Conheça a trajetória de Deiveson Alves
Presente no Youtube desde 2014, Deiveson Alves é dono do canal que traz curiosidades sobre o funk e seus bastidores. Como muitos jovens de periferia que começaram a usar a plataforma, o youtuber começou gravando seus vídeos em casa de uma maneira bem raiz e hoje, além de ser um dos principais canais que informam o público do funk, acaba de bater a marca de 1 milhão de inscritos em seu canal. Chega mais que o Portal KondZilla trocou ideia com esse cara.
“Um dia eu estava em um baile aqui perto de casa e começou tocar uma música do MC Delano. Gostei da música e fui procurar no Youtube e não achei. Um dia perguntei pra ele ‘por que não tinha músicas no Youtube?’ e ele me respondeu que tinha preguiça, aí eu falei que iria colocar no Youtube pra ele. Coloquei, mas veio as paradas de direitos autorais, tomei muito strike e acabei perdendo esse canal”. Basicamente Deiveson Alves, 23, criou seu primeiro canal para divulgar sons que não eram tão fáceis de encontrar no Youtube, no máximo você achava no SoundCloud.
O atual canal de Deiveson foi criado de forma raiz mesmo, produzindo seus vídeos com o que tinha em mãos. “Comecei gravando com um Samsung Gran Prime e o fundo do cenário era um edredom pendurado porque na minha casa as parede tinham vários buracos”. Só que essa produção simples recebeu diversas críticas, principalmente pela qualidade do vídeos na questão audiovisual, mas o conteúdo já era o diferencial. “Quando comecei a gravar noticias de funk e entrevistas, foi pensando em deixar o público informado e trazer os fãs para mais próximo do artista”. Hoje com 1 milhão de inscritos, o jovem é um dos principais canais que fala sobre funk no Youtube.
Com o avanço da tecnologia, principalmente dos smartphones, muitos youtubers começaram na mesma pegada do Deiveson e meteram as caras pra fazer o conteúdo sair do papel. Um ponto fundamental para a melhora dos vídeos da galera foi a evolução das câmeras nos celulares, em menos de 20 anos, smartphones foram de menos de 1 megapixel a sensores duplos com recursos profissionais.
O criador de conteúdo traz para seu canal entrevistas com os principais MCs e DJs do momento, curiosidades do tipo “10 Coisas sobre o MC que você não sabia“, informações e notícias do dia a dia como por exemplo, “Emocionante ! MC Menor MR gasta mais de 200 mil reais com sua mãe“. Mas a questão é: como Deiveson consegue as informações para produzir conteúdo para seus inscritos? “Eu sempre fui ligado nas redes sociais dos artistas, tipo Facebook e Instagram, aí fui começando a ver as notícias ali, ficava ligado nos sites de pesquisa também e foi assim que conseguia as notícias. Hoje em dia, muitos inscritos me mandam [as notícias] e muito artista que vai lançar algum projeto ou alguma coisa nova, também sempre me manda. Depois de um tempo, tenho bastante amizade no funk, graças a Deus”.
“A sensação é inexplicável. É 1 milhão de pessoas, muita muita gente mesmo, parece que zerei a vida, mas só que tem muita coisa pra acontecer ainda, tem muita gente pra conhecer o canal, mas a sensação é de que zerei a vida mesmo”, afirma o Youtuber sobre o sentimento de ter alcançado a marca de 1 milhão de inscritos.
As coisas hoje estão melhores em diversos aspectos para Deiveson. “Quando comecei a ter uma renda com o canal, as coisas melhoraram. Comecei a reformar minha casa, o que fez com que o fundo dos vídeos melhorasse automaticamente, consegui comprar uma câmera melhor”. Hoje, o Youtuber está se mantendo somente com os ganhos do Youtube e parcerias junto com alguns MCs de Minas Gerais como: MC Papo, MC Delano, MC L da Vinte e MC Rick personagens fundamentais do estado mineiro em relação ao funk nacional.
Quando pergunto sobre o crescimento da fama, ele afirma: “hoje em dia, passo na rua e o pessoal pede pra tirar foto, me reconhece, é gratificante demais, mas ao mesmo tempo é uma responsabilidade enorme, né? Temos que tomar cuidado com o que a gente fala, como a gente fala. Porque no início do canal não tinha essa preocupação, hoje é diferente”. Mais que apenas um Youtuber, Deiveson representa a estruturação e profissionalização do funk, quanto mais pessoas falarem e documentarem, mais o funk tem a ganhar.
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