe por eu e minhas irmãs. Meu pai se distanciou de nós e quando eu tinha 12 anos, ele faleceu.

Devido a desventuras em série que aconteceram na minha vida, acabei por repetir DOIS ANOS na escola, a 6ª série e o 3ª ano do ensino médio. Isso fez com que diversas pessoas zombassem de mim e desdenhassem dos meus planos. Eu nunca me deixei abalar. Continuei.

Passei por um relacionamento abusivo dos 13/14 até os 20 anos. Ele sentia muito ciúmes de tudo, me empurrava, puxava meu cabelo. Só que até então, era só “ele tem ciúmes de você, que fofo”. E eu realmente achava que aquele tipo de ciúmes, eu não poder falar com outras pessoas, ou minhas amizades não poderem ter mais atenção que ele, fosse uma demonstração de afeto. O que não era.

Aos 19 quando me casei com ele, eu estava feliz pela expectativa de sair de casa e morar sozinha (“a independente”), mas eu já não tinha a certeza de que gostaria de estar naquele relacionamento. Minhas amigas saiam, conheciam gente nova a todo momento, e eu estava a mais ou menos 6 anos rodeada das mesmas pessoas. Eu saí da infância/adolescência e estava entrando na vida adulta com uma perspectiva muito limitada do que eu queria pra minha vida.

Pra mim, eu ia continuar trabalhando onde eu estava (na época era uma importadora), ganhando meu salário mais ou menos, morando em uma casa mais ou menos, e vivendo uma vida mais ou menos. Em uma idade x teria filhos, e é isso. Essa seria minha vida, e era a projeção dele para vida perfeita.

Não que essa vida que eu vivia era ruim, mas eu estava querendo mais, eu sentia que eu podia viver mais do que só trabalhar e ir pra casa ser “esposa”. Depois do término do relacionamento, decidi entrar na faculdade, como uma forma de me manter focada e impedir que eu retornasse para aquele ciclo vicioso. Foi quando eu entrei para a faculdade e comecei a cursar Direito. Aí começou outra luta!

Como eu não tinha noção de nada, a escola era bem rasa quanto ao que poderíamos fazer depois que terminássemos, eu fui com a cara e a coragem pagando o 1º semestre integralmente. Porém, o medo de não conseguir aguentar aquelas parcelas era imenso. Foi quando surgiu um anjo na minha vida, minha amiga Adrielle, que com toda paciência me explicou sobre o ENEM, PROUNI e FIES. PRONTO! Me joguei de cabeça, e não deu outra… 2ª semestre eu consegui o FIES, 3ª semestre eu conquistei a bolsa 100% do ProUni! VITÓRIA!

Mas não parou por aí… Agora eu não pagava mais faculdade, então eu poderia começar a procurar um estágio na área, e foi o que fiz. A parte do estágio é a hora que o estudante de direito descobre se vai ou não aguentar o tranco, e eu quase desisti.

O machismo predomina em alguns escritórios, passei por lugares que os donos me olhavam com desdém, mesmo eu mostrando o que era capaz. Eles sempre caçavam um jeito de mostrar como eram melhores – SIM, um Advogado FORMADO, tentava de TODA FORMA desmotivar a estagiária do 4º semestre.

Pensei em desistir porque sentia que não ia aguentar aquela patifaria pra sempre, toda vez era um homem querendo mostrar como era melhor, e eu me sentia limitada. Como se eu nunca fosse capaz de realmente mostrar minha habilidade na área. Foi quando decidi me desligar desses escritórios. E foi a melhor coisa que eu fiz na vida.

Conheci advogadas que me empoderaram demais, e mostraram o que eu buscava no direito. Com elas aprendi que sim, existe aquele lado amargo da profissão, mas também existe o lado bom, existem pessoas que fazem por amor e ainda se importam em ajudar os outros! Abri mão de diversos estágios que não condiziam com minha ética e caráter, e nunca me arrependi disso.

Eu acho que esse é segredo para se alcançar o que deseja é não deixar os outros definirem quem você é. Eu poderia ter parado lá no começo, quando debochavam de mim e me chamavam de repetente, ou quando os advogados insinuavam que eu não era tão boa quanto eu pensava. Mas não, sei quem sou.

 

A perseverança me trouxe até aqui, e isso é apenas o começo. Por isso digo, não desistam! Foca na meta e vai além! A Vitória sempre chega!

Hoje estou formada, cursando uma pós graduação e trabalhando em um excelente escritório. Honrei a educação e todo o esforço que minha mãe deu para que eu chegasse onde estou! Me encontro em um novo relacionamento SAUDÁVEL e aguardo ansiosamente a volta da normalidade, para poder prestar a OAB.

Mas não irei parar por aí, estou sempre em busca de usar meu privilégio de ter sido prestigiada com uma bolsa 100%, para retribuir esse conhecimento com a sociedade, uma vez que para as classes mais baixa, o conhecimento da lei não tem fácil acesso.

Busco sempre me envolver em causas sociais, como o projeto “Os Narigudos” do qual faço parte, e que sua função é visitar comunidades carentes e dar um pouco de alegria para as crianças e idosos que ali vivem. Eu sei que talvez eu não posso mudar o mundo, mas eu vou sempre lutar para tentar o mudar o mundo de alguém, porque um dia mudaram o meu!

É isso galerinha, foco e não desistam! Não deixem ninguém dizer que não podem! Fale mesmo que sua voz tremer! “.

 

Ariel é sinônimo de não desistir, por mais difícil que as coisas pareçam. Se identificou com a história dela? Manda a sua pra gente no e-mail conteaquisuahistoria@kondzilla.com com suas fotos, telefone e redes sociais pra gente te chamar.

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